FOLKSONOMIA E OS CONCEITOS DE ORDEM, DESORDEM E ORGANIZAÇÃO À LUZ DE EDGAR MORIN
FOLKSONOMY AND THE CONCEPTS OF ORDER, DISORDER, AND ORGANIZATION ACCORDING TO EDGAR MORIN
Fabio Assis Pinhio1
RESUMO
Este artigo trata sobre a compreensão da folksonomia e objetivou verificar se os conceitos de ordem, desordem e organização de Morin (2005) podem contribuir para compreender a complexidade dela enquanto Sistema de Organização do Conhecimento (SOC), por meio de uma pesquisa do tipo exploratória, com abordagem dialética, sendo um estudo de natureza explicativa com apoio bibliográfico. O resultado dessa discussão demonstrou que os conceitos de ordem, desordem e organização permitem compreender adequadamente a gênese e a função da folksonomia para os SOC, pois ao distanciá-la dos sistemas tradicionais torna-se possível compreendê-la a partir da complexidade que ela carrega ao apoiar as relações entre os indivíduos nas comunidades virtuais e sua maneira de organizar e representar conteúdos informacionais para recuperação desses atores. Apesar de não ignorar as características da folksonomia, especialmente no tocante às suas implicações para a recuperação da informação, o foco não deve ser o destaque às suas lacunas a partir de uma visão tradicional, mas sim a compreensão da sua natureza dinâmica e complexa e sua relação singular entre ordem e desordem, no intuito de enriquecer a sua prática e estimular a diversidade e o pluralismo lógico e cultural que a torna um sistema amplo de possibilidades de organização.
Palavras-chave: Folksonomia. Classificação Social. Ordem. Desordem. Organização.
ABSTRACT
This paper is about the understanding of folksonomy and aimed to verify if the concepts of order, disorder and organization of Morin (2005) can contribute to understand its complexity as a Knowledge Organization System (KOS), through an exploratory research, with dialectical approach, being an explanatory study with bibliographic support. The result of this discussion demonstrated that the concepts of order, disorder and organization allow an adequate understanding of the genesis and function of folksonomy for the KOS, since by distancing it from traditional systems it becomes possible to understand it from the complexity it carries in supporting the relationships between individuals in virtual communities and their way of organizing and representing informational content for the recovery of these actors. Despite not ignoring the characteristics of folksonomy, especially with regard to its implications for information retrieval, the focus should not be highlighting its gaps from a traditional perspective, but understanding its dynamic and complex nature and its unique relationship between order and disorder, in order to enrich its practice and stimulate the diversity and logical and cultural pluralism that makes a wide system of possibilities of organization.
Keywords: Folksonomy. Social Classification. Order. Disorder. Organization.
Artigo submetido em 07/11/2020 e aceito para publicação em 27/11/2020
1 INTRODUÇÃO
Na contemporaneidade, temos à disposição uma quantidade significativa de informações que se multiplica e se propaga vertiginosamente, provenientes das mais diversas fontes (GLEICK, 2013). Além disso, diversos dispositivos conectados em rede desempenham papel fundamental na reprodução dessas informações, tornando nítida a recente e já profunda influência das tecnologias nos processos sociais e informacionais.
A inclusão das tecnologias na vida cotidiana trouxe a urgência de novos espaços e modelos de participação e socialização, renovando as formas de se relacionar com o mundo e pensá-lo (PIZA, 2012). Como resultado, surgem novas práticas de representação, potencializadas pelas inúmeras interações que contribuem para que a comunicação entre os indivíduos se renove.
Sabendo que a informação e a comunicação em rede ampliam a visão de mundo dos indivíduos, os dispositivos tecnológicos proporcionaram uma experiência de produção e organização da informação àqueles que, inicialmente, eram apenas seus consumidores. Essa ampliação dos papéis de produtor e consumidor de informações tornou-se possível por meio da expansão da colaboratividade proposta pela Web 2.02, que, por meio de diversos recursos, permitiu que os usuários se expressassem nos ambientes virtuais.
É nesse cenário que se agrega uma das formas de colaboração entre os indivíduos em ambientes virtuais para representar e organizar informações – o uso da folksonomia. A folksonomia é uma linguagem popular gerada, compartilhada e fortalecida pelo ambiente colaborativo propiciado pelas redes sociais virtuais, que, por meio da linguagem natural, personaliza a representação e a recuperação de conteúdos na web, gerenciando as informações por intermédio da atribuição de palavras.
Nesse sentido, a folksonomia é uma ferramenta popular orientada por uma pragmática contextual, e não unívoca, como defende García Gutiérrez (2011), e propõe uma tentativa de buscar um cenário mais amplo diante da imposição do mundo digital e intercultural, por meio de um “posicionamento ético sensível às necessidades de conhecimento das mais diversas vozes sociais, a partir de uma atuação que respeite a diversidade e o pluralismo lógico e cultural” (ARBOIT, 2014, p. 383). Por isso,...
não poderia mais haver um conceito-mestre soberano do qual decorrem, derivam, subsistem todos os outros. Mas a teoria não toleraria conceitos esparramados em desordem. Tudo não é levado à desordem. Mas tudo comporta sua imersão na desordem. [...] Os conceitos-primeiros não são mais isolados, substanciais, autossuficientes. Eles são ligados e relativizados uns nos outros. (MORIN, 2005, p. 109).
Logo, é importante ter a percepção de que os usuários estão propondo novos arranjos para organizar e recuperar informações em rede, impulsionados por uma visão cosmopolita e colaborativa (GARCÍA GUTIÉRREZ, 2011) que sugere que a organização do conhecimento e da memória registrada deveria ser reapropriada a partir do pluralismo lógico e usos culturais desinentes das necessidades dos grupos.
Considerando que a folksonomia corrobora com a memória da informação científica e tecnológica à medida que dinamiza a indexação, objetivando a colaboração e resultante progresso da comunicação científica, esses novos e complexos arranjos propõem que as informações transitem entre os indivíduos de forma mais rápida e fluída, expandindo a difusão de conhecimentos.
Partimos, então, da compreensão de que a folksonomia é um fenômeno que não pode ser compreendido e explicado isoladamente e fora dos fenômenos que a cercam, o que corrobora com o pensamento de García Gutiérrez (2009) ao explicar que as coisas não existem isoladas, destacadas umas das outras e independentes, pois elas existem como um todo unido, coerente, onde as partes condicionam-se reciprocamente.
Para isso, trazemos como um elemento agregador da possibilidade de explicação do fenômeno da folksonomia a complexidade do pensamento de Edgard Morin, que critica e recusa que explicações sejam oriundas de pensamentos reducionistas, mas, que as explicações incorporem a multidimensionalidade do pensamento e a admissão da impossibilidade de um conhecimento completo e acabado.
Isto posto, esta pesquisa traz a possibilidade de compreender a folksonomia enquanto instrumento para a Organização e a Representação da Informação e do Conhecimento à luz dos conceitos de Ordem, Desordem e Organização discutidos por Morin (2005) na primeira parte do livro “O método 1: a natureza da natureza”, a partir da seguinte questão: os conceitos de ordem, desordem e organização de Morin (2005) podem contribuir para compreender a complexidade da folksonomia enquanto Sistema de Organização do Conhecimento (SOC)?
Para responder a essa pergunta, foi realizada uma pesquisa do tipo exploratória, com abordagem dialética, escolhida para nortear a pesquisa por compreender o mundo como um conjunto de processos, onde as coisas são analisadas na qualidade de objetos em movimento, havendo a possibilidade de se transformar e se desenvolver, uma vez que o fim de um processo pode ser o começo de outro (MARCONI; LAKATOS, 2003).
Desse modo, a pesquisa caracterizou-se como um estudo de natureza explicativa, por esclarecer como os conceitos de ordem, desordem e organização contribuem para compreender a folksonomia. Assim como um estudo de natureza bibliográfica que se apoia em publicações sobre o fenômeno aqui investigado.
Entretanto, cabe salientar que não se trata de uma pesquisa bibliográfica exaustiva, uma vez que a relação dos conceitos de Morin com a folksonomia é incipiente e deveras específica para a Ciência da Informação. Por conta disso, os estudos selecionados para contextualizar a folksonomia foram: a) em âmbito nacional: Catarino e Baptista (2009), Strehl (2011), Vieira e Garrido (2011), Assis e Moura (2013), Santana (2013) e Santos (2013); b) em âmbito internacional: Qin (2008), Díaz Piraquive, Joyanes Aguilar e Medina García (2009), Pérez Sanchidrián, Campos Posada e Campos Posada (2014) e Bullard (2018). A justificativa para a seleção desses estudos se deu pelo fato de que eles relatam a folksonomia em diferentes contextos, porém, buscam, em certa medida, explicá-la enquanto fenômeno.
Ademais, a escolha da obra de Morin (2005) no que tange aos conceitos de ordem, desordem e organização foi feita porque o autor traz uma reflexão que se distancia dos padrões tradicionais e finitos de pensamento, propondo que haja uma multidimensionalidade para compreendê-lo.
Essa caracterização metodológica corroborou com o objetivo geral da pesquisa de verificar se os conceitos de ordem, desordem e organização de Morin (2005) podem contribuir para compreender a complexidade da folksonomia enquanto SOC.
2 A ORDEM E A DESORDEM: a complexidade da organização
Inicialmente, para estabelecer um diálogo entre ordem e desordem é preciso compreender que elas não são mutuamente excludentes, ao contrário, a relação entre elas é essencialmente complexa, conjuntamente complementar, concorrente, antagonista e incerta (MORIN, 2005). Como explica o autor,
... a simplicidade nos intima a escolher um dos dois sistemas de referência: ordem/organização ou desordem. Mas a complexidade não nos demonstra sobretudo que não se deve fazer uma escolha? Não devemos, não podemos conceber a organização e a ordem ao mesmo tempo como desvio e como norma do universo, ao mesmo tempo como improbabilidade e probabilidade, ou seja, como desvio se transformando em norma, mesmo permanecendo desvio, improbabilidade se transformando em probabilidade local, mesmo permanecendo improbabilidade? (MORIN, 2005, p. 88, grifo do autor).
Partindo desse pressuposto, ordem e desordem não são conceitos absolutos, mas relativos e relacionais, o que introduz a complexidade lógica na transformação e relativização da visão do mundo, ajudando-nos a compreender a ordem na noção de desordem. Assim, o liame entre ordem e desordem se explica na extrema complexidade em que ambas se fundamentam e se relacionam (MORIN, 2005).
Apoiado nisso, o autor apresenta a interação enquanto noção intermediária entre desordem, ordem e organização, ligando esses três conceitos via interações, “em um circuito solidário, em que nenhum desses termos pode ser concebido além da referência aos outros e onde eles estão em relações complexas, ou seja, complementares, concorrentes e antagônicas” (MORIN, 2005, p. 74). Assim, “as interações são ações recíprocas que modificam o comportamento ou a natureza de elementos, corpos, objetos, fenômenos em presença ou em influência” (MORIN, 2005, p. 72), que em determinadas condições tornam-se inter-relações (associações, combinações, comunicações etc.) e dão origem a fenômenos organizacionais.
Assim, as ideias de ordem, desordem e organização se estruturam no que Morin (2005, p. 78-79) chama de “circuito tetralógico”:
O circuito tetralógico significa que as interações são inconcebíveis sem desordem, ou seja, sem desigualdades, turbulências, agitações etc., que provocam os encontros. Ele significa que ordem e organização são inconcebíveis sem interações. Nenhum corpo, nenhum objeto, pode ser concebido fora das interações que lhe constituíram e das interações das quais ele participa necessariamente. [...] O circuito tetralógico significa também que quanto mais a organização e a ordem se desenvolvem, mais elas tornam-se complexas, mais elas toleram, utilizam e até necessitam da desordem. Dito de outra forma, esses termos ordem/organização/desordem e, sem dúvida, interação se desenvolvem mutuamente uns nos outros. O circuito tetralógico significa então que não se saberá isolar ou hipostasiar algum desses termos. Cada um adquire sentido na sua relação com os outros. (MORIN, 2005, p. 78-79, grifo nosso).
A compreensão dessas inter-relações nos leva a evoluir da visão do mundo herdada da ciência clássica (que era centrada em ordem impecável, em equilíbrio) para uma visão mais ampla, singular e original do mundo (de ordem misturada à desordem, de desequilíbrio), além de impulsionar “mudança no mundo de nossos conceitos e questionar os conceitos-mestres com os quais nós pensamos e aprisionamos o mundo” (MORIN, 2005, p. 92, grifo nosso). Sobre isso, o autor elucida que
... o antigo universo era um relógio perfeitamente regulado. O novo universo é uma nuvem incerta. O antigo universo controlava e destilava o tempo. O novo universo é levado pelo tempo. [...] O antigo universo era reificado. Tudo ali participava de uma essência ou de uma substância eterna; tudo – ordem, matéria – era incriado e inalterável. O novo é desreificado. Não é apenas dizer que tudo ali é devir e transformação. É dizer que este universo está ao mesmo tempo, a toda hora, em parição, em gênese, em descomposição. O antigo universo se instalava em conceitos claros e distintos do Determinismo, da Lei, do Ser. O novo universo mexe nos conceitos, os transborda, os faz explodir, obriga os termos mais contraditórios a se colarem sem entretanto perderem suas contradições em uma unidade mística. [...] O novo universo não é racional, mas o antigo o era ainda menos: mecanicista, determinista, sem eventos, sem inovação, ele era impossível; ele era “inteligível”, mas tudo o que acontecia ali era completamente ininteligível [...]” (MORIN, 2005, p. 85, grifo nosso).
Dessa forma, Morin (2005) esclarece que a ordem instaurada e admitida na visão cartesiana do mundo não o tornava melhor representado, apenas o reduzia para ajustá-lo à capacidade humana de compreendê-lo e explicá-lo, antes que o pensamento complexo fosse posto em questão. Nesse aspecto, Morin (2005, p. 103, grifo nosso) explica que,
A ordem cessou de ser uma. Há ordem no universo, não há uma ordem. [...] A unidade do universo deve ser procurada além da ordem. [...] A ordem cessou de ser eterna. Ela é construída, produzida a partir do caos genésico e ela não é realmente separada dele, já que, como eu já disse, nós ainda não somos separados dele. A ordem cessou de ser exterior às coisas: ela passa a ser contextual, inseparável da materialidade específica dos elementos em interações e destas próprias interações; ela é comandada pelos fenômenos que ela comanda. [...] A ordem cessou de ser absoluta, tornou-se relativa e relacional. [...] Dessa forma, mais se considera sua origem, mais se considera o seu desenvolvimento no sentido da complexidade, mais a ordem desvenda a sua misteriosa dependência e bastardia com relação à desordem (MORIN, 2005, p. 103, grifo nosso).
É sob esse cenário que a folksonomia e a sua relação intrínseca com a complexidade entre ordem e desordem oferece uma relação de explicação e compreensão para o fenômeno afastando-se da exatidão esperada.
2.1 A natureza complexa da folksonomia enquanto sistema de classificação social
Classificar é uma ação instintiva do ser humano: classificamos para tentar compreender o mundo, as pessoas, as coisas – que se relacionam, ou não, conosco; e, muitas vezes, classificamos sem perceber que estamos classificando. A classificação é parte intrínseca das sociedades e é aceita naturalmente pelos indivíduos, uma vez que é feita por eles mesmos e está presente em toda parte, a todo instante.
Para Smiraglia (2014) a classificação permeia a atividade humana e pode ser vista como uma atividade que atravessa um amplo espectro de usos, do social ao acadêmico. Logo, há uma relação entre os padrões culturais de uma sociedade e a sua forma de classificar, uma vez que “os sistemas culturais de classificação se constituem com base nas formas de organização social” (ARAÚJO, 2006, p. 120), ou seja, o ato de classificar é mutável e dinâmico, conforme a atuação dos indivíduos em relação ao que eles classificam.
Por conseguinte, as classificações informais, que são desenvolvidas nas interações sociais, estão intimamente ligadas ao contexto social dos indivíduos e são as origens das demais classificações. Assim, existem diversos tipos de sistemas de classificação e não há apenas um sistema em vigor, o que há é a convivência entre alguns sistemas classificatórios. Há os sistemas menos complexos e simplistas (como aqueles baseados em dicotomias) e há os mais complexos e refinados na percepção das coisas, nos quais os agrupamentos (categorias e subcategorias) vão se tornando mais específicos (ARAÚJO, 2006).
No contexto da Ciência da Informação, não há como falar sobre classificação sem falar sobre taxonomia. As taxonomias são estruturas classificatórias hierárquicas de uma determinada área do conhecimento que têm por objetivo servir como instrumento para organizar, representar e recuperar informações – segundo uma ordem lógica, apoiada em princípios classificatórios que pressupõe uma relação entre os termos e os conceitos (CAMPOS; GOMES, 2007). Essas estruturas hierárquicas são consideradas por Santos (2013) uma maneira muito eficiente de organização da informação antes do surgimento da computação e da Internet.
Anteriormente, dependia-se de um serviço especializado que coletasse, tratasse e disseminasse informações para os usuários, que nessa estrutura participavam apenas dos processos de busca e recuperação da informação. Então, a classificação era uma atividade desenvolvida exclusivamente “de um para muitos”, com o objetivo de evitar inconsistências e garantir o bom funcionamento dos sistemas de recuperação da informação.
No entanto, as linguagens documentárias padronizadas, por si só, não são capazes de resolver todas as demandas de organização, busca e recuperação da informação (STREHL, 2011). Devido ao constante desenvolvimento do conhecimento humano e sua necessidade de comunicação eficiente, há contínuas contestações e readequações dos mais diversos instrumentos voltados para a organização da informação (ASSIS; MOURA, 2013).
A partir de Morin (2005) podemos dizer que um formalismo coerente sustenta essa organização, no entanto, tal estrutura cartesiana não dá conta dos elementos que constituem esta organização, que continuam a se agitar no fundo da indeterminação e da desordem. Isto poderia explicar o fato de que na década de 70 constituiu-se um novo paradigma tecnológico que concretizou um novo estilo de produção, comunicação e gerenciamento de informações, onde, a partir disso, passou-se a dar ênfase à interatividade, à formação de redes e à busca incansável de novas descobertas tecnológicas (CASTELLS, 1999).
Castells (1999) defende que além de aumentar a capacidade humana de organização e integração, a formação de redes subverte o conceito de um indivíduo separado e individual; ou seja, não é mais o indivíduo por si só que alimenta os processos de produção e organização, mas uma força socialmente combinada que integra a participação de todos em todos os processos (COCCO, 1999). A esse respeito, Morin (2005), quando fala sobre o jogo das interações, diz que para haver organização é preciso haver interações, as quais são provenientes dos encontros ocasionados pela desordem, agitação e turbulência – inerentes à participação de todos em todos os processos. Além disso, Morin (2005, p. 72, grifo nosso) menciona que,
... o número e a riqueza das interações aumentam quando se passa ao nível das ... interações, não mais apenas entre partículas, mas entre sistemas organizados; [...] quanto maiores a diversidade e a complexidade dos fenômenos em interação, maiores são a diversidade e a complexidade dos efeitos e transformações resultantes dessas interações. (MORIN, 2005, p. 72, grifo nosso).
Consequentemente, a cooperatividade proposta pela Web 2.0 revolucionou a forma de produzir, representar, organizar, disseminar e recuperar informações: hoje, qualquer indivíduo tem a possibilidade de participar ativamente da produção à recuperação dos conteúdos disponíveis em rede, interagindo de forma colaborativa e contribuindo para o desenvolvimento de um novo processo de organização da informação. Logo, por ser uma tarefa distribuída entre os inúmeros usuários de um serviço, que não segue uma única diretriz orientando a representação dos conteúdos, a classificação social é atualmente um dos métodos mais populares de organização.
Nessa perspectiva, Qin (2008) defende que esses novos ambientes podem ser vistos como espaços sociais semânticos onde são identificadas comunidades virtuais que se organizam em torno do compartilhamento de informações por meio de conceitos relevantes. Para o autor, esse espaço social semântico apresenta-se numa tríade circular composta pelos agentes comunicacionais humanos, uma rede de conceitos e um conjunto de etiquetas.
A partir do método de Morin (2005, p. 57, grifo nosso), essa democratização nos processos classificatórios se respalda na concepção de que
... as partículas que aparecem não podem mais ser consideradas como objetos elementares claramente definíveis, identificáveis, mensuráveis. A partícula perde seus atributos mais certos da ordem das coisas e das coisas da ordem. Ela se agita, se dissocia, se indetermina, se polidetermina sob o olhar do observador. [...] Sua substância se dissolve, e o elemento estável vira o fato aleatório. Ela não tem mais localização fixa e inequívoca no tempo e no espaço. (MORIN, 2005, p. 57, grifo nosso).
À vista disso, as formas de publicar, compartilhar e organizar informações em rede foram potencializadas pelos próprios usuários, agora integrantes de uma rede mais participativa, que possibilitou a intervenção dos indivíduos no intuito de atender às suas próprias necessidades. De acordo com Santos (2013), os avanços tecnológicos da informação e comunicação não são os únicos responsáveis por essa mudança de atuação dos atores envolvidos, mas também o desenvolvimento de uma cultura de colaboração que evidencia a sociabilidade dos usuários.
Folksonomia foi um termo cunhado em 2004 pelo arquiteto da informação Thomas Vander Wal, que fez uma analogia ao termo taxonomia, mas se referindo ao povo (folk). A folksonomia é o resultado da atribuição livre e pessoal de termos (tags3, palavras-chave, etiquetas) aos documentos, que se origina das ações de indexação desempenhadas por usuários, com o objetivo de agrupar/classificar informações para posterior recuperação (CATARINO; BAPTISTA, 2009).
Fazendo alusão à Morin (2005, p. 90), nas formas de interação em ambientes virtuais “não há permuta de um termo simples, a ordem, por um outro termo simples, a desordem. Isso significa que há busca de inteligibilidade não na alternativa e na exclusão, mas na inter-relação, na interação, na interdependência das ideias de ordem, desordem e organização”. Assim, esse novo método não apenas ampliou as possibilidades de indexação e recuperação dos documentos, mas também transformou a navegação em rede numa experiência social (STREHL, 2011), visto que “traz o sujeito informacional para o núcleo da discussão e permite conceber a validação terminológica e as dinâmicas da linguagem como o resultado das práticas colaborativas voltadas às ações de representação da informação” (ASSIS; MOURA, 2013, p. 102).
É interessante observar como as folksonomias rompem com as teorias clássicas da construção do conhecimento, porque embora elas não apresentem relações formais ou outras relações hierárquicas, elas naturalmente estabelecem relações que, de alguma forma, contribuem para a geração de conhecimento, na medida em que compartilham e organizam informações por tópicos relacionados (DÍAZ PIRAQUIVE; JOYANES AGUILAR; MEDINA GARCÍA, ٢٠٠٩).
As múltiplas expressões de conteúdo publicadas nesses sistemas têm sido especialmente interessantes para a criação de uma representação da realidade que é espontaneamente articulada por meio das categorias e etiquetas construídas pelos próprios usuários, com base em seus gostos, preferências, temas, tendências e grupos. Tudo isso permite a identificação das características dos diferentes domínios de usuários que interagem nessas plataformas (PÉREZ SANCHIDRIÁN; CAMPOS POSADA, R.; CAMPOS POSADA, G., 2014).
Nesse sentido, Bullard (2018) explica que a folksonomia começa com a premissa de que a descrição e a recuperação são o trabalho cumulativo de um grande conjunto distribuído de indivíduos, envolvendo elementos de colaboração e trabalho em equipe. Enquanto alguns elementos dos SOC tradicionais representam a evitabilidade de campos abertos, essa é a premissa de um sistema de etiquetas: o usuário não terá que consultar ou ser limitado por um conjunto de termos predefinidos. Muitas coleções digitais contemporâneas são geradas pelo usuário e seu tamanho e velocidade de crescimento desafiam os SOC tradicionais. Esses elementos demarcam um espaço contrastante dos SOC tradicionais, uma vez que é operacionalizado fora da comunidade de especialistas.
Fazendo analogia ao jogo da desordem, da ordem e da organização explicado por Morin (2005), podemos compreender a folksonomia como um “jogo” da classificação social – onde os indivíduos são “as peças do jogo”, a classificação social e a prática colaborativa são “as regras do jogo” e “o acaso das distribuições e dos encontros” se dá por meio das interações entre eles. Segundo Morin (2005, p. 78):
Pode-se dizer jogo porque há peças do jogo, as regras do jogo e o acaso das distribuições e dos encontros. [...] O jogo é então cada vez mais variado, cada vez mais aleatório, cada vez mais rico, cada vez mais complexo, cada vez mais organizador. [...] Ele permite desenvolvimentos locais, insulares de ordem e de organização, inseparáveis dos desenvolvimentos da diversidade. (MORIN, 2005, p. 78).
Em concordância, Cocco (1999) acredita que compreender essas inovações aplicadas ao novo paradigma de organização, cuja mecânica implica em níveis cada vez mais importantes de cooperação e de subjetividade nas redes de comunicação, uma vez que “não se pode mais ignorar as contradições e as polissemias presentes na linguagem, nos conceitos, no processo de construção do conhecimento porque todos são e devem ser considerados reflexo do pluralismo cultural e do dinamismo que inexoravelmente fazem parte da vida em sociedade” (ARBOIT, 2014, p. 385).
Ao lidarmos com uma realidade que é multifacetada, a forma que escolhemos para organizar e dividir o mundo pode variar, ser reorganizada e customizada para cada usuário, a cada nova tarefa (VIERA; GARRIDO, 2011). Assim, os documentos podem ser classificados em diferentes categorias plausíveis nas quais os usuários poderão encontrá-los, não precisando necessariamente seguir uma estrutura padrão de categorias para tornar a recuperação da informação produtiva e eficiente (GARCÍA GUTIÉRREZ, 2011). Assim, a aparente desordem “permite (flutuações), alimenta (encontros) a constituição e o desenvolvimento dos fenômenos organizados. Ela co-organiza e desorganiza, alternadamente e ao mesmo tempo”. (MORIN, 2005, p. 99).
Quer dizer, ao se deparar com determinada informação, os processos de reconhecimento de significados na mente de um sujeito são diversos e são formados pela experiência ou conhecimento prévio que ele possa ter em relação ao que aquela informação representa (ASSIS; MOURA, 2013). As experiências pessoais, acadêmicas, profissionais e culturais exercem influências sobre o modo como os sujeitos definem as etiquetas, que podem representar de forma subjetiva, objetiva ou prática os conteúdos dos documentos.
Portanto, as etiquetas não são resultado apenas de uma diversidade de formas de expressão permitidas pela linguagem, mas elas “provêm, também, de uma imensidão de significados que podem ser atribuídos a um mesmo documento por diferentes indivíduos provenientes de inúmeros contextos” (SANTOS, 2013, p. 97), logo, existindo formas variadas de representação para um único conceito, “a desordem é uma desordem que, em vez de se degradar, faz existir”. (MORIN, 2005, p. 58). Morin (2005, p. 108) explica essa desordem a partir de um questionamento relatado a seguir:
A desordem do mundo faz parte da ordem do mundo, ou a ordem do mundo faz parte da desordem do mundo? [...] Em nossa incerteza, só podemos manter as duas ortodoxias contrárias, uma aberrante com relação à outra, e considerar os fenômenos de organização ao mesmo tempo como núcleo e desvio. Mais uma vez surge o problema do observador, de seu ponto de vista, sua lógica, seu desejo, seus medos, dos limites de seus conhecimentos, incerto até de sua incerteza já que ele não sabe se é a sua incerteza que ele projeta no universo ou se é a incerteza do universo que chega à sua consciência. (MORIN, 2005, p. 108).
Todavia, essa desordem acarreta certas desvantagens para a folksonomia: a ausência de controle terminológico e de regras gerais4 pode resultar num aglomerado de termos desordenados, o que possivelmente irá interferir no resultado da recuperação da informação – contudo, precisamos ser conscientes de que tentar controlar a folksonomia vai de encontro à essência da classificação social. Além disso, Strehl (2011) explica que a folksonomia não foi desenvolvida com a incumbência de representar os conceitos dos documentos no âmbito de um sistema de informação, mas, simplesmente, como um recurso de organização de informações que funciona de acordo com as conveniências individuais de cada rede, usuário e grupo de usuários.
Esse aparente caos gerado pela “terminologia caótica” da folksonomia é amparado por Morin (2005), que diz que se vê apenas destruição ou desorganização no caos. No entanto, a ideia de caos traz consigo uma ideia energética, de fervura e turbulência, “uma ideia de indistinção, de confusão entre poder destrutor e poder criador, entre ordem e desordem, entre desintegração e organização” (MORIN, 2005, p. 80, grifo nosso). Assim, o autor esclarece que,
... a desordem não é uma entidade em si, ela é sempre relativa a processos energéticos, interativos, transformadores ou dispersivos. Suas características se modificam de acordo com esses processos. Nós vimos que não há uma desordem: há várias desordens embaralhadas e interferentes: há desordem na desordem. Há ordens na desordem. [...] Não se pode classificar, de um lado, as desordens “positivas” geradoras, construtoras e, de outro, as desordens destrutoras, dispersoras.” (MORIN, 2005, p. 99-100, grifo do autor).
Como produto dessa desordem, as inconsistências irão persistir, já que não existe classificação certa ou errada no mundo colaborativo da folksonomia, ao contrário, uma das suas características mais marcantes é o respeito às diferenças culturais e características pessoais de quem a utiliza – exatamente o que gera a sua paradoxal ordem desordenada. Sendo assim, compreender a sua natureza, funções e características ajudará a compreender de que maneira ela pode contribuir para os processos a organização da informação em ambientes virtuais.
3 CONSIDERAÇÕES
O impacto das práticas contemporâneas de representação, organização e recuperação da informação por um número tão variado de usuários gerando e gerenciando informações com tamanha liberdade e suas contribuições para a existência de uma desordem de informações em ambiente virtual acabam por revelar as características da folksonomia: sua natureza complexa gera desordem ao se ordenar em seus processos de organização.
No entanto, não há necessariamente exclusão entre fenômenos desordenados e ordenados, mas eventualmente complementaridade.
Como vimos ao longo da reflexão, a relação entre ordem e desordem exige princípios mediadores: a ideia crucial de interação; a ideia de transformação (transformações de elementos dispersos em um todo organizado e, inversamente, de um todo organizado em elementos dispersos) e, por fim, a ideia-chave de organização.
Apropriando-se desse método de estudo, a natureza da folksonomia pode ser compreendida a partir da interação dos indivíduos nos processos de classificação, que são capazes de transformá-la em um processo de indexação a partir do seu próprio método de organização.
Portanto, é importante que para a compreensão da folksonomia tenha-se a percepção de que os usuários estão propondo esses novos arranjos para organizar e recuperar informações, impulsionados pela colaboração necessária à manutenção e progresso das redes em ambientes virtuais. Trata-se de um distanciamento das formas tradicionais de organização e uma aproximação com formas contemporâneas em ambientes virtuais e, diante disso, é necessário compreender os fenômenos informacionais que ocorrem nesse âmbito, a fim de viabilizar transformações nos produtos e serviços de informação, melhorando a aprendizagem colaborativa e o compartilhamento de informações para os usuários que possuem papéis ativos nos contextos digitais.
Nessa perspectiva, torna-se necessário compreender como a folksonomia pode se desenvolver e melhorar a qualidade da indexação para a recuperação sem descaracterizá-la pelo seu caráter colaborativo. Isto é, a folksonomia pode buscar se aperfeiçoar por meio do entendimento da sua complexidade, do fortalecimento dos laços entre os usuários e a rede com a qual estão dispostos a cooperar.
Portanto, concluímos que os conceitos de ordem, desordem e organização permitem compreender adequadamente a gênese e a função da folksonomia para os SOC. Ao distanciá-la dos sistemas tradicionais torna-se possível compreendê-la a partir da complexidade que ela carrega ao apoiar as relações entre os indivíduos nas comunidades virtuais e sua maneira de organizar e representar conteúdos informacionais para recuperação desses atores.
Afinal, apesar de não ignorar as características da folksonomia, especialmente no tocante às suas implicações para a recuperação da informação, o foco não deve ser o destaque às suas lacunas a partir de uma visão tradicional, mas sim a compreensão da sua natureza dinâmica e complexa e sua relação singular entre ordem e desordem, no intuito de enriquecer a sua prática e estimular a diversidade e o pluralismo lógico e cultural que a torna um sistema amplo de possibilidades de organização.
REFERÊNCIAS
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1 Docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Universidade Federal de Pernambuco, Brasil
Bolsista de Produtividade do CNPq. ORCID https://orcid.org/0000-0003-1346-3808. E-mail: fabiopinho@ufpe.br
2 A web 2.0 pretende aproveitar ao máximo as vantagens de se utilizar a rede como uma plataforma que abrange todos os dispositivos conectados. Quanto mais pessoas se conectarem, melhor e mais contínua será a atualização dos dados, os quais são provenientes de várias fontes e inseridos e replicados pelos próprios usuários, criando uma “arquitetura de participação” (O’REILLY, 2009).
3 Vocábulo em inglês que significa etiqueta, rótulo.
4 Como controle do alfabeto e idioma usados, da ambiguidade, dos sinônimos ou homônimos, do plural ou singular, das palavras simples ou compostas, dos termos inexatos, sem sentido ou que só tem significado para um usuário ou um grupo específico de usuários que o utilizou, que geralmente não percebem essas variações.
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