A PRODUÇÃO ACADÊMICA EM MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA NA UFPB (2007-2020):
o que revelam as pesquisas científicas


ACADEMIC PRODUCTION IN MEMORY, TRUTH AND JUSTICE AT UFPB (2007-2020): what scientific research reveals

Maria de Nazaré Tavares Zenaide1

Julyanna de Oliveira Bezerra2

RESUMO

O artigo tem como objetivo analisar a produção acadêmica e bibliográfica acerca dos temas Memória, Verdade e Justiça na UFPB. Trata-se de uma pesquisa de cunho quali-quantitativo com a técnica de análise de conteúdo dos sumários e de resumos das teses e dissertações junto aos sites das coordenações de cursos de Programas de Pós-Graduação em Educação, Ciência da Informação, História, Direitos Humanos, Ciências Jurídicas e Gestão nas Organizações Aprendentes da UFPB de 2007-2020. A pesquisa realizou, também, um levantamento dos projetos de pesquisa e extensão, além da produção docente nas temáticas estudadas. Como resultado, identificou-se as temáticas e categorias presentes na produção acadêmica da pós-graduação na UFPB referente à Memória, Verdade e Justiça.

Palavras-Chave: Estado de Exceção. Memória e Verdade. Educação Superior. Direitos Humanos.

ABSTRACT

The article aims to analyze the academic and bibliographic production on the themes Memory, Truth and Justice at UFPB. It is a qualitative and quantitative research with content analysis technique of the indexes and summaries of theses and dissertations at administrative offices’ websites of courses of Postgraduate Programs in Education, Information Science, History, Human Rights, Legal Sciences and Management in Learning Organizations of UFPB from 2007 to 2020. The research also carried out a survey of research and extension projects, in addition to teacher’s production on the topics studied. As a result, were identified the themes and categories present in the academic production of graduate studies at UFPB, referring to Memory, Truth and Justice.

Keywords: Exception Status. Memory and Truth. College Education. Human Rights

Artigo submetido em 29/11/2020 e aceito para publicação em 12/12/2020

1 INTRODUÇÃO

Há de se falar em liberdade. E aliás é bom que se diga que

quando num país se começa a falar muito em liberdade

é sinal de que ela não existe ou está para desaparecer.

(Dias Gomes, dramaturgo brasileiro, 2002)

O ano de 1964 no Brasil pode ser entendido como efervescente no que se refere aos rumos da política nacional. A classe trabalhadora estava ocupando espaços através de suas lutas sociais por melhores condições de vida e trabalho, tendo em vista que o governo em exercício do Partido Trabalhista Brasileiro, simpatizante da causa operária, no propósito de construir um modelo econômico nacional-desenvolvimentista-popular, propôs reformas de base em diversos setores: agrário, bancário, tributário, administrativo, educacional e eleitoral, como resposta às demandas da sociedade brasileira. Entretanto, devido à Guerra Fria o mundo vivia polarizado entre os defensores da ideologia liberal-capitalista, representados pelo Bloco Ocidental sob a liderança dos Estados Unidos da América e os países pertencentes ao Bloco do Leste-Europeu, liderados pela União Soviética, conflito este, que foi objeto da implantação de ditaduras3 no Cone-Sul.

No Brasil, a tensão se fazia visível entre as elites agrárias e industriais, que, temendo perder posição econômica e privilégios de classe argumentavam a necessidade de destituição do presidente por um golpe de estado, com a justificativa de que o país estaria avançando em direção à “ameaça vermelha”. Com financiamento por parte dos Estados Unidos de uma campanha publicitária produzida pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais – IPES e a Operação Brother Sam, que significou apoio logístico e militar através de uma frota marítima presente na costa brasileira caso houvesse resistência social, estaria gestando as condições para a instalação da ditadura militar. Com um amplo apoio das classes dominantes, de setores médio, midiáticos e religiosos4 as Forças Armadas ocuparam o Rio de Janeiro levando o presidente a ter que deslocar-se para o Rio Grande do Sul, onde receberia apoio militar e político de resistência ao golpe de estado.

Diante do rearranjo das forças políticas de oposição ao presidente João Goulart com a coordenação de membros das forças armadas e grupos civis, seu governo não teve condições políticas de levar as propostas de reforma de base adiante, uma vez que o regime democrático fora interrompido com a destituição do presidente diretamente eleito pelo voto direto, sendo declarado a vacância do cargo de presidente da República pelo senador Auro Moura Andrade, em Sessão do Congresso Nacional da madrugada de 1º de abril para 2 de abril de 19645.

A ascensão do autoritarismo ao poder representou o silenciamento das forças adversárias, que foram alijadas do parlamento e do executivo, após as cassações de mandatos instituídas pelos Atos Institucionais, além de prisões, do exílio e banimento. O golpe de estado viria a interromper o processo histórico de expansão das contradições sociais existentes no Brasil, um país subdesenvolvido, com heranças escravistas e oligárquicas, com atraso econômico e social, além de uma hegemonia de relações de opressões marcadas pelo machismo, o racismo e a exclusão social. Sobre o silenciamento sofrido pela classe trabalhadora Fernandes (1994, p. 105), ao comentar sobre as manobras que levaram ao golpe, dirá que:

[...] O que se procurava impedir era a transição de uma democracia restrita para uma democracia de participação ampliada, que prometia não uma ‘democracia populista ou uma “democracia de massas’ (como muitos apregoam), mas que ameaçava o início da consolidação de um regime democrático-burguês no qual vários setores das classes trabalhadoras (e mesmo de massas populares mais ou menos marginalizadas, no campo e na cidade) contavam com crescente espaço político próprio.

As elites brasileiras têm respondido historicamente com o uso extremo da força, quando operários, camponeses e estudantes têm lutado para ampliar a conquista de direitos individuais e coletivos, foi assim, com as lutas coloniais, no Império e na República. De fato, desde os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart que já vinha acontecendo uma forte preocupação de setores militares no que tange às revoltas e insatisfações populares e sindicais para com a situação de desigualdade social e marginalização alcançada no país.

O dissenso seja onde estivesse, na sociedade ou nos poderes legislativo, judiciário e executivo deveria ser eliminado, objetivando assim uma falsa sensação de completo apoio civil aos acontecimentos de abril de 1964. O golpe de estado, contudo, não se preocupou apenas com setores da sociedade que estavam lutando por direitos e mais espaço de participação política nas decisões de Estado. Duas áreas de maior interesse dos militares, sem sombra de dúvidas, o campo da segurança pública e manutenção da ordem autoritária e o campo da educação, que quando libertadora, pode agir na direção da transformação e emancipação social.

A então Universidade Federal da Paraíba, anteriormente a 1955, Universidade da Paraíba, foi uma das Instituições de Ensino Superior (IES) que no período ditatorial sofreu vigilância e intervenção, com a destituição do reitor Mário Moacyr Porto em 4 de abril de 1964 (FERREIRA e FERNANDES, 2006). Em seu lugar, assumiu como interventor, o Capitão Médico Guilardo Martins Alves6, que, segundo Motta (2014, p. 43) “se mostrou atento às demandas repressivas, mas também hábil para angariar apoios, inclusive externos à universidade, e com isso conseguiu garantir sua eleição pelo Conselho Universitário” em 14 de abril de 1964.

A presente pesquisa, inserida no PIBIC-UFPB de 2019-2020, tem como objetivo contextualizar, levantar e analisar a produção acadêmica em seis programas de pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba (PPGH, PPGDH, PPGE, PPGCI, PPGCCJ e MPGOA), por meio de um levantamento bibliográfico acerca dos temas Memória, Verdade e Justiça. Em suma, trata-se de pesquisa bibliográfica de cunho quali e quantitativo realizada com a técnica de análise de conteúdo dos resumos e sumários dos trabalhos identificados na plataforma oficial dos programas, a fim de extrair as categorias de análise. Conclui-se então que, dado as diferentes áreas do conhecimento, as temáticas e categorias presentes nos trabalhos são diversificadas e articuladas ao tema proposto. Com relação a extensão e a pesquisa docente, o trabalho realizou um levantamento dos projetos de Pibic e de Extensão junto ao site das Pró-Reitorias da UFPB.

2 ESTADO DE EXCEÇÃO E INTERVENÇÃO NAS UNIVERSIDADES NO BRASIL

Além de setores da sociedade civil que buscavam sua emancipação política através de manifestações sociais pela “democracia de participação ampliada”, outro quesito preocupava os militares: a educação, especialmente, o ensino superior. Não foi à toa que as IES foram um dos primeiros setores a sofrer intervenção e ataque a autonomia universitária, tendo em vista a capacidade da educação em poder formar o cidadão para a emancipação e o pensamento crítico.

Os estudantes secundaristas e universitários foram os segmentos que acamparam as ruas para repudiar contra o golpe de estado e pela defesa da volta à democracia. A União Nacional dos Estudantes articulou a união de forças sociais progressistas nas lutas por libertação, a exemplo da União Brasileira de Mães que se somaram as lutas contra as arbitrariedades e perseguições dos estudantes bem como contra a proposta de Reforma Universitária – Acordo MEC-USAID. A Marcha da Família pela Liberdade e a Marcha pela Liberdade realizada em 1968 contra o golpe de estado de 1964 foram exemplos de manifestações em defesa das liberdades democráticas na contramão da Marcha da Família com Deus pela Liberdade de 1964.

No Brasil, a movimentação social também era refletida na academia, pois era razoável o número de jovens universitários engajados politicamente em passeatas e manifestações de protestos, em movimentos de cultura popular, em campanhas de alfabetização, em organização das populações periféricas nos movimentos de base e atividades promovidas pelos sindicatos. Entretanto, no âmbito internacional, as universidades foram historicamente, um campo aberto para a liberdade de pensamento, é tanto, que desde a década de 1950 e 1960, durante os conflitos da guerra fria, que estudantes de vários países lutaram contra a guerra do Vietnã, as ditaduras no continente latino-americano, embalados com a conjuntura internacional no movimento de maio de 1968 (MOTTA, 2014; MORIN, LEFORT e CASTORIADIS, 2018).

Com o desenrolar dos fatos, ressalta Motta (2014) era constante a preocupação dos estudantes e professores com a repressão, pois os livros e materiais ditos “comunistas” pelos censores deveriam ser eliminados, para garantia da integridade física de quem os possuísse. Nesse sentido, bibliotecas de universidades, livrarias e editoras, além de jornais e produção artísticas passaram a serem alvos constantes da censura ideológica e da repressão.

Como uma das medidas de proteção individual frente à censura, intelectuais chegaram até a necessidade de queimar e ou enterrar livros e documentos para evitar prisões e a repressão. Já os profissionais da comunicação exilados, segundo Cruz (2002), tiveram na imprensa internacional espaços de publicações e crítica ao autoritarismo no Brasil e América Latina, conforme estudos dos periódicos publicados no exilio.

Artistas, jornalistas, parlamentares eram constantemente ofendidos por seus posicionamentos políticos, o que acabou gerando onda de protestos e denúncias, além de prisões, exílio e banimentos. Segundo Motta (2014, p. 28) “a exposição pública de informações sobre prisões, atos de censura e outros tipos de violência cometidos por agentes estatais causou desconforto e minou parte da legitimidade almejada pela nova ordem”. Contudo, as denúncias não foram suficientes para parar a repressão institucionalizada e o expurgo de professores, estudantes e servidores técnico-administrativos continuou de forma escancarada. Ainda de acordo com o pesquisador,

Os lugares de detenção eram delegacias, penitenciárias e quartéis, mas houve casos de navios transformados em prisão temporária, indício da falta de espaço para acolher os detidos da primeira onda repressiva. Na baía de Santos, o velho navio Raul Soares ‘abrigou’ alguns intelectuais paulistas, ao lado de centenas de operários e trabalhadores. (MOTTA, 2014, p. 29)

Além da perseguição constante, docentes e estudantes ainda sofriam com denúncias de colegas que agiam como informantes, em face da sua posição política antidemocrática. Não era raro ver denúncias que desdobravam em expurgos por parte de membros da mesma universidade tendo como alvo os cargos e oportunidades de trabalho.

No que se refere às substituições de reitores nas universidades brasileiras provocada diretamente pela junta militar que assume o comando do golpe de estado, seis casos são identificados, a saber: UFPB, UnB, UFG, UFRJ, UFES e URGS. A então jovem UnB, fundada em 1962, numa perspectiva de universidade engajada e democrática foi interpretada pelos militares como uma IES com uma visão deturpada de universidade, em virtude da acusação política de doutrinamento comunista que transformariam os estudantes em jovens “esquerdizados”. (livro UnB) Por essa particularidade de uma universidade avançada, a UnB junto com a UFMG foi uma das IES mais reprimida, sendo seu campus universitário transformado em campo de guerra, sendo ocupados por Policiais Militares e pelo exército, de armas em punho.

A repressão sofrida pelas universidades, como se encontra demonstrado no quadro 01, não foi casual. Através de leis e decretos, os militares planejaram um processo de repressão sistemático, a fim de que as forças sociais de resistências ao regime autoritário fossem eliminadas.

QUADRO 1 – Linha do Tempo sobre os fatos históricos sobre a repressão as universidades brasileiras (1964-1985)

ANO

AÇÃO

Em 27 de outubro de 1964

Lei Suplicy – Extinção da UNE e das UEES

Criação da Lei nº 4.464 de 9 de novembro de 1964.

Dispõe sobre os órgãos de participação estudantil e dar outras providências. Proíbe atividade política das organizações estudantis.

1964

Invasões das forças de repressão na UnB, Faculdade de Filosofia da USP com depredação da Biblioteca, laboratórios, bem como da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Expurgo de reitores e dirigentes universitários, criação de comissões especiais de investigação para investigar docentes, discentes, técnicos e dirigentes gerando práticas de perseguição e controle ideológico e terrorismo cultural, invasão e destruição da sede da UNE, Ilegalidade da UNE, Acordo MEC-USAID.

1965

Invasão das forças de repressão na UNB e na USP.

1966

Invasão das forças de repressão da Faculdade de Medicina da Praia Vermelha – UFRJ, criação do Conselho de Reitores – CRUB, Relatório Acton, Lei nº53-1966 da Reforma Universitária. Criação do Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária – CRUTAC, Projeto RONDOM, Acordos entre o Brasil e o Conselho de Cooperação Técnica da Aliança para o Progresso para treinamento de técnicos rurais, modernização administrativa universitária, aperfeiçoamento do ensino primário e médio.

1967

Acordos MEC-USAID para Cooperação Técnica para treinamento de técnicos rurais, modernização das universidades criação da Comissão Meira Matos para analisar a crise estudantil e propor mudanças para o ensino univeritário. Decreto-Lei 252 da Reforma Universitária criando as estruturas departamentais.

Em 26 de fevereiro de 1969 institui o Decreto-lei nº 477.

O Decreto-lei nº 477 restringe a participação política universitária.

Em 28 de janeiro de 1970

Jarbas Passarinho, Ministro da Educação institui taxas de cobrança nas universidades públicas e reforma política salarial.

Em 3 de março de 1970

Criação de 72 órgãos no MEC, como Conselho Federal da Educação (CEE), Divisão de Segurança e Informação (DSI).

Em 21 de março de 1970

Em 21 de março de 1970, a Comissão Nacional de Educação Moral e Cívica (CNEMC) cria em caráter obrigatório a disciplina Educação Moral e Cívica nas escolas e Estudo de Problemas Brasileiros na Educação Superior.

Em 9 de junho de 1971

O general Médici transforma a CAPES em órgão autônomo do MEC ficando vinculado ao CNPq.

Em 9 de março de 1971

Dezoito entidades estudantis de SP enviam carta aberta ao MEC pedindo revogação do Decreto 477/1969 proibindo a participação estudantil.

Em 24 de março de 1975

O general Ernesto Geisel regulamenta a Divisão de Segurança e Informação (DSI) subordinando ao SNI, para cuidar “da segurança, mobilização, informação e contra-informação em todas as áreas do MEC.

1977

Invasão das forças de repressão na PUC-São Paulo com a prisão de 600 univrsitários, prisões de 200 universitários da UNB, passeata de 5 mil estudantes em São Paulo.

1979

Manifestação no dia 1º de maio pela Anista, Congresso da UNE em Salvador com 10 mil universitários, Lei nº 6.733-79 criando as Fundações Universitárias.

1982 E 1984

Greve Nacional das Universidades Federais.

Fonte: ABRIL 1986; ZENAIDE (2010); (MOTTA, 2014)

Para Fávero (1991) a resistência estudantil universitária foi objeto de investigação norteamericana no Brasil, resultando no Relatório de Rudolph Philippi Atcon que se desdobrou na Lei nº 5.540/1968, referente à Reforma Universitária. O projeto modernizador-conservador, inspirado no modelo americano, altera a vida universitária implantando o sistema de créditos e a gestão departamental segmentando as áreas de conhecimento e os segmentos universitários.

Enquanto setores democráticos e de esquerda idealizavam uma universidade com educação para as massas, onde os filhos da classe trabalhadora estudassem e ascendessem socialmente através do estudo público gratuito, o governo militar optou por um modelo modernizador-conservador atrelado ao processo de aceleração do desenvolvimento capitalista, poia se de um lado expandia os cursos e campus universitários, ao mesmo tempo expandia o processo de privatização da educação superior no país. Através de uma série de acordos entre o MEC e a Agency for International Development conhecidos posteriormente como Acordos MEC-USAID, com a entrada do financiamento privado, a reforma foi comandada por técnicos e assessores americanos, que colocaram em prática o projeto de privatização da universidade (GOMES, 2002).

3 A UFPB EM TEMPOS AUTORITÁRIOS

A intervenção na UFPB sucedeu de forma totalmente arbitrária e sem espaço para resistência. O então desembargador e reitor da Universidade Mário Moacyr Porto estava em viagem ao Rio de Janeiro, tratando de interesses da Instituição. Ao regressar a João Pessoa, por meio de ofício fora informado pelo comandante do Grupamento de Engenharia, Arthur Duarte Candall da Fonseca que seria destituído em virtude das novas medidas cometidas pelo golpe.

O ofício, que decorei, dizia o seguinte: ‘Comunico a Vossa Senhoria (já estava destituído do título de Magnífico...) que este comando militar, zelando pelos princípios de renovação da Revolução, resolveu intervir nessa Universidade. Cumpre esclarecer que a sua destituição do cargo de reitor não decorre de nenhuma dúvida quanto à sua probidade, ou suspeita de atividade subversiva’ [...] A Revolução estava punindo as pessoas sob dois fundamentos: subversão e corrupção. [...] Mas, mesmo assim, não me conformei e fiz uma resolução, talvez até um pouco precipitada, pedindo ao novo reitor, o Guilardo – que já estava empossado como interventor – para que fizesse uma devassa na minha administração, apesar de que o ofício me isentava de qualquer culpa. [...] Pedi uma certidão e eles me forneceram, dizendo que não existia nenhuma irregularidade. (PORTO, 1994, p. 444)

Moacyr Porto como desembargador era possuidor de reconhecimento social nos meios jurídicos e acadêmicos além de ser membro da Academia Paraibana de Letras. Tomou posse como reitor da UFPB em abril de 1960, sendo professor fundador da primeira cadeira de Direito Civil da antiga Faculdade de Direito. Em seu reitorado foi ampliada a representação dos estudantes junto ao Conselho universitário (CONSUNI).

Em depoimento7, o professor de Filosofia Francisco Pereira da Nóbrega, ao falar sobre a destituição do reitor, afirma que:

Havia problemas entre Mario Moacyr Porto e a Faculdade de Medicina sim. O problema era que Mário queria democratizar a Universidade. Estudavam Medicina os filhinhos de papai e eram professores esses profissionais liberais de classe alta. O Reitor quis profissionalizar o professor de Medicina, quis que aquele pessoal tivesse dedicação exclusiva, mas aquilo continuava a ser um bico. (NÓBREGA apud GOMES, 2006, p. 52)

Não seria por acaso que Guilardo Martins Alves, Capitão Médico do Exército e fundador da Faculdade de Medicina e Enfermagem da UFPB, fora escolhido pela junta militar para assumir o cargo de reitor na Instituição. De acordo com Cittadino, o reitor-interventor era contra o movimento estudantil, afirmando em primeira reunião como presidente do CONSUNI sobre a UNE, que segundo ele “recebia vultosos recursos de entidades nacionais e internacionais, destinando-as à subversão e comunização da juventude universitária, sem obrigação de prestar contas do número recebido” (MARTINS, apud CITTADINO, 1993, p. 12).

Zenaide (2010, p. 174) decifra os tipos de violações aos direitos civis, políticos e econômicos ocorridos durante 1964-1985, contra professores, gestores, estudantes universitários e técnicos-administrativos, a exemplo:

QUADRO 2 Retrato das violações aos direitos humanos durante a ditadura militar na UFPB

(1964 – 1979)

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

TIPOS DE VIOLAÇÕES DE DIREITOS

Direito à Vida

Artigo III

Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

  • Constrangimento mediante violência ou grave ameaça, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico.

Direito de Liberdade

Artigo XIII

 ١. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.

2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo XVIII

Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular

Artigo XIX.

Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

  • Ameaça.
  • Exílio.
  • Patrulhamento ideológico.
  • Perseguições por motivações ideológicas.
  • Relatórios Secretos.
  • Criação de professores delatores.
  • Censura das atividades culturais.
  • Censura de livros e abordagens teóricas.
  • Controle dos meios de comunicação.
  • Violação de correspondência.
    • Desvio, sonegação, subtração ou supressão de correspondência.
  • Subtração da possibilidade de resistência.

Direitos Políticos

Artigo XX

1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.

2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

  • Destituição do cargo de Reitor (o prof. Moacir Porto) e substituição pelo interventor Guilardo Martins Alves, em 14 de abril de 1964.
  • Dissolução do DCE e DAs.
  • Atentado contra a liberdade de associação.

Direito à Educação

Artigo XXVI

1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.

2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.

3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

  • Cancelamento de matrículas e expulsão de estudantes, professores e funcionários.
  • Suspensão do ano letivo de 85 estudantes que participaram de manifestação antilacerdista da Faculdade de Direito.

Direito ao Trabalho

Artigo XXIII.

1.Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.

3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.

  • Rescisão e suspensão de contratos e pagamentos.
  • Demissão de professores e servidores.
  • Intervenção nas Universidades
  • Exoneração de Reitores e diretores.
  • Inquéritos sumários.

Direito de Acesso à Justiça

Artigo IX

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo X

Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo XI

1. Todo ser humano, acusado de um ato delituoso, tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

  • Inquéritos Policiais Militares - instrumentos criados por ato institucional e regulados por lei.
  • Criação da Comissão Geral de Investigação – CGI para realizar inquéritos em rito sumaríssimo, em caráter sigiloso, retirando o direito de defesa dos servidores e professores acusados.
  • Criação da Comissão Especial de Investigação Sumária (CEIS) para processar expurgos.
  • Criação de Assessoria de Segurança e Informação - ASI, que controlava processos de seleção, monitorava a atuação dos dirigentes e realizava sugestões e alertas. Na UFPB durou até 1984.

Fonte: ZENAIDE (2010).

Após vinte anos da Lei de Anistia n° 6.683, de 28 de agosto de 1979, o reitor Jader Nunes Carvalho instituiu a Comissão de Anistia da UFPB, com o objetivo de providenciar acesso aos pedidos de documentos referentes às punições realizadas no âmbito da UFPB para fins de reparação política. Tal comissão através do Processo nº 013.711/99-07 fez pedido de retratação institucional realizada em 27 de agosto de 1999, em sessão solene do Conselho Universitário revogando o Processo nº 31.260, de 14 de março de 1969 que havia punido a comunidade universitária (UFPB, 1999, p. 37).

4 ANÁLISE DA PRODUÇÃO ACADEMICA EM MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA NA UFPB (2007-2020)

Os resultados serão apresentados em dois momentos. No primeiro momento apresentamos a produção discente em programas de mestrados e doutorados na UFPB, enquanto no segundo momento, apresentamos a produção acadêmica docente na pesquisa, na extensão e nas publicações.

4.1 Produção discente da UFPB em Memória, Verdade e Justiça (2007-2020)

De acordo com a pesquisa bibliográfica nos sites dos programas de pós-graduação da UFPB, identificou-se a produção acadêmica no tema da memória e verdade. O quadro 02 apresenta a produção no PPGE envolvendo 4 eixos temáticos: (06) Memória e Educação Superior; (05) Memória e Educação Popular; (06) Memória e Educação Básica.

As produções referentes à Memória e Educação Superior tratam de temas e categorias conceituais tais como: Golpe de Estado e Intervenção nas IES, Ditadura Militar e Universidades, Destituição de reitor e dirigentes, Violações de Direitos Humanos na UFPB, Educação em Direitos Humanos, Extensão em Direitos Humanos. Movimento Estudantil, Educação Superior no Brasil, Formação Docente, Prática Pedagógica, Representações Sociais, Comissão da Verdade na IES, História da Educação Brasileira, Reforma do Ensino Superior, Ensino jurídico, Cidadania e Educação, Educação Moral e Cívica.

As produções referentes à Memória e Educação Popular abordam como temas: Golpe de Estado; Segurança Nacional; IPM – CEPLAR; Ed. de Jovens e Adultos; Educação popular; Direitos Humanos, Sistema Rádio-educativo da PB – SIREPA; Cruzada de Ação Básica – ABC- PB; Formação e Prática Pedagógica, Teologia da Libertação; Pedagogia Critica (Freiriana); Teologia da Libertação; Concílio Vaticano II; Formação Missionária; Comunidades Eclesiais de Base; Centros de Direitos Humanos (FDDHMMA), CEBES, Ação Pastoral Igreja Viva.

As produções referentes à Memória e Educação Básica tratam de temas, como: Estado de Exceção, Ditadura Militar e Educação Básica; História da Educação na ditadura militar (1964-1985); Reforma Educacional do 2º grau - LDB 1971; Memória da Educação; Identidade, Saberes Docentes e Práticas Pedagógicas; Gestão Escolar; Trajetórias e Memórias Escolares; Trajetória de Vida Professoral; livro didático; Estudos Sociais no Brasil; Censura e medo; repressão, “subversão” e sedução; Culturas escolares; Currículo e espaços de atuação docente na ditadura militar; Escola e resistência; Diários de classe e “subversões”docentes na ditadura militar; Cordelteca sob o Regime Militar.

Memória e Educação Superior congrega estudos e pesquisas que contextualizam o impacto da ditadura militar na educação superior, educação básica e educação popular; seja na gestão, no currículo, na vida estudantil. Nos anos sessenta houve uma centralidade na alfabetização de jovens e adultos uma vez que parcela significativa dos brasileiros não podiam votar, em face do analfabetismo. A Campanha de Alfabetização de Jovens e Adultos recebe a orientação da abordagem freiriana, que após o golpe de estado sofre perseguição encerrando os programas educacionais e as experiências de educação popular no meio rural. A intervenção militar na educação e no ensino, envolveu o controle do movimento e das organizações estudantis, o controle dos livros e conteúdos didáticos, a destituição de reitores e dirigentes educacionais assim como a perseguição aos estudantes e professores.

QUADRO 03 – Produção academica – Pós-graduação – PPGE- 2020

Título

Autor/Orientador

Ano

Centro de Ensino

Tipo de Documento

CATEGORIAS DE ANÁLISE

NARRANDO PARA NÃO ESQUECER: histórias e memórias da educação pública superior do Seridó norte-rio-grandense – NAC-CERES/UFRN (1973-1985)

Rogério de Araújo Lima

Maria Elizete Guimarães Carvalho

2019

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Tese

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Golpe de Estado

IES

Reforma do Ensino 1968

Comissão da Verdade na UFRN

HISTÓRIA DE VIDA PROFESSORAL DE MÁRIO MOACYR PORTO: a cultura jurídica em favor dos Direitos Humanos (1950 - 1969)

Juliana Augusta Dionísio de Lima

Maria Elizete Guimarães Carvalho

2016

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Golpe de Estado

Destituição do reitor UFPB

Violações de DH UFPB

Ensino jurídico na PB

Políticas de extensão universitária e a disputa pela hegemonia: a questão dos direitos humanos na UFPB

Maria de Nazaré Tavares Zenaide

Ana Dorziat Barbosa de Melo

2010

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Tese

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Educação em DH

Ditadura Militar, IES e UFPB

Extensão Universitária e DH

EDUCAÇÃO SUPERIOR: Um estudo sobre a ação docente dos (as) professores (as) do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba a partir de suas representações sociais

Galdino Toscano de Brito Filho

Maria Deusa de Medeiros

2007

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Tese

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Educação Superior no Brasil

Formação Docente

Prática Pedagógica Representações Sociais

O Educacional no Discurso Político: História e Memória do Movimento Estudantil da Paraíba (1964-1969)

Luís Augusto de Mendonça Ribeiro

Charliton José dos Santos Machado

2017

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Educação Superior

Ditadura militar

Comissão da verdade

Movimento Estudantil

Representações de Cidadania nos livros didáticos de Educação Moral e Cívica durante o Regime Militar Brasileiro (1964-1985)

Fernanda de Paula Gomides

Maria Elizete Guimarães Carvalho

2015

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

História da Ed. Brasileira

Cidadania e Educação

Educação, Cidadania e Regime Militar

Livro Didático de Educação Cívica

Compêndio de Instrução Moral e
Cívica de Plínio Salgado (1965)

Educação Moral e
Cívica de Avelino Antônio Correa (1974)

Educação Moral e Cívica de Elian
Alabi Lucci (1984)

Vozes de Uma História Interditada: A Educação Popular e os Direitos Humanos na Práxis da CEPLAR 1960-1964

David Glasiel Azevedo Marinho

Luiz Gonzaga Gonçalves

2018

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO POPULAR

Ed Popular - CEPLAR

Direitos Humanos

Segurança Nacional

Alfabetização de jovens e adultos no Estado da Paraíba: registros político-pedagógica de experiências da década de 1960.

Sabrina Carla Mateus Façanha

Erenildo João Carlos

2013

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO

POPULA R

Educação Popular

IPM - CEPLAR

Ed. de Jovens e Adultos

Sistema Rádio-educativo da PB –SIREPA

Formação de Professores

Cruzada de Ação Básica – ABC- PB

Formação e Prática Pedagógica

A Educação Popular na Arquidiocese da Paraíba (1966-1985)

Vanderlan

Paulo de Oliveira Pereira

Afonso Celso Scocuglia

2017

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Tese

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO POPULAR

Golpe de Estado

Educação Popular

Teologia da Libertação

Pedagogia Freiriana

FUNDAÇÃO DOM JOSÉ MARIA PIRES: uma experiência de Educação Popular - Serra Redonda – PB

Carlos Augusto da Silva Júnior

Severino Bezerra da Silva

2014

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO POPULAR

Educação Popular

Teologia da Libertação

Concílio Vaticano II

Seminário Rural

Centro de Formação Missionária

Comunidades Eclesiais de Base

FDDHMMA

ESTUDANTES EM MOVIMENTO: A Casa do Estudante da Paraíba como espaço de Zormação de sujeitos

Francisco Chaves Bezerra

Maria Adailza Martins de Albuquerque

2017

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Tese

MEMORIA E EDUCAÇÃO POPULAR

Teologia da Libertação

Educação Popular

Concílio Vaticano II

CEBES

Ação Pastoral Igreja Viva

LIVRO DIDÁTICO DE ESTUDOS SOCIAIS: um tipo de artefato de produção cultural marcado por continuidades e resistências aos ideais da Ditadura Militar (1970-1980)

Carlos Moura de Resende Filho

Maria Adailza Martins de Albuquerque

2014

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMORIA E EDUCAÇÃO BASICA

Reforma Educacional do Governo Militar de 1971

livro didático artefato
de difusão dos ideais militares

Estudos Sociais no Brasil e “resistência” aos ideais da Ditadura Militar

Táticas para difundir o reverso dos ideais da Ditadura Militar

Colégio Estadual de Olinda: a educação secundária no município de Olinda/PE (1960-1984)

Cristiane Souza de Menezes

Charliton José dos Santos Machado

2015

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Tese

MEMORIA E EDUCAÇÃO BÁSICA

Reforma do Ensino Secundária

Trajetórias de uma Escola Olinda

Gestão Escolar

Disciplina e Autoritarismo Escolar

HISTÓRIA E MEMÓRIAS DE VIDA PROFESSORAL: Maria do Carmo de Miranda nas configurações do magistério (1960-1988)

Maria das Graças da Cruz Barbosa

Maria Elizete Guimarães Carvalho

2014

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMORIA E EDUCAÇÃO BÁSICA

Memória, História de Vida e da Educação

Memória de Formação, Identidade

História e Memória dos Saberes Docentes e Práticas Pedagógicas

Docência e Memórias da Educação

Trajetória de Vida Professoral de Ma. Do Carmo de Miranda

Memorias garimpadas da Escola Normal Anísio Pereira Borges

Memórias Reveladas – Escola Normal Profa. Maria do Carmo de Miranda

DAS REPRESENTAÇÕES DOCENTES NAS TRAMAS DE MNÉMOSINE: Cartografias de “sedição” e “sedução” nos caminhos e atalhos da História da Educação na ditadura militar (1964-1985)

Ramon de Alcântara Aleixo

Iranilson Buriti

2013

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMORIA E EDUCAÇÃO BÁSICA

História da Educação na ditadura militar (1964-1985)

Os “anos DE CHUMBO”: Censura e medo

REPRESSÃO, “SUBVERSÃO” E SEDUÇÃO: Culturas escolares,
currículos e espaços de atuação docente na ditadura militar

Diários de classe e “subversões”
docentes na ditadura militar

CORDEL GRITO DO OPRIMIDO: Uma escola de resistência à Ditadura Militar

Manoel Matusalém Sousa

José Francisco de Melo Neto

2007

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Tese

MEMORIA E EDUCAÇÃO BÁSICA

Escola e resistência à Ditadura Militar

Cordelteca sob o Regime Militar

REFORMA DE ENSINO DE 2° GRAU NA CONJUNTURA HISTÓRICA DA DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1985): um estudo sobre as representações discursivas da LDB, nº 5.692/1971

Auristela Rodrigues dos Santos

Maria Elizete Guimarães Carvalho

2018

CENTRO DE EDUCAÇÃO

PPGE

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO BÁSICA

Estado de Exceção

Ditadura Militar e Educação

Reforma do 2º grau - LDB 1971

Fonte: Sites do PPGE- UFPB.

De acordo com o quadro 03 o tema da memória e verdade no PPGCI tem produzido um eixo de análise centrado na Memória Institucional com 04 produções acadêmicas, associando Estado de Exceção e IES, englobando o Sistema de Informação, os Perpetradores da Violência nas IES, Arquivo Nacional, Memória e História; Memória Arquivada – NIDHIR, Esquecimento e Memória, Núcleos Centros de Documentação Histórica, Lugar da Memória, Memória Regional e Local, Produção e Arquivos no NIDHIR-UFPB (IHGP, Arquidiocese, Privados). A Ciência da Informação tem investigado Estado de Exceção e memória de universidades, englobando a produção da informação, os acervos e arquivos e os perpetradores da violência institucional.

A criação de Assessorias de Informação vinculadas ao MEC e ao SNI vigiou a vida universitária após a instalação do Estado de Exceção com os 17 Atos Institucionais, além do Decreto 477 e da Lei de Segurança Nacional. Com isso, a gestão, o ensino, a extensão e a pesquisa perdeu autonomia e a função crítica do conhecimento.

QUADRO 4 – PRODUÇÃO ACADEMICA – PÓSGRADUAÇÃO – PPGCI- 2020

Título

Autor/Orientador

Ano

Centro de Ensino

Tipo de Documento

CATEGORIAS DE ANÁLISE

Entre cactus e palmeiras: limites e possibilidades da construção da memória nos arquivos da UFAL

Laila Leandro Vieira da Silva

José Mauro Matheus Loureiro

2019

CCSA

Dissertação

MEMÓRIA INSTITUCIONAL

Memória Institucional da UFAL

Sistema de Informação da UFAL

A Construção da Memória Institucional e os Registros Fotográficos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Rafaela Karoline Gaudêncio de moura

Izabel Franca de Lima

2019

CCSA

Dissertação

MEMÓRIA INSTITUCIONAL

Memória Institucional a UFRN

VIOLÊNCIA E CRIMES POLÍTICOS: estudo centrado na Teoria Fundamentada e Análise de Redes Sociais

André Luiz Dias de França

Guilherme Ataíde Dias

2019

CCSA

Tese

MEMÓRIA INSTITUCIONAL

Estado de exceção

Perpetradores da Violência do Estado

Sistema de Informação do Arquivo Nacional

MEMÓRIA ARQUIVADA: produção literária/científica do Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional - NDIHR - (1976 a 1999)

Laudereida Eliana Marques Morais

Francisca Arruda Ramalho

2012

CCSA

Dissertação

MEMÓRIA INSTITUCIONAL

Memória e História

Sociedade do Conhecimento

Memória Arquivada – NIDHIR

Esquecimento e Memória

CLIO - Revista

Núcleos e Centros de Documentação Histórica

Lugar da Memória da UFPB

Memória Regional e Local

Produção do NIDHIR

Arquivos do NIDHIR (IHGP, Arquidiocese, Privados)

Fonte: Site do Programas de Pós-Graduação em Ciências da Informação da UFPB.

De acordo com o quadro 04 o tema da memória e verdade no PPGH tem produzido pesquisas acadêmicas, envolvendo os eixos: Memória, Sistema de Informação e Prisões Políticas (05); Memória e Partido Político (01); História e Memória de Lutas e Movimentos no Campo (04); História e Memória de Protagonismo Feminino (01); Poder local, Oligarquia e Clientelismo em Mirambaia (01); Memória e Educação Superior (03); Memória e Cultura e Autoritarismo (03);

QUADRO 5 – PRODUÇÃO ACADEMICA – PÓSGRADUAÇÃO – PPGH- 2020

Título

Autor/Orientador/Coorientador

Ano

Centro de Ensino

Tipo de Documento

CATEGORIAS DE ANÁLISE

A política paraibana vigiada: políticos e militantes sob os olhos do SNI (1964-1985)

Maria Tereza Dantas Bezerra Soares

Paulo Giovani Antonino Nunes

2020

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA, SISTEMA DE INFORMAÇÃO E PRISÕES POLITICAS

Ditadura Militar

Serviço Nacional de Informações (SNI)

Vigilância política aos partidos e militância

Organizações de Esquerda

Colônia de Férias de Olinda: Presos Políticos e Aparelhos de Repressão em Pernambuco (1964)

José Rodrigo de Araújo Silva

Monique Guimarães Cittadino

2013

CCHLA

PPGH

Disserrtação

MEMÓRIA, SISTEMA DE INFORMAÇÃO E PRISÕES POLITICAS

Crimes e Policia Politica

Estrutura e Aparelhos de Repressão

Memórias de Prisões

Presos em nome da ordem: Prisões Preventivas e a suposta solução à subversão pernambucana em 1964

Raphael Henrique Roma Correia

Paulo Giovani Antonino Nunes

2017

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA, SISTEMA DE INFORMAÇÃO E PRISÕES POLITICAS

Sistema Informação, Vigilância e Prisões Politicas

Golpe de Estado em Pernambuco

Liberdade e Práticas de Vigilância no DOPS-PE

Histórias e Memórias de Prisões Preventivas – PE 1964

Memórias femininas no Bom Pastor- PE: gênero, repressão e resistência durante a Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985)

Tatianne Ellen Cavalcante Silva

Susel Oliveira da Rosa

2017

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA, SISTEMA DE INFORMAÇÃO E PRISÕES POLITICAS.

Cartografias Militantes Femininas

Resistencia e Prisões no DOPS, DOI-CODI e Colônia Penal Bom Pastor

Cotidiano Prisional e Memórias Femininas

Memória de Exilio

Liberdade é azul

“Que bom te ver viva”: Memórias e histórias de mulheres que sobreviveram à violência da ditadura

Jonatas Xavier de Souza

Telma Dias Fernandes

2013

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA, SISTEMA DE INFORMAÇÃO E PRISÕES POLITICAS

Cinema e Ditadura

Cultura do Terror

Cotidiano Prisional e Memórias Femininas

Memória Traumática e Violência nas Prisões Políticas

Violência, Sexo e Poder

Para além do “sim, senhor”: A aliança renovadora nacional (Arena) e a ditadura militar na Paraíba (1964-1969)

Dimitri da Silva Bichara Sobreira

Paulo Giovani Antonino Nunes

2016

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA E PARTIDO POLITICO

Cultura Politica e Partidos Políticos

Aliança Renovadora Nacional (Arena) na PB

Ditadura Militar na Paraíba

Sistema partidário e eleições de 1965, 1966, 1968 na PB

Oligarquias na PB

Sociedade civil e Estado Autoritário

Constituição de 1967 e a Carta Estadual de 1967

Cassação dos Partidos Políticos

As Ligas Camponesas da Paraíba: História e Memória

Victor Gadelha Pessoa

Victor Gadelha Pessoa

Paulo Giovani Antonino Nunes

2015

CCHLA

PPGH

Dissertação

HISTÓRIA E MEMÓRIA DE LUTAS E MOVIMENTOS NO CAMPO

Comissão Estadual da Memória e Preservação

As Ligas Camponesas Na PB

Lutas, Repressão e Conquistas: As Experiências dos Trabalhadores Rurais na Junta de Conciliação e Julgamento de Nazaré da Mata no Contexto do Golpe Civil-Militar (1963-1966)

Ademir Bezerra de Melo Junior

Tiago Bernardon de Oliveira

Ana Beatriz Ribeiro Barros Silva

2019

CCHLA

PPGH

Dissertação

HISTÓRIA E MEMÓRIA DE LUTAS E MOVIMENTOS NO CAMPO

Trabalho e Capitalismo e XX

Industrialização e Produção do Açúcar

Movimento de Trabalhadores Rurais –PE (1954-1963

União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil - ULTAB

Junta de Conciliação e Justiça do Trabalho

Ditadura e Repressão as Ligas Camponesas e ao Judiciário trabalhista

Estatuto do Trabalhador Rural

EM NOME DE DEUS, DOS POBRES E DA LIBERTAÇÃO: Ação pastoral e política em Dom José Maria Pires, de 1966 a 1980

Vanderlan de Oliveira Pereira

Monique Cittadino

2012

CCHLA

PPGH

Dissertação

HISTÓRIA E MEMÓRIA DE LUTAS E MOVIMENTOS NO CAMPO

Ação Pastoral 1966-1975 PB

Teologia da Libertação

Questão Agraria e DH na PB

A Igreja Católica e a Ditadura Militar na Paraíba: uma história de luta pela defesa dos Direitos Humanos nos anos da distensão política (1974-1979)

Janaína Gomes da Silva

Paulo Giovani Antonino Nunes

2019

CCHLA

PPGH

Dissertação

HISTÓRIA E MEMÓRIA DE LUTAS E MOVIMENTOS NO CAMPO

Abertura Politica

Distensão Politica na Paraíba

Igreja Católica e DH Brasil e na PB

Arquidiocese da Paraíba e os Conflitos Rurais

A GUERRA SILENCIADA: Memória histórica dos moradores do Bico do Papagaio sobre a Guerrilha do Araguaia

Wellington Sampaio da Silva

Élio Chaves Flores

2008

CCHLA

PPGH

Dissertação

HISTÓRIA E MEMÓRIA DA LUTA ARMADA

Guerrilha do Araguaia

Anticomunismo

Medo e silenciamento

Repressão à luta armada

No Direito, o Gênero: Mulheres e Experiências na Paraíba (1956-1972).

Sabrina Rafael Bezerra

Susel Oliveira da Rosa

2016

CCHLA

PPGH

Dissertação

HISTÓRIA E MEMÓRIA DE PROTAGONISMO FEMININO

Protagonismo Feminino na Magistratura e OAB

Orfélia Gondim e a assessoria popular as Ligas Camponesas

Ditadura Militar e Ligas Camponesas na PB

Gênero e Mulheres Rurais na Resistência

“Nesta prefeitura aqui, só quem manda sou eu!”: aspectos do campo político em um pequeno município cearense durante a ditadura civil-militar (1970-1982)

Francisco de Assis Severo Lima

Tiago Bernardon de Oliveira

2018

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA, OLIGARQUIA, PODER LOCAL E DITADURA

Poder Local em Mirambaia

Eleição, Clientelismo e Oligarquia

Regime Militar em Mirambaia

O Ensino Superior de História na Paraíba (1952-1974): aspectos acadêmicos e institucionais

Francisco Chaves Bezerra

Raimundo Barroso Cordeiro Júnior

2007

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMORIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Ensino Superior na Pb

Ditadura e Reforma Universitária

Formação em História e Autoritarismo

Do fragmento à reorganização: movimento estudantil da UFPB (1976-1979)

Talita Hanna Cabral Nascimento

Paulo Giovani Antonino Nunes

2015

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Ditadura Militar e Movimento Estudantil

1968 e resistência politica

Anistia

UNE

Da conivência ao despertar militante: o movimento universitário e a ditadura militar na cidade de Campina Grande-PB (1964-1968)

Erica Lins Ramos

Paulo Giovani Antonino Nunes

2013

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Governo Militar e Estudantes

Movimento Estudantil

Universidade e Ditadura

Repressão em Campina Grande

“É o meu parecer”: a censura política à música de protesto nos anos de chumbo do regime militar do Brasil (1969 a 1974)

Amilton Justo de Souza

Paulo Giovani Antonino Nunes

2010

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMORIA E CULTURA

Cultura Histórico-Politica, Censura e Industria Fonográfica

Censura e Musica

Resistencia Cultural

(I)moralidade e Censura: PRAZERES DESVIANTES E SEXUALIDADE NA OBRA DE CASSANDRA RIOS (1968-1977)

Isabela Silva Nóbrega

Raimundo Barroso Cordeiro Jr

2015

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMORIA E CULTURA

Censura e Literatura

Pornografia e Censura

Cassandra Rios

“Ame, assuma e consuma”: canções, censura e crônicas sociais no Brasil de Odair José (1972-1979)

Ivan Luís de Lima Cavalcanti

Telma Dias Fernandes

2015

CCHLA

PPGH

Dissertação

MEMÓRIA E CULTURA

Memória e Censura na Musica

Odair José e a Censura

Fonte: Site do Programas de Pós-Graduação em História da UFPB.

De acordo com o quadro 05 o tema da memória e verdade no PPGDH tem produzido pesquisas acadêmicas, envolvendo os eixos: Anistia (02); Justiça de Transição (03); Crimes Políticos na Ditadura Militar (02); Memória e Educação Superior (01); Memória e Educação Popular (02); Memória e Cultura (01); História e Memória de Lutas e Movimentos Sociais (01); História e Memória da Luta Armada (01); Memória e Direitos Humanos na Paraíba (01).

QUADRO 6 – Produção acadêmica – Pós-Graduação – PPGDH- 2020

Título

Autor/Orientador/Coorientador

Ano

Centro de Ensino

Tipo de Documento

CATEGORIAS DE ANÁLISE

A ATUAÇÃO DO STF NO RECONHECIMENTO DOS “CRIMES DE LESA-HUMANIDADE” E A JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO

SUYANE ALVES DE QUEIROGA VILAR

Rodrigo Freire de Carvalho e Silva.

2019

CCHLA – PPGDH

Dissertação

ANISTIA

Crimes de Lesa-humanidade

Anistia no Brasil

Da Lei de Anistia (1979) ao Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH - 3 (2009): Políticas da Memória como Contribuição à Educação em Direitos Humanos

ANA DANIELLY LEITE BATISTA PESSOA

Maria Elizete Guimarães Carvalho

2017

CCHLA – PPGDH

Dissertação

ANISTIA

PNDH 3

Direito à Memória e à Verdade

Politicas de memória no Brasil

Educação em Direitos Humanos

O que resta do latifúndio: Justiça de transição no meio rural paraibano.

YANN GOMES DOS SANTOS

Giuseppe Tosi

2017

CCHLA- PPGDH

Dissertação

JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO

Anistia no Brasil

PNDH

Memória e Verdade

Educação em Direitos Humanos

JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO E MINISTÉRIO PÚBLICO: O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL BRASILEIRO NO DEBATE DO CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE SOBRE A LEI DE ANISTIA

HELOISA CLARA ARAÚJO ROCHA GONÇALVES

Gustavo Barbosa de Mesquita Batista

2017

CCHLA – PPGDH

Dissertação

JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO

Anistia

Ministério Público

Controle de Convencionalidade

Exumando Verdades: As vítimas insepultas do Regime Militar do Estado da Paraíba do Estado da Paraíba

MARX IGOR FERREIRA DE FIGUEIREDO

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

2016

CCHLA -PPGDH

Dissertação

JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO

Ditadura Civil-Militar

Direito à verdade

Regime Militar na PB

Crime de desaparecimento forçado de pessoas: análise à luz da justiça de transição no Brasil.

TIAGO MEDEIROS LEITE

Rubens Pinto Lyra

2014

CCHLA - PPGDH

Dissertação

CRIMES POLITICOS NA DITADURA MILITAR

Ditadura Civil-Militar

Desaparecimento Forçado

Em nome do Estado: Crimes de tortura e violações de Direitos Humanos contra paraibanos(as) durante a Ditadura Civil-Militar.

JOSÉ NIKACIO JUNIOR LOPES VIEIRA

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

2016

CCHLA-PPGDH

Dissertação

CRIMES POLITICOS NA DITADURA MILITAR

Ditadura Civil-Militar

Tortura

Um sonho afogado: ditadura civil-militar e movimento estudantil no Estado da Paraíba - O caso de João Roberto Borges de Souza (1967-1969)

WALDYR PORFÍRIO DA SILVA

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

2017

CCHLA-PPGDH

Dissertação

MEMÓRIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Movimento Estudantil

Ditadura Civil-Militar

João Roberto B. de Souza

DIREITO HUMANO À MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS NO BRASIL AUTORITÁRIO: documentos legais e narrativos de ex-participantes do MOBRAL (1967-1985).

LUCIANA MARTINS TEIXEIRA DOS SANTOS

Maria Elizete Guimarães Carvalho

2015

CCHLA-PPGDH

Dissertação

MEMORIA E EDUCAÇÃO POPULAR

Educação de Adultos

Autoritarismo e Educação

Mobral

Educação de Adultos em Tempos de Violação aos Direitos Humanos das Palavras Freireanas “Grávidas de Mundo” para as Palavras “Ocas de Vida” do Mobral

MARIA DAS GRAÇAS DA CRUZ BARBOSA

Maria Elizete Guimarães Carvalho

2014

CCHLA-PPGDH

Dissertação

MEMORIA E EDUCAÇÃO POPULAR

Educação de Adultos

Autoritarismo e Educação

Mobral

A ARTE CENSURADA: teatro e ditadura no estado da Paraíba nos anos de 1964 à 1988.

ROSA MARIA CARLOS E SILVA

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

2014

CCHLA - PPGDH

Dissertação

MEMÓRIA E CULTURA

Ditadura Civil-Militar

Teatro na PB

Memorial das Ligas Camponesas: preservação da memór--ia e promoção dos direitos humanos

JANICLEIDE MARTINS DE MORAIS ALVES

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

2014

CCHLA-PPGDH

Dissertação

HISTÓRIA E MEMÓRIA DE LUTAS E MOVIMENTOS SOCIAIS

Ditadura Civil-Militar

Ligas Camponesas

Memorial das Ligas Camponesas

O “Caso Araguaia” e o Conflito entre a Justiça de Transição Brasileira E o Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos

JAIR PESSOA DE ALBUQUERQUE SILVA

Giuseppe Tosi

2014

CCHLA-PPGDH

Dissertação

HISTÓRIA E MEMÓRIA DA LUTA ARMADA

Ditadura Civil-Militar

Sistema Interamericano de DH

Araguaia

A CAMINHADA DO PRIMEIRO CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL: Terra, Justiça e Liberdade semearam a revolução da fé na Paraíba

THAMARA MARIA MAIA DUARTE

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

2015

CCHLA-PPGDH

Dissertação

MEMÓRIA DOS DH NA PB

Terra, Justiça e Liberdade

Centro de Defesa de DH

Fonte: Site do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Politicas Públicas da UFPB.

De acordo com o quadro 07 o tema da memória e verdade no PPGCJ tem produzido duas pesquisas acadêmicas, envolvendo os eixos: Extermínio na História do regime politico de 1964-2014 e Mulheres na Transição Democrática.

QUADRO 7 – Produção acadêmica – Pós=Graduação – PPGCJ - 2020

Título

Autor/Orientador/Coorientador

Ano

Centro de Ensino

Tipo de Documento

CATEGORIAS DE ANÁLISE

O extermínio na história do regime político brasileiro (1964-2014): uma leitura biopolítica a partir de Giorgio Agamben

Moisés Saraiva de Luna

Narbal de Marsillac Fontes

2017

CCJ

Dissertação

Extermínio na História do regime politico de 1964-2014

Contribuição da mulher para a transição democrática no Brasil (1975-1988)

Cáritas Chagas Gomes

Armando Albuquerque de Oliveira

2015

CCJ

Dissertação

Mulheres na Transição Democrática

Fonte: Site do Programas de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da UFPB.

4.2 Produção docente da UFPB em Memória, Verdade e Justiça (2007-2020)

Com relação aos Projetos de Pesquisa dos docentes, a UFPB do período de 1996-2020: 1)NDIHR 20 Anos: Construção de uma História; 2) Projeto de Fortalecimento do NCDH; 3)UFPB: histórias de repressão em tempos de expansão (1964/1984); 4)Ditadura Militar na Paraíba: Estrutura de Repressão e Impactos na Educação; 5)Os financiamentos privados internacionais às Ditaduras Militares na América Latina; 6)Projeto “A luta pela anistia no brasil nos Arquivos da fundação Lélio e Lisli Basso sobre as violações aos direitos humanos na América Latina”; 7) “Memória e Verdade nas Ações de Gestão, Ensino, Pesquisa e Extensão na UFPB”; 8)O jornal “voz operária” e a perseguição ao Partido Comunista Brasileiro na paraíba nos anos 1970; 9)Biografia política de Nelson Rosa; 10)Justiça de transição, memória e verdade: o resultado da comissão municipal da verdade de João Pessoa; 11) Estado Novo na Paraíba: A Interventoria de Rui Carneiro (1940-1945); 12) Comissão Municipal da Verdade; 13) A sociedade civil sob vigilância: atuação do serviço nacional de informação (SNI) na paraíba (1964-1985); 14)A sociedade civil sob vigilância: a atuação do Serviço Nacional de Informação (SNI) na Paraíba (1964-1985); 15)A sociedade civil sob vigilância: a atuação do Serviço Nacional de Informação (SNI) na Paraíba (1964-1985); 16)A Ditadura Militar na Paraíba: os anos da abertura; 17)A ditadura militar na paraíba: ?os anos de chumbo? (1969-1974); 18)A ditadura militar na paraíba: ?os anos de chumbo? (1969-1974); 19)Os financiamentos privados internacionais às Ditaduras Militares na América Latina; 20) Golpe civil-militar e a consolidação da ditadura militar na paraíba e em minas gerais (1964-1968): especificidades regionais; 21) Golpe civil-militar e implantação da ditadura militar na paraíba: adesão, repressão e resistência (1964-1968); 22) Golpe civil-militar e implantação da ditadura militar na Paraíba: adesão, repressão e resistência (1964-1968); 23) Comissão da Verdade da UFPB.

Na extensão, desde 2000 que a UFPB vem abordando o tema da memória, verdade e justiça em projetos de extensão, como foram levantados:

1) Ação interdisciplinar no município de Sobrado – PB;

2) Acervo e Memória: Organização da Documentação da Dops;

3) Acervo e Memória da repressão na Paraíba;

4) UFPB para a comunidade;

5) Compartilhando Memórias: as que não serão esquecidas;

6) Acervo e Memória da Repressão e da Resistência na Paraíba;

7) Programa Memória, Justiça e Direitos Humanos;

8) Oficinas Pedagógicas;

9) Memória de militantes da campanha pela Anistia na Paraíba do final dos anos 1970.

Portanto, seja na extensão e na pesquisa a UFPB tem intercalado ações de extensão com ações de pesquisas, vinculando com o ensino e a gestão, demonstrando a rede que a produção do conhecimento foi tecida ao longo do processo de redemocratização do país.

Tanto na extensão quanto na pesquisa a UFPB tem intercalado ações de extensão com ações de pesquisas, vinculando com o ensino e a gestão, demonstrando a rede que a produção do conhecimento foi tecida ao longo do processo de redemocratização do país.

Tanto na extensão quanto na pesquisa a UFPB tem intercalado ações de extensão com ações de pesquisas, vinculando com o ensino e a gestão, demonstrando a rede que a produção do conhecimento foi tecida ao longo do processo de redemocratização do país. No tocante a produção docente, a pesquisa encontrou uma produção significativa na temática, com 22 livros, dois relatórios, 33 capítulos de livros, 14 artigos em periódicos e três artigos em anais de eventos.

4.3 Resultados Gerais da Produção Acadêmica da UFPB na Memória e Verdade:

Considerações Gerais

A UFPB desde 1989 que a instituição criou sua Comissão de Direitos Humanos, além de ser protagonista na criação do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1992 e na criação da Ouvidoria Universitária em 1998. No tocante à memória e à verdade, a UFPB é pioneira entre as Instituições de Ensino Superior na criação da Comissão de Anistia em 1999 e no processo de Retratação Institucional.

Para sedimentar todo esse esforço transversalizando os direitos humanos na gestão e no ensino a UFPB também protagonizou a criação de Resoluções incluindo direitos humanos no ensino da graduação em 1994, como conteúdo obrigatório, sendo alterado em 2006, como conteúdo flexível. Em 2004, através de edital junto a Fundação Ford e Carlos Chagas, conseguiu aprovar no Curso de Mestrado em Ciências Jurídica a área de concentração em Direitos Humanos. Em 2006, com a criação do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos aprovou junto à Capes o Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas na área multidisciplinar (ZENAIDE, 2010).

O tema da memória, verdade e justiça na UFPB tem tido atenção de várias áreas temáticas e centros da instituição, desde o Centro de Ciências Jurídicas, ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas, o Centro de Educação e o Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, além dos Núcleos de Estudos e Pesquisas. A pesquisa, demonstra como no campo dos direitos humanos o eixo da memória e da verdade componentes da Justiça de Transição, têm ocupado a preocupação institucional com ações concretas no campo da gestão, do ensino, da pesquisa e da extensão.

REFERÊNCIAS

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FERREIRA, Lúcia Guerra e FERNANDES, David. UFPB 50 anos. João Pessoa: Editora Universitária, 2006.

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GOMES, Maria José Teixeira Lopes Gomes. A ditadura na Universidade Federal da Paraíba. In: FERREIRA, Lúcia Guerra e FERNANDES, David. UFPB 50 anos. João Pessoa: Editora Universitária, 2006, p. 51-54.

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regime militar: Cultura política brasileira e modernização autoritária. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

MORIN, Edgard; LEFORT, Claude; CASTORIADIS, Cornelius. Maio de 68 - A Brecha. São Paulo: Autonomia Universitária, 2018.

PORTO, Mário Moacyr. Mário Moacyr Porto: Probidade e demissão na UFPB, Depoimento ao jornal A União. In: GUEDES, Nonato; OCTÁVIO, José; BARBOSA, Sebastião; OLIVEIRA, Carla Mary S.; NÓBREGA, Evandro. (Orgs.) O jogo da verdade – revolução de 64 30 anos depois. João Pessoa: A União, 1994, p. 443-451.

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UFPB. Portaria 136/R/GR, de 10 de maio de 2018 Criação da Comissão da Verdade da UFPB. (mimeo)

ZENAIDE, Maria de Nazaré Tavares. Políticas de extensão universitária e a disputa pela: a questão dos direitos humanos na UFPB. 2010. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPB, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2010.


1 Docente permanente no Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos. Universidade Federal da Paraíba, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9142-5519. E-mail: mntzenaide@uol.com.br

2 Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Educação. Universidade Federal da Paraíba, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8218-9657. E-mail: july_ufpb23@hotmail.com

3 Períodos de ditaduras militares no Cone-Sul: Paraguai (1954-1989), Uruguai (1973-1984), Brasil (1964-1985), Equador (1972-1979), Chile (1973-1990), Argentina (1976-1983), Bolívia (1971- 1978 e 1980-1981) e Peru (1968-1980),( Instituto de Estudos Latino-americanos da UFSC. Disponível em: http://www.iela.ufsc.br/noticia/serie-ditaduras-latino-americanas.

4 Conhecido evento ocorrido em 1964, a “Marcha da Família com Deus Pela Liberdade” expressa bem o pensamento conservador de uma elite apavorada com o discurso de João Goulart em 13 de março do mesmo ano. Naquela ocasião, foram anunciadas as chamadas “reformas de base” que o governo pretendia implantar para mitigar as expressões da “questão social” existentes.

5 BRASIL. Senado Federal. Sessão do Congresso Nacional na madrugada de 1º de abril para 2 de abril de 1964). Disponível em: https://arquivosdaditadura.com.br/documento/audio/madrugada-que-nacao-ficou-acefala. Acessado em: 26/05/2020.

6 Guilardo Martins Alves se manteria reitor da UFPB por 7 anos. As ações do período em que comandou a instituição serão discutidas mais adiante.

7 Depoimento concedido para GOMES, Maria José T. Lopes. In: Ditadura na Universidade Federal da Paraíba: memória de professores. (1964-1971). João Pessoa: CEFET, 2002.

relato de pesquisa