A era dos quadrinhos da forma: uma análise de Gavião Arqueiro, de Matt Fraction e David Aja
Resumo
Resumo: Este artigo discute o advento da era dos quadrinhos da forma, em
que a leitura das obras através do layout da página ganha proeminência na
construção da narrativa, guiada pela forma do grid. Busca esclarecer processos
muitas vezes intuitivos dos produtores de arte sequencial e levantar
algumas questões sobre soluções aprendidas, repetidas e automatizadas
na produção de uma revista em quadrinhos. Parte das possibilidades de
fortalecimento dos quadrinhos em seu suporte mais antigo: o papel. Apesar
de grande competição, este suporte continua em evidência. Por arcaico
que seja, a leitura em papel permite uma experiência única. Através dele,
o leitor tem maior controle sobre o ritmo da história e da leitura. Esse ritmo
é trabalhado em muitos quadrinhos, que jogam com seu design como
são produzidos, em especial no layout de página. Apresenta-se aqui como
os estudos da História da Arte e do Design podem ajudar um quadrinista
a compor o layout das páginas dos seus quadrinhos. Argumenta-se que,
para tanto, é preciso entender como se dá a leitura e a compreensão das
palavras e imagens. Isso envolve observar os processos necessários para
que a página de um quadrinho seja processada na nossa mente. Essa operação
permite explorar a maneira pela qual o quadrinista dialoga com o
público de sua produção artística, guiando a leitura através do layout da
página. O caso a ser analisado aqui são as edições 6 e 11 da revista Gavião
Arqueiro, que apresentaram algumas características que tangenciam esta
análise, com ênfase para o uso da construção e desconstrução do grid.
Palavras-chave: Histórias em Quadrinhos; Estruturas narrativas; Layout
da página