DEUSES. HOMENS. HISTÓRIA. TRAGÉDIA

Abstract

No mundo moderno, vislumbra-se o trágico sob óticas variadas, sobretudo quando se questiona o conflito decorrente da ambigüidade que permeou a existência do homem na Antiguidade, diluído entre as esferas divina e terrena. Raymond Williams, nA tragédia moderna, sugere que a vontade e a ação devem ser vistas como categorias de uma nova modulação trágica, alterando a dependência do homem ante os deuses. Nesse sentido, em Os sertões, Euclides da Cunha sedimenta uma tragicidade a partir da ação do homem comum, sinalizando para a existência do trágico em acontecimentos coletivos. Nestes, o dualismo entre deuses e homens desloca-se para a tensão entre o indivíduo e as instituições, e os vínculos sociais mediam as condições para compreender o herói trágico moderno.