AUTOFICÇÃO DO PRESENTE
cenas da pandemia na universidade
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2177-8841.2021v12n2.61659Resumo
Neste artigo, analiso a produção discente a partir de trabalhos artísticos desenvolvidos em sala de aula na pandemia e exibidos na Internet, orientados por mim em disciplina de graduação. Para isso, desenvolvo o conceito de autoficção do presente, defendendo que grande parte da produção cênica em momento pandêmico reflete a vivência do presente traumático, diante da elaboração do luto coletivo de mais de 500 mil brasileiros vitimados pela covid-19. Parto do pressuposto de que a situação política trágica no Brasil, acentuada pelo negacionismo, pela ausência de política sanitária e demais políticas públicas, incluindo o setor cultural e/ou educacional, corrobora para ampliar o sentimento de desalento e melancolia (BIRMAN, 2020), provocando a emergência de investigações ancoradas em experiências autoficcionais, que não se referem ao passado, mas ao presente, constituindo o testemunho da memória traumática, por meio da elaboração artística na vivência dos acontecimentos.
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