DISCURSO PRÁTICO, APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO EM ORGANIZAÇÕES
DOI:
https://doi.org/10.23179/g&a.v7i2.41527Palavras-chave:
Discurso Prático. Aprendizagem em Organizações. Desenvolvimento moral.Resumo
Discute o desenvolvimento nas organizações a partir do discurso prático e da aprendizagem, com vistas a identificar contribuições de uma perspectiva pragmática para o desenvolvimento moral e aprendizagem nas organizações, aqui observadas como sistemas. Para tanto, contrapõe-se as ideias de Discurso prático (Habermas) e de evolução na teoria de sistemas (Luhmann) com elementos de aprendizagem (Piaget e Paulo Freire). Compreende-se que o Discurso prático é uma forma especial de agir comunicativo, tem dimensões subjetiva, objetiva e social e desenvolve-se a partir do fio condutor de se colocar no outro. A aprendizagem, por sua vez, pressupõe uma mudança cognitiva, além de ser uma reconstrução racional que recria o conhecimento sobre as coisas no mundo da vida. Por conseguinte, não se pode olhar as organizações como se estivessem sobre trilhos que conduzem inevitavelmente para a melhoria e a inovação. As organizações estão dentro do mundo da vida e podem passar por acidentes e retrocessos. A teoria do desenvolvimento das organizações, portanto, necessita avançar no entendimento de como os seus participantes aprendem e como tal aprendizagem interfere na dinâmica organizacional. Ressalta-se que aprender por si só não garante evolução no sentido de melhorar desempenho e adaptação ao entorno.Downloads
Referências
HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
______. O discurso filosófico da modernidade: doze lições. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
______. Para a reconstrução do materialismo histórico. São Paulo: Unesp, 2016.
LUHMANN, N. Social systems. Stanford: Stanford University Press,1995.
______. Organización y decisión. Autopoieses, acción y entedimiento comunicativo. México: Anthropos,1997.
______. La sociedad de La sociedad. Ciudad de México. Editora Herder, 2007.
NOBRE, M.; REPA, L. Breve Apresentação. In: NOBRE, Marcos; REPA, Luiz. Habermas e a reconstrução: sobre a categoria central da teoria crítica habermasiana. Campinas: Papirus, 2012a. p. 7-11.
______. Introdução - reconstruindo Habermas: etapas e sentido de um percurso. In: NOBRE, Marcos; REPA, Luiz. Habermas e a reconstrução: sobre a categoria central da teoria crítica habermasiana. Campinas: Papirus, 2012b. p. 13-41.
RIBEIRO, A. M. M.; NEVES, F. M. A conformação dos grupos de pesquisa em biotecnologia da cana de açúcar na região norte-fluminense: a perspectiva do "novo sistemismo". Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, v. 41, n. 3, p.171-182, 2005. Set/dez.
RODRIGUES, L. P.; NEVES, F. M. A sociologia de Niklas Luhmann. Petrópolis: Vozes, 2017.
SEIDL, D.; BECKER, K. H. Niklas Luhmann and Organization Studies. Denamark: Copenhagen Business School Press. 2006a
______. Organizations as distinction generating and processing systemas: Niklas Luhmann's contribution to oragnizacion studies. Organization, London, v. 1, n. 13, p.9-35, abr. 2006b
SIEBENEICHLER, F. B. O direito das sociedades pluralistas: entre o sistema imunizador luhmanniano e o mundo da vida habermasiano. In: SIEBENEICHLER, F. B. Direito, moral, política e religião nas sociedades pluralistas: entre apel e habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006. p. 39-60.
SILVA, F. G.; MELO, R. Crítica e reconstrução em direito e Democracia. In: NOBRE, M.; REPA, L. Habermas e a reconstrução: sobre a categoria central da teoria crítica habermasiana. Campinas: Papirus, 2012. p. 135-167.
SOUZA, Y. S. Organizações de Aprendizagem ou Aprendizagem Organizacional. RAE Eletrônica, v. 3, n. 1, 2004.
VIZEU, F. Ação comunicativa e estudos organizacionais. Revista de Administração de Empresas, v. 45, n. 4, 2005.