EDITORIAL
Resumo
Quais são, na contemporaneidade, os desafios que se apresentam para a reflexão, interpretação da realidade e crítica nesses momentos de crises e de incertezas? É inegável hoje, apesar de todas os mecanismos de acesso à informação de que se dispõe, parece se ter menos clareza sobre a organização do mundo e sobre o comportamento humano. Aos poucos, o mundo que desde da perspectiva filosófica, sociológica, antropológica e histórica, se apresentava como passível de ser interpretado em um horizonte de verdades, vai sendo desconstruindo diante das emergências de novas realidades. Com isso, as inquietações intelectuais se revelam em perspectivas diversas e, não raramente, em interpretações provisórias, haja vista não serem capazes de incorporarem explicações mais permanentes sobre os emergentes anseios de justiça, autonomia, liberdade, inclusão ou democracia dos diferentes setores da sociedade. A questão aqui colocada se associa as reflexões de Barrington Morris Junior, no livro Injustiça: As bases da obediência e da revolta, sobre o esfacelamento das certezas estabelecidas entre o que era uma sociedade justa e injusta, frente a novas questões éticas e políticas que marcaram os novos imperativos sociais e morais, dando sentido as novas necessidades humanas.