RELIGIÃO E DEMOCRACIA
parceiras no pensamento de Habermas
Resumo
As sociedades democráticas atuais possuem dentre de seus pressupostos a laicidade do Estado. Isso quer dizer que o Estado não deve ter nenhuma religião como oficial bem como, qualquer cosmovisão, ideologia ou filosofia. Esse trabalho tem por objetivo defender que a religião oferece subsídios de consolidação ao Estado Democrático. Minha argumentação é construída segundo a Filosofia da Religião de Habermas. Na introdução discorro sobre o nascimento do Estado Democrático Laico a partir de duas heranças dos conflitos religiosos: o liberalismo político e o direito natural. Isso levou ao deslocamento da religião para fora do âmbito dos assuntos políticos levantando dúvidas se o Estado Laico não se tornara instrumento de discriminação da religião. Daí surgem as tensões entre seculares e religiosos que exploro logo em seguida. Na terceira parte, figurando como antessala da reconciliação entre religiosos e seculares, apresento uma breve história da razão segundo Habermas, que mostra a religião como formadora de nossa racionalidade filosófica secular. Como tentativa de solução aos problemas gerados pela diversidade cosmovisional contemporânea, termino o texto apresentando o que chamo de propostas habermasianas, pois algumas são do próprio Habermas e outras inspiradas nele.
Palavras-chave: Habermas; religião; democracia.