A HERMENÊUTICA RECONSTRUTIVA HABERMASIANA NA PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Resumo

O artigo discorre sobre as relações da hermenêutica com a pesquisa empírica em suas tendências mais proeminentes. A partir do diagnóstico do distanciamento entre pesquisas teóricas e empíricas no campo da educação, procura entrever os confrontos e aproximações com a realidade objetiva segundo as perspectivas da hermenêutica da suspeita, da hermenêutica filosófica e da hermenêutica reconstrutiva.  Nesse sentido, aposta na criatividade da hermenêutica para responder de modo produtivo às demandas e os diferentes desafios da pesquisa em educação, especialmente no maior envolvimento da reflexão teórica com o universo das pesquisas baseadas na experiência. Podemos dizer que a hermenêutica, de modo geral, dialoga e contribui com a pesquisa empírica em educação na medida em que auxilia na abertura dos olhos diante racionalidade instrumental que se fecha na dimensão puramente quantitativa, na importância da compreensão pela linguagem, na ampliação dos horizontes de interpretação e na superação das visões estereotipadas e preconceituosas que, muitas vezes, estão enraizadas na nossa própria matriz cultural. Se a hermenêutica da suspeita traz à luz a multiplicidade interpretativa e a hermenêutica filosófica restabelece um chão comum para a reflexão, a hermenêutica reconstrutiva apresenta o incremento da referência ao outro do discurso. Procura avançar no sentido de encontrar novas configurações, que reconhecem a pluralidade interpretativa em diálogo com o horizonte do questionamento sobre o mundo comum.

Palavras-chave: Hermenêutica; Pesquisa empírica; Filosofia; Educação.