A QUESTÃO DO TRABALHO NOS TERRITÓRIOS DE LUTA PELA TERRA E REFORMA AGRÁRIA: ACAMPAMENTOS MUNDO NOVO E BEZERROS

Autores

  • Romina Baroni Cecato
  • Edvaldo Carlos de Lima

Palavras-chave:

trabalho, territorialização, semi-árido.

Resumo

Este texto tem como intuito a análise e a compreensão da luta pela terra e reforma agrária, a partir dos acampamentos localizados em áreas semi-áridas e subúmidas secas, suscetíveis à desertificação dos Estados da Paraíba e de Pernambuco. O trabalho de campo procurou estabelecer uma ponte entre a realidade e os conceitos teóricos. Assim, compreendemos que os acampamentos comparecem como o primeiro passo para que a luta dos trabalhadores sem terra territorialize-se. A territorialização, nesse contexto, expressa-se através do desenvolvimento do processo de luta pela conquista da terra, a qual ocorre através das ocupações e do estabelecimento dos acampamentos. Entende-se que o trabalho é a atividade desenvolvida pelos homens e mulheres que transformam a natureza em meio de subsistência, assim como a necessidade natural e permanente que medeia o metabolismo entre homem e natureza e, portanto, a existência da sociedade. Desse modo, os trabalhadores rurais necessitam da terra para produzir o mínimo que reclamam as suas necessidades materiais mais prementes. Os acampamentos visitados e analisados estão localizados em áreas semiáridas e subúmidas secas, caracterizadas pela escassez da água, em boa parte do ano, e por solos relativamente mais pobres do que os das demais zonas geoeconômicas do Nordeste. De acordo com Carvalho & Egler (2003, p.22), no semi-árido, as secas continuam produzindo impactos negativos sobre as atividades humanas, tanto em termos ambientais, quanto econômicos e sociais. Dessa maneira, os trabalhadores rurais, além de enfrentarem todos os óbices que se colocam no caminho do acesso à terra e ao trabalho, têm que encontrar alternativas para conviver com a seca, encontrando os meios de prover sua subsistência.

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Publicado

2010-12-10

Edição

Seção

Artigos