ÁGUA: UM TERRITÓRIO LÍQUIDO EM DISPUTA NO CERRADO

Autores

  • Valdir Specian Univerisdade Estadual de Goiás
  • Fernando Uhlmann Soares Instituto Federal Goiano

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2024v18n2.71606

Resumo

O presente artigo tem o objetivo de discorrer sobre a importância da água para resistência socioambiental dos camponeses no Cerrado goiano e a pressão representada pela formação de Territórios Líquidos em Goiás. Para os camponeses e as comunidades tradicionais, água é vida e garantia de permanência no lugar, provocada por uma “simbiose” com o ambiente. Para o agrohidronegócio, água é apenas um recurso disponível e abundante que deve ser usado enquanto produto. Mas quanto mais o recurso (produto) se esgota, maior é a ocorrência de conflitos em virtude do acesso à água. Baseado na concepção teórica da Geografia Ambiental, fundamenta-se a construção de uma narrativa dialética de que a formação de territórios líquidos, oriundos da extrema capitalização do uso da água, contrapõe-se às condições climáticas do Cerrado e da própria manutenção da vida neste território. Desse modo, o artigo está dividido em três tópicos fundamentais: o esgotamento dos recursos hídricos do Cerrado; a formação de territórios líquidos com a expansão de pivôs centrais e barragens de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs); e, por último, a necessidade da água para reprodução dos povos cerradeiros, assim como a importância destes últimos para a própria conservação do Cerrado.

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Publicado

2024-09-29

Edição

Seção

Artigos