O PODER EM MICHEL FOUCAULT E A CRÍTICA DE AXEL HONNETH

Autores

  • David Inácio Nascimento
  • Sônia Maria Schio

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v10i4.49682

Palavras-chave:

Foucault, Honneth, Poder, Teoria Crítica

Resumo

Michel Foucault e Axel Honneth podem ser descritos como herdeiros do movimento filosófico iniciado no século XX que, possibilitado pela Teoria Crítica, ficou conhecido como “Escola de Frankfurt”. As concepções de “poder” e de “relações de poder” elaboradas por Foucault permitiram outro modo de problematizar a constituição do sujeito. Para Honneth, tais concepções seriam importantes para ultrapassar o impasse no qual se encontrava a Teoria Crítica, mas elas não seriam suficientes: foi necessária a presença dos escritos hegelianos (de Jena) para fundamentar o que ele chamou de “luta por reconhecimento”. Nesse contexto, havia um problema tanto para Honneth quanto para os leitores de Foucault: a publicação tardia de alguns textos foucaultianos foi responsável por limitar a leitura e a crítica feitas a estes textos. Ou seja, seria necessário fazer algumas releituras. Dessa forma, este artigo visa apresentar a transitoriedade do conceito de poder em Foucault, realizando uma breve análise da recepção de seu pensamento por Honneth e, deste modo, observar as possibilidades das propostas desses filósofos.

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Biografia do Autor

David Inácio Nascimento

Doutorando em Filosofia no PPGFIL da Universidade Federal de Pelotas.

Sônia Maria Schio

Professora de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas. Doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com estágio sanduíche na Université de Poitiers (França), com bolsa do CNPq. Realizou estágio de Pós-Doutorado na Rheinische Friedrich-Wilhelms-Universität Bonn (Alemanha), com bolsa da CAPES, e na Universidade de Lisboa (Portugal).

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Publicado

16-12-2019