Aleitamento materno exclusivo e desnutrição infantil: relação com o programa saúde da família

Resumo

Introdução: Alimentar-se apenas de leite materno nos seis primeiros meses de vida ajuda a reduzir o risco de desnutrição e anemia das crianças, entre outros problemas de saúde. Além disso, crianças desnutridas têm mais chance de apresentar complicações de saúde na idade adulta. Por isso, a segurança alimentar e nutricional é uma questão básica da saúde para a infância. O Programa Saúde da Família (PSF) vem possibilitando melhorias na qualidade de vida de crianças e adultos. Objetivo: Analisar a evolução dos índices de aleitamento materno exclusivo (AME) de crianças com menos de 4 meses de idade e desnutrição infantil, relacionando estes dados com o advento do PSF na cidade de João Pessoa. Metodologia: Utilizou-se abordagem indutiva com procedimento comparativo estatístico e técnica de documentação indireta, sendo realizado um estudo de séries temporais de algumas informações de saúde tais como: aleitamento materno exclusivo de crianças com idade inferior a quatro meses e desnutrição em crianças menores de 1 ano cadastradas no PSF, tais informações foram coletadas do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). O período avaliado foi de fevereiro de 2000, quando o modelo de atenção passou a ser o PSF, à outubro de 2008, quando o sistema parou de ser atualizado. Os dados foram analisados e comparados estatisticamente pelo teste t. Resultados: O percentual de AME em fevereiro do ano 2000 foi de apenas 37,70%, oito anos mais tarde, atingiu um máximo de 72,63%. A média de aleitamento materno exclusivo foi de 61,93%. Ao mesmo tempo a taxa de desnutrição no grupo de crianças com menos de 1 ano mostrou-se cada vez menor. Este valor atingiu um nível máximo em março de 2000 (8,46%) e um mínimo em dezembro de 2007 (0,39%), mantendo-se menor que 1% até outubro de 2008, com média de 1,60 % ao longo dos anos. O teste estatístico revelou associação relevante entre os índices ( = 1%). Conclusão: Houve redução da desnutrição no primeiro ano de vida e mudança positiva dos indicadores de saúde com o advento do PSF.