Sibila de ferrões agudos: poesia e resistência em Augusto dos Anjos

poesia e resistência em Augusto dos Anjos

Autores

Palavras-chave:

Augusto dos Anjos, Negro, Poesia, Resistência

Resumo

O presente texto analisa o poema “O Negro”, de Augusto dos Anjos, sob o ponto de vista da resistência à ordem ideológica que reservou aos povos de origem africana o lugar da exclusão, negando-lhes o direito à voz e à vida digna. A análise tomou como fundamentação o pensamento crítico de Alfredo Bosi (1977; 2002; 2015), em particular sobre poesia e resistência, e do pensamento teórico e reflexivo acerca da relação entre lírica e sociedade, segundo a sistematização de Adorno (2003), Merquior (1997; 2013) e Holanda (2019). O objetivo principal foi examinar o poema, investigando suas tensões visíveis em relação ao processo histórico e social brasileiro, referente ao contexto de sua produção – início do século XX -, tomando-o como recusa e resistência aos discursos correntes de dominação e domesticação do escravo. Sob o ponto de vista da recusa, trata-se de uma lírica que se abre ao social conduzindo o leitor para além do cotidiano de aflição, “na direção de uma situação digna do homem” (ADORNO, 2003, p. 73), que é, ao mesmo tempo, resistir e refugiar-se do sistema de opressão.

Palavras-chaves: Augusto dos Anjos; Negro; Poesia; Resistência.

 

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Biografia do Autor

Derivaldo dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Possui graduação em Letras (1994) e mestrado em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1998); doutorado em Teoria literária pela Universidade Federal de Pernambuco (2006) e Pós-doutorado pela UFMG (2019). É professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, lotado no Departamento de Letras (UFRN); professor colaborador nos cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem (PPgEL/UFRN) e orientador no mestrado profissional (PROFLETRAS/NATAL-RN). Líder do Grupo de Pesquisa Estudos da Modernidade: processos de formação cultural, cadastrado no CNPq, com pesquisas voltadas para os seguintes temas: literatura e representações sociais, literatura e história, tradição e modernidade, silêncio e violência, memória social e identidades; ex-diretor do Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Rio-Grandense; ex-coordenador do Programa de Pós-Graduação em estudos da linguagem da UFRN; dentre suas publicações, destacam-se: Augusto dos Anjos: uma Lâmina do tempo (2002); As marcas da letra (2004, org. com Alfredo Cordiviola e Valdenides Cabral); Fábula da iminência (2006, org. com Alfredo Cordiviola); Trama de um cego labirinto (2010, org. com Lourival Holanda e Zuleide Duarte); A poesia de Lêda Maciel (2010, org. com Eva Cristine Arruda Câmara e Graciele Cristine); Estudo introdutório da obra completa de Florbela Espanca/Livro de Sóror Saudade (2012); Organizou a Revista Triplov: artes, religiões e ciências (Lisboa/Portugal, 2020), em homenagem ao escritor, poeta e ensaísta brasileiro Ricardo Daunt.

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Publicado

2023-03-16

Como Citar

Santos, D. dos. (2023). Sibila de ferrões agudos: poesia e resistência em Augusto dos Anjos: poesia e resistência em Augusto dos Anjos. Revista LiteralMENTE, 2(2), 17–31. Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rl/article/view/65675

Edição

Seção

Dossiê - Eclosões do desespero na Literatura