Pesquisa na Área de Saúde Materna e Perinatal no Brasil: passado, presente e futuro

Resumo

O entendimento da condição atual do Brasil em relação à pesquisa na área da saúde materna e perinatal pressupõe uma compreensão histórica, social e econômica do país, incluindo a melhora das condições econômicas e sociais da população, aumento da escolaridade, urbanização e melhoria do saneamento básico. Isso se refletiu também na saúde materna e perinatal, com uma redução progressiva das correspondentes mortalidade e morbidade. O desenvolvimento reforçou a necessidade de políticas para pesquisa, que foram implementadas fundamentalmente através do sistema nacional de ciência e tecnologia e da pós-graduação. Para isso, julgou-se necessário a identificação de temas prioritários para pesquisa nos mais diversos campos do conhecimento em saúde, resultando na respectiva agenda de prioridades criada há dez anos. Isso possibilitou, paralelamente, o investimento direcionado de recursos financeiros para pesquisa em saúde como nunca tinha ainda acontecido no país, dinamizando o processo de produção de conhecimento nessa área. Todavia, as mudanças na área de saúde e economia da última década impõem a revisão desta agenda, com a identificação de tópicos prioritários para a pesquisa nos próximos anos. Hoje, em face da situação econômica e de pesquisa que o país atingiu, é possível vislumbrar a necessidade de um desenvolvimento mais profissional, colaborativo e integrativo da pesquisa em saúde materna e perinatal, envolvendo a formação técnica de múltiplos profissionais. Esse desafio precisa ser encarado também profissionalmente, com a identificação de novos talentos e seu preparo precocemente, desde os cursos de graduação.