TY - JOUR AU - Gomes, Romulo Gabriel de Barros PY - 2020/11/18 Y2 - 2024/03/28 TI - Corpos ultrajantes, discursos interditos: embates entre a indústria cinematográfica erótica e a censura federal durante a ditadura civil-militar brasileira JF - Saeculum JA - SRH VL - 25 IS - 43 (jul./dez.) SE - Artigos DO - 10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.54191 UR - https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh/article/view/54191 SP - 325-342 AB - <p>O presente texto apresenta a trajetória de embates entre as produções cinematográficas denominadas comumente por pornochanchadas – produções de baixo orçamento, forte apelo humorístico e sexual – e a censura federal durante a ditadura civil-militar brasileira. Vistas muitas vezes como inimigas do discurso público de moral e bons costumes que representava o estado, estas acarretaram, por parte dos sujeitos produtores, o desenvolvimento de estratégias para driblar a censura federal. Ora estas disputas favoreceram produtores, ora censores, mas no foco destes embates encontrava-se quase que invariavelmente a disputa pela hegemonia discursiva e pelo lugar de fala que tinham como palco a grande tela do cinema e sua reconhecida capacidade como ferramenta de propagação de valores culturais e normatização de costumes. Na análise ora apresentada enfoca-se no enredo amplamente conflitante desta pretensa normalidade encontrado no longa-metragem <em>Mulher Tentação</em> (1982) dirigido por Ody Fraga e produzido por David Cardoso. &nbsp;Para esta análise utiliza-se como aporte teórico os escritos de Michel Foucault, especialmente as suas noções de biopoder, normatividade, controle dos corpos e exercício de poder. Tem-se então o objetivo de evidenciar os múltiplos vetores que conformam poderes e contrapoderes, bem como observar como estas disputas marcam corpos, costumes e culturas.</p> ER -