Design da Informação, linguagens convergentes e complexidade na rede social e ambiente digital do Facebook
Resumo
O design, por meio das linguagens que põe em ação, permite pensar o mundo: “ [...] penso, logo existo” (DESCARTES). Permite visualizar, planejar, criar. Agregado às tecnologias computacionais, o design pode desempenhar um papel de retroalimentação no mundo de representações em que vivemos. Na década de 1940, Ladislav Sutnar fundou o Design de Informação como disciplina, baseado na prevalência da funcionalidade sobre a estética, com o intuito de controlar e organizar a informação para comunicá-la com eficácia. As TIC contribuíram para o desenvolvimento gráfico, que no suporte eletrônico pode migrar de uma interface abstrata e simbólica (a página escrita) para uma interface icônica realista (a tela) constituída por simulação e por elementos de linguagem imagética. Os sistemas das redes convergentes de compartilhamento propõem desafios técnicos e tecnológicos, que necessitam ser enfrentados para que sejam efetivas como construtoras de conhecimento coletivo e para que possam enfrentar ainda os desafios de caráter sociotécnicos. Para pensar Design de Convergência em seu estágio atual na Internet, consideraremos o ambiente digital do Facebook, ainda em crescimento, mas com 500 milhões de usuários e com taxa de cerca de 100 milhões de novos usuários a cada 6 meses. Consideraremos no ambiente do Facebook dois tipos de convergência que denominaremos “Estrutura da Interface” e “¿Super estrutura?- Design e Cultura”. Buscamos nessa relação considerar as mudanças culturais advindas de ambientes com design convergente. A hibridização midiática e a hibridização sujeito/mídias se tramam e criam emergências sistêmicas. Tendo em vista tais emergências, nossa percepção é do surgimento de uma progressiva reequilibração do sistema convergido por formações culturais metamidiaticas, ou seja, resultantes da confluência das mídias e de suas linguagens, porém delas já independentes, auto portantes. Podemos estudar as disciplinas que poderão levar-nos a um uso consciente do meio, a um melhor relacionamento humano, a um melhor conhecimento de nós mesmos e do mundo. O design pode ser aprendido como disciplina, linguagem, tecnologia e forma de reação aos nossos limites. Pode também ser associado TIC de maneira estratégica para nossa sobrevivência como espécie.
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Referências
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