O TRABALHADOR DA UBER E A INCORPORAÇÃO DA AUTOGESTÃO NEOLIBERAL: autonomia ou indignidade?
DOI:
https://doi.org/10.61999/abet.1676-4439.2024v23n1.64739Resumo
Este artigo analisa o fenômeno da uberização do trabalho no contexto do capitalismo contemporâneo global marcado profundamente pelo neoliberalismo, que compreendemos aqui como um “novo capitalismo”. Busca ainda entender como a uberização se coloca no contexto brasileiro e reflete sobre a dimensão do “trabalho digno”. Para isso, apresenta-se cinco histórias de vida de motoristas de aplicativo, realizadas mediante entrevistas semiestruturadas, a fim de mostrar a experiência cotidiana e a trajetória de vida deles, aspectos sociologicamente relevantes para compreender o trabalho uberizado no Brasil. A partir disso, destacam-se recorrências e práticas nos discursos dos entrevistados, nas quais fica clara a ambiguidade da flexibilidade desse tipo trabalho, bem como a sua subjetivação neoliberal. A discussão dos resultados é guiada, especialmente, pelas perspectivas teóricas de Dardot e Laval (2016) e de Richard Sennett (2006, 2015) e contextualizada para o cenário de classe brasileiro a partir dos estudos de Jessé Souza (2012).
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