Musica: a forma ABA - linguagem e memoria
Resumo
A comunicação linguistica baseia-se na memoria de um eixo paradigmatico de signos de definiçao aceita, de relaçao entre significante e significado e sua dupla articulação. "Words move, music moves only in time". Numa comunicação musical, nao temos um repertorio de signos estabelecido a priori, fixo: seu nivel paradigmatico tem um carater funcional (puramente sintatico) e tao diferente quanto os sistemas em que se baseia. Do ponto de vista de sistemas, nada tem sentido ate que seja proposta uma relaçao de pelo menos dois elementos. Essa relafao, estabelecida, pode atingir, atraves de sentidos diferentes, contextos diferentes. O importante e o modo pelo qual os elementos articulados num texto musical trocam informações entre si, expressando uma estrutura funcional. Numa decodifica;ao musical, e pertinente a segunda ar- ticulasao. Signos musicais nao apontam para um sentido alem de sua propria estrutura interna; de outra forma, cairiamos numa armadilha semantica. Con- vem observar que cada texto musical, veiculando seu proprio codigo (sempre uma enunciafao diferente de uma natureza combinatoria de frequencias, inten- sidades, espsctros e durações) nao pode depender da memoria. A memoria de uma enunciação que ocorre somente uma vez e pela primeira vez no tempo? Assim, a memoria na musica — a chave para apreensibilidade mensagistica — deve ser atualizada. Em consequência, ha necessidade de repetições: de variaçoes, diria um musico. Baseada na necessidade de repetiçao, encontramos a forma ABA como uma for;a. O elemento B, considerado como suporte para a aceitaçao do elemento A fatualmente memorizado. A repetiçao e, afinal, a indica;ao para a compreensibilidade de uma linguagem que "moves only in time". Partindo dessa forma arquetfpica, propomos que o elemento B (o ele- mento subsidiario) seja a causa, nao somente da repetiçao, mas da propria natureza da repetifao em si: ABA (A repetido literalmente); ABA' (A subme- tido a uma variação); ABA (A transfigurado)Downloads
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