"COLAR DE CAROLINA": TRADUZINDO UM 'POEMA-TETRIS' DE CECÍLIA MEIRELES PARA O INGLÊS

Autores

  • Telma Franco DINIZ

Resumo

Alguns poemas de Ou isto ouaquilo, de Cecília Meireles, são brincadeiras com a própria tessituraorgânica do português, construídos quase que "silabicamente", como o"Colar de Carolina", por exemplo. A princípio, a autora singularizaum momento – no caso, a imagem de uma menina correndo entre colunas erguidas numacolina – como se o fotografasse mentalmente, e então, a partir de algumassílabas-chave, ela vai revelando a fotografia ao leitor, verso a verso, feitoum "poema-tetris": como blocos que caem 'do céu', as sílabas sãodeslocadas para a direita, ou para a esquerda, ou podem sofrer um movimentorotatório (com consequente inversão na ordem das letras), até se encaixarem noespaço reservado, a priori, pelapoeta. São poemas de linguagem aparentemente singela que, no entanto, colocam otradutor num impasse: e se, na tentativa de manter as regras do jogo (a saber,construir o poema a partir da recombinação de fonemas dados inicialmente), otradutor se vir instado a redefinir a imagem fotografada pela autora? E se, natentativa de manter a imagem fotografada pela autora, o tradutor se vir instadoa mexer nas regras do jogo? Na tradução poética para crianças, a "naturalizaçãoreinventada", possível meio-termo, às vezes é a saída para driblar o velhodilema "forma versus conteúdo", constantemente reinventado.

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Telma Franco DINIZ

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ARTIGOS