FANTASIA, SADISMO E DESTINO NO CONTO A ARANHA CARANGUEJEIRA E O QUIBUNGO: UM OLHAR PSICOSSEMIÓTICO SOBRE O MITO AFRICANO
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise psicossemiótica do conto A aranha caranguejeira e o quibungo, extraído da obra Contos Tradicionais do Brasil, publicada em 1986, por Camara Cascudo. O conto foi coletado entre os negros do Recôncavo Baiano, no ano de 1928, por João da Silva Campos. Esta é uma versão do conto (Hansen) Rabbit is thirsty and want drink from river guarded by tiger, tipo 74D e Animal allows himself to be tied so as avoid being carried off by storm, tipo 78A, classificado como Contos de animais, no Catálogo do Conto Popular Brasileiro de Nascimento(2005). O texto, foco da interação, apresenta uma aranha que engana todos os animais com quem se relaciona. Para a construção da significação, buscamos suporte na teoria semiótica greimasiana ao lado das teorias do Inconsciente sob a perspectiva primeira de Jung, sem desconsiderar a base freudiana. Da semiótica, privilegiamos, para este texto, a actorialização e a espacialização que, ao encontro do objetivo de análise que busca encontrar imagens do inconsciente coletivo, direcionou a discussão à emergência da anima, animus, persona, sombra e self. Da performance da aranha, como simbologia arquetípica de uma anima adoecida, ficou explícito o caráter sádico com que ela fantasiosamente comanda o destino de vários outros atores.
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