NARRATIVA MÍTICA DO SUJEITO PANTANEIRO: UMA LEITURA SEMIÓTICA

Autores

  • Maria Luceli Faria BATISTOTE
  • Ana Lívia Tavares da SILVA

Resumo

O Pantanal, região bastante antiga no estado do Mato Grosso do Sul, situado em Corumbá, município que ocupa um território de 64.968,84 km2, limita-se a oeste com a Bolívia e ao norte com o Estado de Mato Grosso. É nesse lugar que possui como presença constante os pantaneiros que surgiram episódios, contos, causos e personagens, em diferentes momentos da história, embalados pelo movimento do rio Paraguai e pelas sombras desse bioma que povoaram e povoam, ainda hoje, o imaginário popular. Esse imaginário transformou essa região em cenário de grandes fatos míticos. Como o Pantanal possui várias sub-regiões, optamos somente por uma delas, Nhecolândia. Isso se deve ao fato de essa localidade haver se tornado espaço para um campo fértil de crenças, superstições, fatos sobrenaturais no imaginário popular.   Os animais, nesse espaço, também adquirem importante papel nas narrativas orais e, figuras míticas povoam o imaginário popular, de vários grupos e indivíduos. Nesse contexto, é possível afirmar que as narrativas míticas, ainda, estão bastante presentes na cultura  e na criação da identidade do sujeito pantaneiro. Assim, nossa pesquisa investiga o suporte ideológico que dá sustentação às práticas discursivas inscritas historicamente no discurso mítico, além de descrever e explicar a relação entre mitologia e a realidade desse povo. Com base nos pressupostos teóricos da semiótica discursiva francesa e em seus seguidores, tais como Fiorin (2006) e Barros (2005), recorremos aos conceitos de tematização e figurativização, para analisar a narrativa “O causo do peão que duvidava do Pai-da-mata”que compõe nosso corpus. Observamos a criação de um universo mítico, onde o real e o imaginário entrelaçam-se formando uma rede de relatos característicos do espaço em que vivem.

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