O PAPEL DO CONTEXTO NA TEORIA DA METÁFORA DE PAUL RICOEUR

Autores

  • Odair SALAZAR DA SILVA

Resumo

A metáfora é epistemológica? O objetivo deste artigo é considerar a metáfora uma ferramenta legítima para desvelar o mundo da poesia, a partir da proposta oferecida por Paul Ricoeur em La métaphore vive (1975). Parte-se da hipótese de que a metáfora é um instrumento heurístico, por isso ela está apta a buscar novas informações sobre o mundo. Para pesquisar as metáforas no campo discursivo e gramatical, Ricoeur, inicialmente, ancora-se na nova retórica de Ivor Armstrong Richards (1936), mais especificamente a partir da obra Philosophy of rhetoric, em que o contexto tem um papel importante nos estudos discursivos, onde a teoria da interação tem seu lócus garantido. Seguindo esse mesmo modus operandi, Ricoeur desenvolve a teoria da metáfora na gramática lógica, a partir da obra Modelos y metáforas (1966) de Max Black, para quem a metáfora só pode ser interpretada, quando falante e ouvinte compartilham dos “lugares comuns associados”, conceito importantíssimo para Ricoeur (1975) compreender o funcionamento do referido tropo.

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