E depois, Margarida Flores?
Uma análise das estratégias de tradução de nomes próprios no conto “um dia a menos”, de Clarice Lispector
Resumo
O presente trabalho objetiva analisar as estratégias tradutórias utilizadas para lidar com nomes próprios em duas traduções para o inglês do conto “Um dia a menos”, de Clarice Lispector (1920-1977), de modo a investigar os efeitos de sentido e implicações culturais que diferentes escolhas tradutórias podem provocar. A análise tem como base as traduções de Leila Darin (2003) e Katrina Dodson (2015). No conto, a personagem Margarida Flores faz reflexões a respeito do seu nome e variações desse, à medida que traça paralelos de significado entre as Margaridas e o que é/poderia ter sido sua vida. Tais movimentos de sentido, a partir de nomes próprios, acarretam implicações estéticas e culturais desafiadoras para uma tradução. Para o desenvolvimento da análise, empregou-se o conceito de item cultural-específico de Aixelá (1996), que contempla os nomes próprios, e sua categorização de estratégias para tratamento de tais itens, além das noções de estrangeirização e domesticação de Venuti (1995). Metodologicamente, o recurso Aligner, da ferramenta WordSmith Tools 6.0, que alinha o texto original às traduções, foi utilizado para organizar os textos para a realização da análise contrastiva. Primeiro foi feita a identificação dos itens culturais, aqui, os nomes próprios, e, em seguida, realizou-se a categorização das estratégias para, então, analisá-las. Os resultados apontam para uma direção domesticadora na tradução de Leila Darin e uma tendência estrangeirizadora na tradução de Katrina Dodson, o que implica, respectivamente, no apagamento e evidenciação dos aspectos estéticos e culturais do texto.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2020-04-28
Edição
Seção
Entrad2019: Tradução e Estudos Culturais