A tradução e a retradução do relato de viagem Voyage au Tapajoz (1897), de Henri Coudreau: o registro das línguas indígenas apiaká, mundukurú e mawé
Resumo
Este trabalho tem como objetivo contribuir para a compreensão da importância do relato de viagem Voyage au Tapajoz, de 1897, de Henri Coudreau (1859-1899), durante o século XIX, na Amazônia paraense, como fonte histórica de uma abordagem etnográfica no registro da presença e das línguas dos povos da floresta apiaká, mundukurú e mawé, formadores da área do rio Tapajós daquele período. Minha intenção é fornecer subsídios para discutir as políticas editoriais nos processos de tradução da editora Companhia Editora Nacional, anos 1941, e de retradução da Editora Itatiaia, anos 1977, em relação à ética do tradutor (Berman, 2013; Torres, 2021) ao registrar as línguas pertencentes à família do tronco tupi. Para tanto, minha pesquisa se movimenta em três planos. No primeiro, procuro apresentar um panorama das editoras numa perspectiva da sociologia da tradução (Bourdieu, 2018). Em um segundo movimento, apresento uma curta biografia do viajante estrangeiro. Por fim, realizo um breve estudo diacrônico (Storto, 2007) entre a tradução e a retradução para observar se as línguas indígenas sofreram modificações em relação à grafia segundo os contextos históricos. A metodologia utilizada é bibliográfica e documental.