A teoria sincrônico-constelar da tradução de Haroldo de Campos
Resumo
A hipótese deste trabalho é investigar em que medida o poeta, crítico, tradutor e teórico Haroldo de Campos (1929-2003), através de seus ensaios críticos, entrevistas e traduções, cunhou uma espécie de teoria sincrônico-constelar da tradução no Brasil; ou seja, uma epistemologia crítica, que não segue a linearidade interdita da história e da cultura da tradução e que busca, ainda, evidenciar e oferecer outras perspectivas que não aquelas as quais reforçam a noção de uma “história única” (Adichie, 2009), ou de um planetário regido por estrelas fixas. Acreditamos que a teoria da tradução de Campos, por se afastar de uma visada diacrônica e fixa da história, se apresenta como uma epistemologia constelar, em cuja imagem vemos refletido o lugar de um intelectual excêntrico. Para tanto, nos valeremos dos ensaios críticos escritos por Haroldo a partir de Mallarmé, bem como das proposições de Walter Benjamin (1987), Jacques Derrida (2006; 2014) e Jorge Luis Borges (1999).