Quando as traduções mudam tudo

Autores

  • Rodrigo D’Avila Braga Silva

Resumo

A tradução, enquanto produto cultural independente do texto de partida, pode ser construída das mais diversas maneiras e assim formar a recepção de um determinado autor ou obra em um dado sistema literário. Esse processo de recepção não é exclusivo da tradução e sim uma combinação das forças histórico-culturais de um dado período em que essas traduções acontecem/aconteceram, nos dando elementos para compreender as normas tradutórias (Toury, 1995) de cada período e as diferentes camadas textuais e interações em relação à obra. Em nossa comunicação, apresentaremos o caso da tradução de 1980 da emblemática obra do Marquês de Sade, considerada um dos textos filosóficos e mais profundos do autor, La Philosophie dans le boudoir (1795) publicada pela editora Gama. Vale salientar que esta obra sadiana tem suas primeiras traduções brasileiras datadas do início do século XX, sendo uma das obras mais traduzidas de Sade no Brasil desde então. Discutiremos ainda como a produção cultural do período e essa tradução em específico, por meio do seu texto e de seus paratextos, são capazes de alterar completamente a percepção acerca desta obra no contexto brasileiro dos anos 1980, apagando suas principais características filosóficas.

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Publicado

2024-10-16