Ética e versão

Autores

  • Alice Maria de Araújo Ferreira

Resumo

A maioria dos discursos sobre ética nos estudos da tradução parte da própria concepção de tradução como relação e da posição (nesta relação) de quem acolhe, ou seja, de quem traduz o estrangeiro na sua língua. Um lugar de acolhimento e respeito para com a alteridade e o original, uma hospitalidade, uma fidelidade. Pouco se fala sobre a versão, se traduzir no outro, que mobiliza uma outra direção. Embora raramente problematizada, a direção organiza a relação trocando as posições e transformando os comportamentos. Henri Meschonnic, discutindo a ética na instância do sujeito, define a ética do traduzir numa dupla relação, como um comportamento consigo mesmo e com o outro. (2007, p.19). Essa dupla relação é constitutiva da versão, pois nesta direção, o original e a alteridade não estão do mesmo lado e a ética em tradução diz respeito a ambos. Assim, em nossa comunicação partimos da Ética e política do traduzir (2007) de Henri Meschonnic e da questão da direção para pensar uma po-ética da versão: como (porque é sempre um modo) nos traduzir numa dupla relação ética ligada à alteridade e ao original que, desta vez, não estão do mesmo lado? Ou como ser ético consigo mesmo e com o outro de modo que ambos os lados se constituam como sujeitos através/na relação?

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Publicado

2024-10-16