Da EBAL ao PNBE e o sucesso das graphic novels: as duas ondas das adaptações literárias para os quadrinhos no Brasil

Autores

  • Bruno Ricardo de Souto Leite

Resumo

Tem-se visto nas últimas décadas uma “explosão” na publicação de adaptações literárias para os quadrinhos no Brasil. A oferta é variada: obras da literatura estrangeira e brasileira; romances, peças, antologias de poemas; livros em domínio público e de autores contemporâneos… Há representantes de todos esses “nichos” no cardápio das versões em HQ. A principal razão para isso é econômica (e política), com a entrada do governo como grande comprador de HQs; mas também há outra, de ordem cultural: a substituição do gibi pela graphic novel (um gênero mais “adulto”) no gosto do leitor de quadrinhos. Essa tendência, que podemos chamar de “onda do PNBE”, não representa, contudo, a primeira vez que o mercado das adaptações esteve aquecido. Em meados do século passado, muitos leitores tiveram seus primeiros contatos com obras clássicas da literatura através de adaptações lançadas em coleções como a Edição Maravilhosa, da Editora Brasil-América LTDA (EBAL), que se inspirou, por sua vez, no sucesso da norte-americana Classics Illustrated. Por isso, podemos afirmar que, antes da “onda do PNBE” (ainda vigente), tivemos a “onda da EBAL”. Discutir e contextualizar tanto o momento atual das adaptações no mercado editorial brasileiro como as suas antecessoras é o objetivo do presente trabalho.

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Publicado

2024-10-16