Tradução como provocação feminista ao cânone teórico da Literatura Russa

Autores

  • Thais Carvalho Azevedo

Resumo

O presente trabalho pretende trazer à tona reflexões críticas acerca de textos basilares de Teoria da Literatura como “A arte como procedimento” (1917), de Vítor Chklóvski e Problemas da poética de Dostoiévski (1929), de Mikhail Bakhtin suscitadas pela tradução de textos de duas escritoras russas do século XIX: a novela Tribunal da sociedade (1834, 2023), de Elena Gan; e o romance A família Tálnikov (1848, sendo traduzido atualmente) de Avdótia Panáieva. As reflexões se constroem com foco na ausência de escritoras dentro de textos do cânone da Teoria da Literatura, escritos por homens e sobre homens. Ao longo dos processos de tradução, pôde-se perceber que, apesar de não terem sido notadas, Elena Gan e Avdótia Panáieva se utilizavam de estratégias narrativas e criativas como o estranhamento (ostranénie) de Chklóvski e a polifonia bakhtiniana antes mesmo dos escritores a quem essas estratégias são comumente relacionadas, com frequência colocados como pioneiros em seu desenvolvimento e utilização.

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Publicado

2024-10-18