NO BRASIL AS ELEIÇÕES SÃO LIVRES DA INFLUÊNCIA DO PODER ECONÔMICO?

Resumo

Devido à polêmica discussão da forma de financiamento de campanhas eleitorais, o propósito deste trabalho é verificar o quanto o poder econômico influencia o processo de escolhas sociais dos eleitores nos diferentes estados e regiões brasileiras. O objetivo é comprovar que as regiões brasileiras possuem efeitos marginais distintos a votar dada uma mesma unidade de poder econômico, isso demonstra que a forma de financiamento público de campanhas eleitorais discutidas atualmente necessita ser pensada de forma diferenciada entre as regiões, onde regiões com maior efeito marginal precisa de menos financiamento per capita que regiões com menor efeito marginal. A variável poder econômico é definida como as doações declaradas no TSE como proxy do real gasto em campanha eleitoral. Pela teoria das escolhas sociais somos capazes de determinar a alocação eficiente de Pareto através da função de bem-estar social, tanto em preferências transitivas quanto em preferências intransitivas (Teorema da Impossibilidade de Arrow). Entretanto, verifica-se que o voto de legenda é responsável por tornar as alocações de deputados eleitas ineficientes no sentido de Pareto, todavia, dada esta alocação, vamos verificar através de um modelo logit a influência do poder econômico nas escolhas sociais. A análise empírica foi realizada para todos os estados da federação nas eleições de 2002 para deputados estaduais. Verificamos que em todas as regiões o poder econômico influencia, mas nas mais pobres aquela influência é maior.