Empreendedorismo feminino periférico: análise decolonial
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2236-417X.2023v13n3.67384Resumo
O objetivo deste estudo é compreender como as mulheres negras periféricas migram para o empreendedorismo, devido às múltiplas formas de opressão. A pesquisa é descritiva e qualitativa e adota técnica de análise do discurso a partir das narrativas das empreendedoras negras periféricas na perspectiva decolonial. Participam do estudo três mulheres negras periféricas, que constituíram seus negócios no estado de Minas Gerais. A abordagem metodológica permite entender as opressões socioeconômicas dessas mulheres, ao considerar as suas perspectivas e vivências. A pesquisa aponta que a migração das mulheres negras periféricas para a atividade empreendedora é por sobrevivência, em razão do sexismo e do racismo estrutural, a falta de oportunidades e de acesso aos recursos e a invisibilização, o que pode afetar negativamente a sua capacidade de empreender e de ter sucesso nos negócios. Conclui evidenciando a urgência de políticas e iniciativas transversais, como o apoio ao Empreendedorismo Feminino Negro Periférico, para promover a cidadania e a reinserção social. Essas ações visam não só superar obstáculos, mas também garantir igualdade de oportunidades no empreendedorismo para mulheres negras em áreas periféricas. Elas devem ter voz ativa e participação como agentes sociais para o desenvolvimento de programas efetivos, melhorando suas condições de vida.