“EU NÃO SABIA QUE ERA CRIME”: inarticulação linguística do sofrimento em situações de violência intrafamiliar
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2017v1n46.32608Resumo
É possível falar em violência em situações de conflito intersubjetivo nas quais não há a sua verbalização pelos envolvidos? Nas ciências humanas, depois da chamada linguistic turn [giro linguístico], tornou-se recorrente e mesmo hegemônica uma tendência de resposta negativa para esse tipo de questionamento. Reduzindo a matéria da realidade a sua dimensão exclusivamente simbólica, cientistas sociais deduziram que não há nada mais a dizer para além dos esquemas de interpretação mobilizados discursivamente pelos próprios atores e que qualquer pretensão de interpretação adicional é uma “violência exercida sobre os atores”. Em contraste com as interpretações acima, gostaríamos de propor uma outra possibilidade de leitura de aspectos não tematizados da violência, onde a relação entre “experiência” e “interpretação” é problematizada pela mediação das categorias de “articulação” e “inarticulação”. Neste artigo, aplicamos essa chave conceitual de interpretação sociológica na análise de dois casos empíricos de experiências de abuso sexual na infância e defendemos que os mesmos podem ser melhor compreendidos como casos exemplares de “inarticulação linguística do sofrimento”.Downloads
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Publicado
22.12.2017
Como Citar
Morais Lima, A. L., & Freitas, C. E. (2017). “EU NÃO SABIA QUE ERA CRIME”: inarticulação linguística do sofrimento em situações de violência intrafamiliar. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(46). https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2017v1n46.32608
Edição
Seção
N° 46 - PRÁTICAS DE AUDITORIA, SISTEMAS DE AVALIAÇÃO E VALORES