PODER CORPORATIVO E AÇÃO ECONÔMICA: reflexões a partir da mineração de ferro
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2018v1n48.37762Resumo
O trabalho discute a noção de poder corporativo a partir da comparação de três contextos mineradores em Minas Gerais, entre 2010 e 2015. A discussão teórica mobiliza criticamente os usos da categoria na geografia econômica (centrada no modelo de Redes Globais de Produção) e na sociologia econômica, destacando problemas teóricos e analíticos. Assim, defende uma perspectiva tridimensional (Lukes, 2005), capaz de integrar as formas externa (aberta e fechada) e interna de seu exercício; e um enquadramento relacional e positivo do poder, do qual emergem efeitos restritivos e extensivos em situações de interação entre agentes econômicos e não econômicos. A comparação dos casos da Anglo American/ Conceição do Mato Dentro (CMD), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)/ Congonhas e Vale/ Itabira utilizou predominantemente a observação direta e entrevistas semiestruturadas, permitindo verificar que: i. em Congonhas, a expansão em um contexto brownfield impulsionou formas de contestação que desafiaram institucionalmente (1ª dimensão) a CSN; ii. o impedimento à ascensão como questão pública (2ª dimensão) dos conflitos configurou a ação econômica nas condições greenfield de CMD, restringindo o exercício das formas institucional e coletiva de poder; e iii. o fim de ciclo mineral em Itabira permitiu a extensão do poder corporativo a uma dimensão interna, mobilizando subjetivamente (3ª dimensão) a adesão individual e coletiva e produzindo um regime de consenso desfavorável à contestação. Palavras-chave: Ação econômica. Poder corporativo. Corporação transnacional (CTN). Mineração de ferro.Downloads
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Publicado
12.07.2018
Como Citar
dos Santos, R. S. P., & Milanez, B. (2018). PODER CORPORATIVO E AÇÃO ECONÔMICA: reflexões a partir da mineração de ferro. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(48), 95–113. https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2018v1n48.37762
Edição
Seção
N° 48 - SOCIOLOGIA ECONÔMICA: PLURALISMO DE ENFOQUES E INOVAÇÕES METODOLÓGICAS