PARA UMA SOCIOLOGIA PRAGMÁTICA DA MORAL DA POLÍTICA

Crítica, “bem de todos”/“bem comum” e “comparecimento”

Autores

  • Alexandre Werneck Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2021v1n55.60460

Resumo

Este ensaio promove uma reflexão teórica sobre a possibilidade de se fazer uma sociologia pragmática da moral da política – isto é, uma sociologia da política cujo centro seja sua dimensão moral, tratada como objeto e não como fundamento normativo da análise. A proposta é reconhecer no mapeamento da dimensão dos valores em jogo em uma situação política uma forma de dar conta analiticamente de uma fenomenologia incontornável desse objeto e valorizar a ideia de “comparecimento”, isto é, a forma como elementos dessa situação se colocam nela como variáveis determinantes em sua efetivação. O tratamento coloca entre parêntesis tanto o normativismo apriorístico da chamada sociologia crítica, centrada na ideia de que a dominação é o fenômeno central da realidade social e que a tarefa da disciplina é compreender os mecanismos segundo os quais os dominados são levados a agir conforme desejam os dominadores, quanto a manobra retórica da chamada nova “crítica não normativa”, que propõe que a questão da política é uma economia da despolitização dos fenômenos sociais e que a tarefa da análise consiste em “repolitizá-la” – isto é, devolver a ela um caráter não naturalizado. Adotando-se uma postura radicalmente compreensiva, pragmatista e pragmática segundo a qual o objeto da análise é a forma como os atores eles próprios constroem/operam a dimensão moral da política, torna-se a análise dos fenômenos políticos mais complexa, na medida em que se estuda aquilo que efetivamente comparece nas situações “politizadas” para defini-las com tal e para definir e resolver as controvérsias nelas trazidas à baila.

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Biografia do Autor

Alexandre Werneck, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Sociólogo. Professor do Departamento de Sociologia e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da UFRJ, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (Necvu), da UFRJ, pesquisador de produtividade do CNPq, bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado Faperj. Áreas de interesse: Sociologia da moral, sociologia dos conflitos e da violência, teoria sociológica, pragmatismo.

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Publicado

31.03.2022

Como Citar

Werneck, A. (2022). PARA UMA SOCIOLOGIA PRAGMÁTICA DA MORAL DA POLÍTICA: Crítica, “bem de todos”/“bem comum” e “comparecimento”. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(55). https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2021v1n55.60460

Edição

Seção

N° 55 MORAL E POLÍTICA