POPULAÇÃO DE RUA, A PANDEMIA DA COVID-19 E AS POLÍTICAS DA VIDA E DA MORTE

Autores

  • Patrice Schuch Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Calvin da Cas Furtado Universidade Federal do Rio Grande do Sul https://orcid.org/0000-0002-4357-7606
  • Daniela Bianchi Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Caroline Silveira Sarmento Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2021v1n55.61608

Resumo

Este artigo tem por objetivo refletir sobre a pandemia da covid-19 e as políticas de vida e morte, tentando evidenciar o caráter produtivo da moral na constituição de novos cenários e questões para o nosso mundo. Realizaremos tais reflexões a partir de um engajamento etnográfico das formas de mobilização em torno da proteção da população de rua no cenário da pandemia da covid-19. Mostramos como a pandemia da covid-19 pode ser entendida simultaneamente como uma espécie de “evento crônico agudizado” que coloca em cena formas de governo necropolíticas, implicando definições sobre o valor e o sentido da vida e da morte de determinadas populações na gestão da pandemia. Ressaltamos também as formas de mobilização do ativismo político da área que, desde a década de 2000, se caracteriza pelo crescente uso da linguagem dos direitos e da denúncia das desigualdades, chamando atenção para o fato de que a pandemia pode estar (re)introduzindo gramáticas morais associadas à vivência de rua que trabalham a partir da sua associação com o sofrimento individualizado. Essas dimensões recolocam certa tensão moral estruturante desse campo de intervenção social, entre o sofrimento individual e as desigualdades das infraestruturas de vida das pessoas.

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Biografia do Autor

Patrice Schuch, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

É professora adjunta do Departamento de Antropologia, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com mestrado e doutorado em Antropologia Social por essa mesma universidade. É autora do livro: Práticas de Justiça: antropologia dos modos de governo da infância e juventude no contexto pós-ECA e co-organizadora das obras: Direitos e Ajuda Humanitária: perspectivas sobre gênero, família e saúde, Ética e Regulamentação na Pesquisa Antropológica, Experiências, Dilemas e Desafios do Fazer Etnográfico Contemporâneo, Políticas de Proteção à Infância: um olhar antropológico e Antropólogos em Ação: experimentos de pesquisa em direitos humanos. É pesquisadora do Núcleo de Antropologia e Cidadania (NACi/UFRGS) e diretora da Associação Brasileira de Antropologia (ABA, gestão 2015-2016) e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS, gestão 2015-2016). Seus temas de pesquisa privilegiam as áreas da antropologia do direito, infância e juventude, estado e políticas públicas, direitos humanos e ética em pesquisa antropológica.

Calvin da Cas Furtado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutorando em Antropologia Social pela UFRGS

Daniela Bianchi, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestranda em Antropologia Social pela UFRGS

Caroline Silveira Sarmento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Antropologia Social pela UFRGS

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Publicado

31.03.2022

Como Citar

Schuch, P., da Cas Furtado, C. ., Bianchi, D., & Silveira Sarmento, C. (2022). POPULAÇÃO DE RUA, A PANDEMIA DA COVID-19 E AS POLÍTICAS DA VIDA E DA MORTE. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(55). https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2021v1n55.61608

Edição

Seção

N° 55 MORAL E POLÍTICA