REDES SINDICAIS INTERNACIONAIS
uma estratégia de resistência ao poder das multinacionais
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2023v1n58.64724Resumo
O objetivo deste artigo consiste em problematizar as chamadas redes sindicais e suas articulações em âmbito internacional. As redes sindicais têm sido uma tendência internacional desenvolvida, em primeiro lugar, nos países de capitalismo central, principalmente na Europa Ocidental, em decorrência das adversidades que os sindicatos vinham enfrentando desde o final do século XX. Devido ao processo de internacionalização e ao discurso da competitividade, muitas empresas “multinacionais” colocaram em marcha ações de despedimentos massivos, ataque aos direitos laborais, aumento da jornada de trabalho, entre outros. Como resposta a esse cenário, o movimento sindical articulou e organizou redes de cooperação a fim de criar e fomentar a solidariedade entre os trabalhadores que sofreram os danos diretos do processo de ajuste estrutural. Nosso debate se concentrará no processo de resistência que as redes podem oferecer a esse poder das “multinacionais”, elencando alguns exemplos experimentados no setor automotivo. Acreditamos que as redes estão se desenvolvendo como uma possibilidade de ação a nível internacional, pois o que se percebe é que o sindicalismo tem cada vez mais inserido em suas agendas a discussão sobre a necessidade de ações conjuntas e concertadas. A ideia das redes sindicais internacionais pode ser uma possibilidade promissora para o futuro do movimento sindical. Alguns pesquisadores tendem a listar esse tipo de movimento, que procura resistir ao efeito nocivo da “globalização econômica”, e ao poder das multinacionais, como uma das principais novidades na arena política, devido à sua forma de articulação em redes, com a extensão global.
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