Niilismo Jurídico e Ideologias Políticas Radicais: Uma Observação sobre a História do Constitucionalismo Russo a partir d’ Os Demônios, de Fiódor Dostoiévski

Autores

  • Luis Rosenfield Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1678-2593.2018v17n35.38805

Palavras-chave:

Fiódor Dostoiésvki. Niilismo. Direito e Literatura. Os demônios. Constitucionalismo.

Resumo

O presente artigo utiliza o romance Os demônios, de Fiódor Dostoiévski para abordar questões centrais da filosofia política e da teoria constitucional. Nesse estudo, a literatura funciona como eixo de reflexão que torna possível enxergar um retrato consistente das encruzilhadas ideológicas do final do século XIX, e suas repercussões no plano da história das ideias. Em síntese, dentro da tradição dos estudos em direito e literatura e através de metodologia ensaística, busca-se colocar a história do constitucionalismo russo em contraste com a ascensão das ideologias políticas radicais. A investigação está organizada (i) na breve apresentação da vida e da obra de Fiódor Dostoiévski; (ii) e no aprofundamento do enredo d’Os demônios, focando-se nos eventos de violência revolucionária e no conteúdo político do romance; (iii) com o objetivo, então, de construir uma análise do constitucionalismo russo diante da radicalização política, especialmente em sua formatação niilista; (iv) para, por fim, esboçar o conceito de “niilismo jurídico” através dessa análise sobre a história do direito russo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luis Rosenfield, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Doutorando em Filosofia (PUCRS) e em Direito (UNISINOS). Mestre em Direito (IMED). Bacharél em Direito (PUCRS).

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução de Paulo Bezerra. 5 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015. 341p

BURLEIGH, Michael. Blood & rage. A cultural history of terrorism. Nova Iorque: Harper, 2010. 581p

CAMUS, Albert. Le mite de Sisyphe. Essai sur l’absurde. Paris: Gallimard, 2010. 170p

CAMUS, Albert. Les justes. Pièce en trois parties. Paris: Gallimard, 2015. 150p

CAMUS, Albert. Les possédés. Pièce en trois parties adaptée du roman de Doistoïevski par Albert Camus. 12 ed. Paris: Gallimard, 1959. 301p

CHALÁMOV, Varlam. Contos de Kolimá. Tradução de Denise Sales e Elena Vasilevich. São Paulo: Editora 34, 2015. 304p

CHERNYSHEVSKY, Nikolai. What is to be done? Ithaca: Cornell University Press, 1989. 462p

COETZEE, J. M. Doubling the point: essays and interviews. Editado por David Attwell. Cambridge: Harvard University Press, 1992. 430p

DAVID, René; HAZARD, John N. El derecho sovietico. Tomo I. Buenos Aires: La Ley, 1964. 431p

DAVID, René. Os grandes sistemas do direito contemporâneo. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 556p

DOISTOIEVSKI, Fiodor. Les démons. Bibliothèque de la Pléiade. Paris: Gallimard, 1955. 1345p

DOISTOIEVSKI, Fiodor. Os demônios. Tradução de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2004. 697p

DOISTOIEVSKI, Fiodor. Diario de un escritor. Crónicas, artículos, crítica y apuntes. Edição de Paul Viejo. Tradução de Elisa de Beaumont Alcade, Eugenia Bulátova e Liudmila Rabdanó. Madri: Páginas de Espuma, 2010. 1610p

FIGUEIREDO, Rubens. Bazárov e seus irmãos. In: TURGUÊNIEV, Ivan. Pais e filhos. Tradução de Rubens Figueiredo. 2 ed. São Paulo: Cosac Naify, 2011. p. 7-15.

FIORAVANTI, Maurizio. Stato e costituzione. Materiali per una storia delle dottrine costituzionali. Torino: G. Giappichelli Editore, 1993. 238p

FRANK, Joseph. Dostoiévski: As Sementes da Revolta, 1821 a 1849. Tradução de Vera Pereira. São Paulo: Edusp, 2008a. 504p

FRANK, Joseph. Dostoiévski: Os anos milagrosos, 1865 a 1871. Tradução de Geraldo Gerson de Souza. São Paulo: Edusp, 2008b. 660p

GLEASON, Abbott. Young Russia. The genesis of Russian radicalism in the 1860s. Chicago: The University of Chicago Press, 1968. 437p

GONZÁLEZ, José Calvo. Derecho y literatura: Anatolií Fedorovich Koni (1844-1927). Sobre cultura jurídica de la literatura y cultura del derecho en la Rusia Imperial de Alejandro II a Nícolas II. In: GONZÁLEZ, J. C.. El escudo de perseo. La cultura literaria del derecho. Granada: Comares: 2012. p. 91-134.

HENDERSON, Jane. The Constitution of the Russian Federation: a contextual analysis. Oxford/Portland: Oxford University Press, 2011.

LOSANO, Mario G. Os grandes sistemas jurídicos. Tradução de Marcela Varejão. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 677p

LÖWITH, Karl. De Hegel a Nietzsche. A ruptura revolucionária no pensamento do século XIX: Marx e Kierkegaard. Tradução de Flamarion Caldeira Ramos e Luiz Fernando Barrére Martin. São Paulo: Editora da Unesp, 2014. 458p

MAGRIS, Cláudio. Utopía y desencanto. Historias, esperanzas e ilusiones de la modernidad. 3 ed. Barcelona: Anagrama, 2001. 364p

MATTEUCCI, Nicola. Organización del poder y libertad. Historia del constitucionalismo moderno. Madrid: Trotta, 1998. 318p

MILLER, Robin Feuer. Dostoevsky’s unfinished journey. New Haven: Yale University Press, 2007. 242p

NABOKOV, Vladimir. Lições de literatura russa. Tradução de Jorio Dauster. São Paulo: Três Estrelas, 2014. 400p

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral. Tradução de Paulo Cesar Souza. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. 208p

OLIVO, Luis Carlos Cancellier (Org). Dostoiévski e a filosofia do direito. O discurso jurídico dos irmãos Karamázov. Florianópolis: Editora da UFSC/Fundação Boiteux, 2012.

ROSENSHIELD, Gary. Pushkin and the genres of madness. The masterpieces of 1833. Madison: The University of Wisconsin Press, 2003. 256p

ROSENSHIELD, Gary. Western law, russian justice. Dostoevsky, the jury trial, and the law. Madison: The University of Wisconsin Press, 2005. 309p

SOLJENÍTSIN, Alexandr. Arquipélago Gulag. 1918-1956. São Paulo: Círculo do Livro, 1975.

STEINER, George. Tolstói ou Dostoiévski. Um ensaio sobre o velho criticismo. Tradução de Isa Kopelman. São Paulo: Perspectiva, 2006. 276p

TALMON, Jacob Leib. The origins of totalitarian democracy. New York: Frederick A. Praeger, 1961. 368p

TAYLOR, Charles. Uma era secular. Tradução de Nélio Schneider e Luzia Araújo. São Leopoldo: Editora UNISINOS, 2010. 930p

TODOROV, Tzvetan. Os inimigos íntimos da democracia. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 215p

TURGUÊNIEV, Ivan. Pais e filhos. Tradução de Rubens Figueiredo. 2 ed. São Paulo: Cosac Naify, 2011. 368p

VATTIMO, Gianni (Org). Nichilismo. In: Enciclopedia Garzanti di filosofia e epistemologia, logica formale, linguistica, psicologia, psicoanalisi, pedagogia, antropologia culturale, teologia, religioni, sociologia. Milano: Garzanti, 1985. p. 643-644.

VENTURINI, Franco. Roots of revolution. A history of the populist and socialist movements in ninetheenth-century Russia. Chicago: The University of Chicago Press, 1960. 850p

VILE, M. J. C. Constitutionalism and the separation of powers. 2. ed. Indianapolis: Liberty Fund, 1998. 455p

WALICKI, Andrezj. Legal philosophies of Russian liberalism. Notre Dame: University of Notre Dame Press, 1992. 477p

WORTMAN, Richard. S. The development of a Russian legal consciousness. Chicago: The University of Chicago Press, 1976. 345p

ZAGREBELKY, Gustavo. Liberi servi. Il Grande Inquisitore e l’enigma del potere. Turim: Einaudi, 2015. 292p

Downloads

Publicado

2018-09-25

Como Citar

ROSENFIELD, L. Niilismo Jurídico e Ideologias Políticas Radicais: Uma Observação sobre a História do Constitucionalismo Russo a partir d’ Os Demônios, de Fiódor Dostoiévski. Prim Facie, [S. l.], v. 17, n. 35, p. 01–34, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1678-2593.2018v17n35.38805. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/primafacie/article/view/38805. Acesso em: 26 abr. 2024.