ABASTECER, BOMBAR, CONSTRUIR E AUMENTAR: AS METÁFORAS DO FITNESS

Auteurs-es

  • Larissa de P. Cavalcanti Universidade Federal Rural de Pernambuco

Résumé

Metáforas já foram vistas como um recurso da imaginação poética ou floreio retórico, ligada às palavras, não ao pensamento ou à ação. Lakoff e Johnson (1980) partem da noção oposta, isto é, propõem que nosso sistema conceitual é fundamentalmente metafórico. Metáforas conceituais relacionam domínios cognitivos diferentes, projetando a estrutura de um domínio-fonte a um domínio-alvo, e podem ser orientacionais, ontológicas ou estruturais. Encontradas frequentemente nas práticas discursivas sob a forma das expressões metafóricas, as metáforas conceituais são naturalizadas na linguagem de modo a serem processadas sem que percebamos. De outro modo, observamos o crescimento da preocupação com a boa forma e com a alimentação saudável (FERRO, 2014). De acordo com o Ministério da Saúde (2014), nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 12,6% na população brasileira, acima de 18 anos, que relata praticar atividade física regularmente. Esse crescimento está diretamente associado ao aumento de frequência às academias, de cirurgias plásticas e dos índices de consumo dos produtos cosméticos, bem como à proliferação de publicações, impressas e virtuais, com dicas de treino, alimentação, suplementação e afins. Nesse contexto, podemos notar construções como “treinar é construir”, ou “treinar é uma jornada”, metáforas que relacionam diferentes domínios ao domínio do exercício (PHILLIPS; MCQUARRIE, 2006). Assim, nossa pesquisa analisou em duas edições aleatórias de publicações impressas voltadas para a boa forma, os casos de metáforas conceituais. Foi possível constatar que as metáforas para conceptualizar o domínio do treino e da suplementação não se repetem em publicações sobre educação alimentar. A metáfora "perder é ganhar" está na base do sistema metafórico e permite o mapeamento de perda de gordura é ganhar resultados. As metáforas encontradas difundem ideais físicos de volume muscular, pouca gordura e controle do próprio corpo, ocultando danos e prejuízos à saúde.

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Publié-e

2016-09-14

Comment citer

Cavalcanti, L. de P. (2016). ABASTECER, BOMBAR, CONSTRUIR E AUMENTAR: AS METÁFORAS DO FITNESS. PROLÍNGUA, 11(1). Consulté à l’adresse https://periodicos.ufpb.br/index.php/prolingua/article/view/30632

Numéro

Rubrique

Artigos