A RESISTÊNCIA INDÍGENA NA CABANAGEM
O LEGADO GUERREIRO DOS MURA DO RIO MADEIRA
DOI :
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-9979.2023v18n1.66636Mots-clés :
Governo da língua, Resistência indígena, Estudos foucaultianos, Mura do Rio MadeiraRésumé
Trata-se de uma proposta que analisa de que maneira o governo da língua portuguesa, impulsionado pelo dispositivo colonial (NEVES, 2015; 2020), ajudou a desarticular a resistência indígena dos Mura do Rio Madeira ao final do movimento cabano. Para tanto, consideramos o arcabouço teórico-metodológico de Michel Foucault no quadro dos estudos discursivos (2010a; 2010b; 2010c; 2016) e a operacionalização conceitual que vem sendo desenvolvida sobre gerenciamento linguístico na Amazônia (LAVAREDA, 2021; 2022). Assim, na busca de sistematizar a pesquisa, os procedimentos técnicos do estudo têm abordagem documental, tendo como instrumento para a produção dos arquivos a obra Muhuraida (WILKENS, 1989) e alguns monumentos registrados no Arquivo Público do Pará. Almeja-se, com este trabalho, também repensar a constituição de uma governamentalidade da língua à época da invasão do território brasileiro e, ao mesmo tempo, refletir sobre as condições de possibilidades históricas as quais nosso patrimônio linguístico foi discursivizado a partir de uma matriz de poder europeia instituidora de uma disciplinarização linguística na Amazônia brasileira.