AS SANTAS ANAS, OS JOGOS DE PODER E A MEMÓRIA COLETIVA DA BARRIGUDA
DOI :
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-9979.2018v13n1.42350Résumé
Este estudo se baseia nas narrativas da comunidade da Barriguda, município de Ibotirama – BA, sobre a história da Escrava Ana, reconhecida, pela crença popular, como Santa, creditando a sua transformação ao martírio e sofrimento vividos, aos maus tratos do seu Senhor, devido à escrava ter engravidado e dado à luz a um filho, sem a sua permissão. Testemunhos, depoimentos e relatos de diferentes gerações mantêm viva a memória coletiva sobre a Santa Ana, que também atrai peregrinos de outras regiões. A igreja, ao que parece, procura dissuadir a crença na figura da escrava pobre, negra, subalternizada e marginalizada e, em seu lugar, oferece aos seus devotos a figura consolidada de outra Ana, Santa canonizada, legitimada, com uma aparência que em nada lembra a figura imaginária da escrava, representativa da Sagrada Família e da hegemonia da Igreja sobre os seus fiéis. Esse cenário faz ressurgir questionamentos que se relacionam aos sentidos criados pelos habitantes do lugar para as diferentes Anas, sobre a (re)existência da Ana vulnerável, o polo mais fragilizado no jogo de poder que se sustém sobre qual das Anas traz o reflexo da identidade da população local, também periférica e marginalizada e sobre a luta travada para preservar a imagem da Escrava, existente apenas no imaginário das pessoas, em contraponto à imagem institucionalizada, registrada nos livros sagrados e nas esculturas. A base teórica se constrói a partir das obras de Michel Foucault (2015), Paul Zumthor (2010), Stuart Hall (2008) e Clifford Geertz (2008).Téléchargements
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Publiée
2018-10-23
Comment citer
Rossene Andrade Bomfim, T., & Silva Costa, E. (2018). AS SANTAS ANAS, OS JOGOS DE PODER E A MEMÓRIA COLETIVA DA BARRIGUDA. PROLÍNGUA, 13(1). https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-9979.2018v13n1.42350
Numéro
Rubrique
Artigos