ÑANDE REKÓ: Um diálogo entre o conhecimento tradicional e o uso de recursos naturais pelos Guarani Mbyá, na Reserva indígena Ribeirão Silveira em Bertioga – SP.

Autores

  • jaqueline cabral alves dornelas unisanta
  • Milena Ramires

Resumo

Dados e informações advindas da Etnoecologia podem fornecer bases para a compreensão das interrelações entre humanos e ambiente. Além da propagação cultural dentre gerações, muitos saberes, conhecimentos e fazeres aprimoram-se em uma mesma gênese, por meio de interações cotidianas com a natureza. O presente estudo buscou investigar, o uso de recursos naturais e o conhecimento tradicional da comunidade indígena Guarani-Mbyá, por meio de entrevistas semiestruturadas com moradores de ambos os gêneros e maiores de idade da Aldeia Ribeirão Silveira. Foram entrevistados 326 adultos, o que corresponde a 59,2% da população adulta da aldeia. As principais produtivas são o comércio de artesanatos (98,8%) seguido do comércio de palmito e suas mudas (96%). Algumas práticas tradicionais Guarani Mbyá sofreram alterações, como a pesca com a utilização de veneno (timbó), apontada por 96,3%, e o consumo de mel em virtude da diminuição da presença de abelhas nativas (68,3%). A influência do não-indígena “juruá” também gerou alterações no modo de vida Guarani Mbyá. Segundo os entrevistados (69,5%), muitas palavras e até mesmo o próprio dialeto está caindo em desuso, a compra de alimentos industrializados e tradições como a caça e o ritual da confecção de arco e flecha estão sendo cada vez menos perpetuados entre as gerações mais novas. Verificar as interações ecológicas da Comunidade Guarani Mbyá com o ambiente, permite estudos e pesquisas acerca da conservação da biodiversidade, por meio do manejo e extração sustentável dos recursos naturais.

Palavras-chave: Ecologia Humana. Etnoecologia. Indígenas. Biodiversidade. Conhecimento tradicional.

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Publicado

16.07.2020

Edição

Seção

Dossiê Ambiente e Sociedade