Análise do Capital de Giro das Empresas Listadas na B3 Frente à Crise Econômica Brasileira

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Resumo

Neste artigo, objetivamos analisar se ocorreram alterações no capital de giro de empresas de capital aberto no contexto da Crise Econômica Brasileira. Para isso, recorremos às variáveis e estruturas financeiras do Modelo Dinâmico de Gestão Financeira de uma amostra de 89 empresas que tinham ações listadas na B3. Consideramos o período desde o segundo trimestre de 2011 até o primeiro trimestre de 2017. Metade desse período corresponde a antes da Crise Econômica Brasileira e metade corresponde a durante essa crise. Utilizando dados de 2.136 balanços patrimoniais, calculamos as variáveis do Modelo Dinâmico e identificamos as seis estruturas financeiras dessa abordagem. Analisamos alterações nos percentuais de empresas classificadas em cada uma dessas estruturas. Avançamos por avaliar estatisticamente se ocorreram diferenças significativas em cada um dos componentes do Modelo Dinâmico durante a crise. Os resultados evidenciaram que houve uma sutil piora na situação do capital de giro das empresas durante a crise, apesar de observarmos que isso ocorra em variáveis específicas do Modelo Dinâmico. As contas financeiras e operacionais do capital de giro devem tender a exibir dinâmicas distintas quando as empresas se defrontaram com o contexto de crise.

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Biografia do Autor

Daniel Penido de Lima Amorim, Universidade Federal de Minas Gerais

Economista, mestre em Administração / Finanças (2020) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Cursou as disciplinas Econometria I e Análise de Dados em Painel (2019) no mestrado / doutorado em Economia da UFMG. Também possui especialização em Finanças (2015) pela UFMG e graduação em Economia (2013) pelo Centro Universitário UNA. Na graduação, foi selecionado com bolsa integral pelo PROUNI e premiado por mérito acadêmico ao concluir o curso. No mestrado, foi bolsista da CAPES. Tem expertise em análise de dados e geração de informações sobre setores econômicos, competição entre empresas, finanças corporativas e mercados financeiros. Dispõe de amplo conhecimento e experiência em análises econométricas (corte transversal, painel e séries temporais), utilizando dos softwares EViews, Stata e R. Iniciou a carreira na área como estagiário de pesquisa, monitor das disciplinas de Introdução à Economia, Microeconomia e Macroeconomia, bem como bolsista de iniciação científica. Durante a especialização, desenvolveu pesquisas em Economia da Saúde e Finanças. Em 2014, trabalhou no departamento de riscos financeiros do Banco Bonsucesso, provendo análises sobre a exposição ao risco de mercado do portfólio da instituição financeira e gerando demonstrativos de risco enviados ao Banco Central. Entre 2015 e 2018, trabalhou na Fundação Dom Cabral (FDC), desenvolvendo artigos científicos e relatórios de pesquisa encomendados por organizações. Na FDC, foi coautor do maior estudo econômico sobre o setor audiovisual realizado até então no Brasil. Desde 2017, atua como pesquisador membro do Grupo de Organização Industrial Empírica do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ). Também elaborou pesquisas encomendadas por empresas de consultoria. Atualmente, é Assessor de Fiscalização Econômico-Financeira na Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE-MG). Durante o estágio docente do mestrado (2018-2019), atuou na disciplina Produtos Financeiros do curso do Controladoria e Finanças da UFMG, coorientou quatro monografias de alunos dos cursos de Economia, Controladoria e Finanças e Engenharia de Produção da UFMG, assim como duas monografias de alunos do curso de Economia do IBMEC. Tem publicado artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais. Contribui com pareceres para periódicos como Applied Economics, Latin American Business Review, Revista Brasileira de Finanças, entre outros. Tem grande interesse por métodos econométricos recentes. Dispõe de produção científica em Economia da Saúde, Organização Industrial Empírica, Finanças Corporativas e, principalmente, em Mercados Financeiros e de Capitais.

Marcos Antônio de Camargos, Universidade Federal de Minas Gerais e Faculdade IBMEC de Belo Horizonte

Doutor e Mestre em Administração pelo CEPEAD-UFMG, Especialista em Gestão Estratégica de Finanças e Graduado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é Coordenador Local do Mestrado Profissional em Economia e Professor Titular da Faculdade IBMEC-MG. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é Pesquisador e Professor (Adjunto IV) de cursos de graduação e do Mestrado em Administração do Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração (CEPEAD). Possui experiência na área de Administração, com ênfase em Finanças, atuando com ensino (coordenação de cursos de graduação e pós-graduação), pesquisa e consultoria na área. Temas de interesse: finanças corporativas, fusões e aquisições, estrutura de capital, governança corporativa, capital de giro, mercado financeiro e de capitais, análise de investimento. Autor do livro Matemática Financeira Aplicada a Produtos Financeiros e à Análise de Investimentos: Uso da Calculadora HP-12C.

Bruno Ferreira Pinto, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduado em Gestão Comercial pelo Centro Universitário UNA, possui MBA em Vendas, Merchandising e Marketing pela PUCRS e Especialização em Finanças pela UFMG. 

 

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Publicado

2021-12-30

Como Citar

Penido de Lima Amorim, D., Antônio de Camargos, M. ., & Ferreira Pinto, B. . (2021). Análise do Capital de Giro das Empresas Listadas na B3 Frente à Crise Econômica Brasileira. Revista Evidenciação Contábil &Amp; Finanças, 9(3), 49–70. Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/index.php/recfin/article/view/55834

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