Legitimação Corporativa e a Qualidade do Disclosure Socioambiental
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-1001.2022v10n1.56341Resumo
Objetivo: Investigar os tipos de estratégias de legitimação corporativa por meio dos níveis de qualidade da informação contábil de disclosures socioambientais.
Fundamento: A teoria da legitimidade apresenta estratégias distintas de legitimação corporativa, entre essas, algumas não são viáveis no processo decisório do stakeholder. Dessa forma, o nível de qualidade da informação contábil presente nos disclosures socioambientais pode distinguir as estratégias de legitimação corporativa.
Método: A população definida para aplicação da pesquisa são as concessionárias nacionais de energia elétrica, é empregada pesquisa descritiva de natureza qualitativa com a utilização da técnica de análise de conteúdo para a apreciação dos relatórios socioambientais divulgados durante os anos de 2016 a 2018. Na análise dos dados, são observados o cenário ambiental e social separadamente para aprofundamento do estudo.
Resultados: Os resultados evidenciam um destaque no percentual médio de qualidade para o setor no ano de 2017 com 69,93% de atendimento em caráter ambiental, e de 62,15% em 2018 em caráter social. Por meio das métricas de estratificação adotadas, são identificadas tendências de gerenciamento de impressão, como também de informações incrementais nos relatórios socioambientais analisados. Concluiu-se, que o nível de qualidade da informação contido no disclosure socioambiental é prenúncio da estratégia de legitimação adotada.
Contribuições: De forma prática, no auxílio aos stakeholders na identificação de propostas fidedignas de legitimação (como informações incrementais), e em casos de manipulação informacional (como o uso de gerenciamento de impressão) a partir da qualidade da evidenciação socioambiental. E também de forma teórica, para literatura sobre teoria da legitimidade e divulgação socioambiental.
Palavras-chaves: Legitimação Corporativa. Qualidade da Informação Contábil. Disclosure Socioambiental. Setor de Energia Elétrica.
Downloads
Referências
Bardin, L. (2000). Análise de conteúdo. Edições 70 Lda.
Beatty, A., & Liao, S. (2014). Financial accounting in the banking industry: A review of the empirical literature. Journal of Accounting and Economics, 58(2–3), 339–383. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2014.08.009
Cohen, M., Cavazotte, F. S. C. N., Costa, T. M., & Ferreira, K. C. S. (2016). Responsabilidade Socioambiental Corporativa como Fator de Atração e Retenção para Jovens Profissionais. BBR, Braz. Bus. Rev., 14(1), 21–41. https://doi.org/10.15728/bbr.2017.14.1.2
Correa, J. C., Gonçalves, M. N., & Moraes, R. O. (2015). Disclosure Ambiental das Companhias do Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Listadas na BM&FBOVESPA: Uma Análise à Luz da Teoria da Legitimidade. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, 4(3), 139–154. https://doi.org/10.5585/geas.v4i3.254
Costa, I. L. S., Correia, T. D. S., Paulo, E., & Lucena, W. G. L. (2018). Impacto do Disclosure Voluntário : Valor da Empresa e Informações Socioambientais nas Companhias Abertas. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, 21(2), 271–287. https://doi.org/10.21714/1984-3925
Dechow, P., Ge, W., & Schrand, C. (2010). Understanding earnings quality: A review of the proxies, their determinants and their consequences. Journal of Accounting and Economics, 50(2–3), 344–401. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.001
Deegan, C. (2002). Introduction: The legitimising effect of social and environmental disclosures – a theoretical foundation. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 15(3), 282–311. https://doi.org/10.1108/09513570210435852
Degenhart, L., Mazzuco, M. S. A., & Klann, R. C. (2017). Relevância das Informações Contábeis e a Responsabilidade Social Corporativa de Empresas Brasileiras. BASE - Revista de Administração e Contabilidade Da Unisinos, 14(3), 157–168. https://doi.org/10.4013/base.2017.143.01
Dias Filho, J. M. (2000). A linguagem utilizada na evidenciação contábil: uma análise de sua compreensibilidade à luz da teoria da comunicação. Caderno de Estudos, São Paulo, FIPECAFI, 13(24), 36–49. https://doi.org/10.1590/s1413-92512000000200003
Dyck, A., & Zingales, L. (2004). Private Benefits of Control: An International Comparison. The Journal of Finance, 59(2), 537–600.
Eugenio, T. P. (2010). Avanços na Divulgação de Informação Social e Ambiental pelas Empresas e a Teoria da Legitimidade. Revista Universo Contábil, 6(1), 102–118. https://doi.org/10.4270/ruc.2010106
Fernandes, S. M. (2012). Nível do Disclosure Ambiental das Empresas Brasileiras Listadas na BM&FBOVESPA: Uma Análise do Período de 2006 a 2010. Revista de Gestão Social e Ambiental, 6(2), 106–120. https://doi.org/10.24857/rgsa.v6i2.531
Ferreira, D. D. M., Borba, J. A., & Rosa, C. A. (2014). As Contingências Ambientais das Empresas Estrangeiras que Publicam suas Demonstrações Financeiras em IFRS no Mercado Norte Americano. Revista Universo Contábil, 10(3), 134–154. https://doi.org/10.4270/ruc.2014323
Guidry, R. P., & Patten, D. M. (2012). Voluntary disclosure theory and financial control variables: An assessment of recent environmental disclosure research. Department of Accounting, Illinois State University, 36(2), 81–90. https://doi.org/10.1016/j.accfor.2012.03.002
Hackston, D., & Milne, M. J. (1996). Some determinants of social and environmental disclosures in New Zealand companies. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 9(1), 77–108. https://doi.org/10.1108/09513579610109987
Machado, D., & Ott, E. (2015). Estratégias de Legitimição Social Empregadas na Evidenciação Ambiental: Um estudo à Luz da Teoria da Legitimidade. Revista Universo Contábil, 11(1), 136–156. https://doi.org/10.4270/ruc.2015107
Mazzioni, S., & Klann, R. C. (2016). Determinantes da qualidade da informação contábil no contexto internacional. Revista Contemporânea de Contabilidade, 13(29), 3–32. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2016v13n29p3
Merkl-Davies, D. M., & Brennan, N. M. (1999). Discretionary Disclosure Strategies in Corporate Narratives: Incremental Information or Impression Management? Accounting Harmonisation and Standardisation in Europe:, 1–11.
Merkl-Davies, D. M., Brennan, N. M., & McLeay, S. J. (2011). Impression management and retrospective sense-making in corporate narratives: A social psychology perspective. Accounting, Auditing and Accountability Journal, 24(3), 315–344. https://doi.org/10.1108/09513571111124036
Moura, G. D. De, Zanchi, M., Mazzioni, S., & Kruger, S. D. (2017). Determinantes da qualidade da informação contábil em grandes companhias abertas listadas na BM&FBOVESPA. Revista de Educação e Pesquisa Em Contabilidade, 11(3), 329–346.
O’Donovan, G. (2002). Environmental disclosures in the annual report: Extending the applicability and predictive power of legitimacy theory. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 15(3), 344–371. https://doi.org/10.1108/09513570210435870
Oliveira, A. G., Averbal, N. M., & Nakamura, W. T. (2000). A Utilização das Informações Geradas pelo Sistema de Informação Contábil como Subsídio aos Processos Administrativos nas Pequenas Empresas. Rev. FAE, Curitiba, 3(3), 1–12. http://www.ufrgs.br/gianti/
Oliveira, M. C., Portella, A. R., Ferreira, D. D. M., & Borba, J. A. (2016). Comunicação de Responsabilidade Socioambiental na Missão, Visão e Valores de Empresas da BM&FBovespa e da Fortune 500. Contabilidade, Gestão e Governança, 19(2), 192–210. https://doi.org/10.21714/1984-3925_2016v19n2a2
Patten, D. M. (1992). Intra-Industry Environmental Disclosures in Response to the Alaskan Oil Spill: A Note on Legitimacy Theory. Accounting Organtzatlons and Soctety, 17(5), 471–475.
Paulo, E., & Martins, E. (2007). Análise da Qualidade das Informações Contábeis nas Companhias Abertas. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 293–297.
Pereira, A. G., Bruni, A. L., & Filho, J. M. D. (2010). Legitimidade Corporativa em Empresas Pertencentes a Indústrias Ambientalmente Sensíveis: um Estudo Empírico com Empresas que negociam ações na Bovespa. Sociedade, Contabilidade e Gestão, v. 5(n.2), 1–16.
Reckziegel, V., Souza, M. A., & Diehl, C. A. (2007). Práticas de gestão de custos adotadas por empresas estabelecidas nas regiões noroeste e oeste do estado do Paraná. Revista Brasileira de Gestao de Negocios, 9(23), 14–27.
Rodrigues, J. M., & Niyama, J. K. (2019). Qualidade da informação contábil : uma análise da adoção dos padrões internacionais de contabilidade pelos países que compõe o G-7 e BRICS. Revista Contabilidade & Finanças, 30(80), 216–233. https://doi.org/10.4025/enfoque.v37i4.34646
Santana, L. M., Góis, A. D., Luca, M. M. M., & Vasconcelos, A. C. (2015). Relação entre Disclosure Socioambiental, Práticas de Governança Corporativa e Desempenho Empresarial. Revista Organizações em Contexto, 11(21), 49–72. https://doi.org/10.15603/1982-8756/roc.v11n21p49-72
Silva, H. A. S., & Ensslin, S. R. (2012). Relação entre Desempenho econômico-financeiro e Evidenciação de indicadores de Capital Intelectual de natureza Social e Ambiental. Revista Iberoamericana de Contabilidad de Gestión, 10(20), 1–19. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6652926
Verrecchia, R. E. (2001). Essays on disclosure. Journal of Accounting and Economics, 32(1–3), 97–180. https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00025-8
Voss, B. L., Pfitscher, E. D., Rosa, F. S., & Ribeiro, M. S. (2013). Evidenciação ambiental dos resíduos sólidos de companhias abertas no Brasil potencialmente poluidoras. Revista Contabilidade & Finanças, 24(62), 125–141. https://doi.org/10.1590/s1519-70772013000200004
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Evidenciação Contábil & Finanças
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam na RECFin concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais;
- A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público.