Uso de restaurações cerâmicas no tratamento de DTM: um relato de caso
Resumo
Introdução: As desordens temporomandibulares, com frequência, são tratadas com placas de mordida estabilizadoras, que atuam de forma efetiva na redução do quadro doloroso, melhoram a amplitude bucal, podendo até eliminar ruídos articulares e reprogramam o sistema estomatognático, levando os côndilos a uma posição musculoesquelética mais estável com os elementos dentários em contato oclusal. Objetivo: Relatar um caso clínico de desordem temporomandibular tratado com placa de mordida interoclusal e coroas cerâmicas à base de dissilicato de lítio nos dentes posteriores. Relato de caso: Paciente sexo feminino, 24 anos, com dores fortes e ruídos na articulação temporomandibular direita, utilizava aparelho ortopédico para correção da relação oclusal. Com o agravo do quadro doloroso, foi interrompido o tratamento ortopédico e instalada uma placa de mordida com contatos bilaterais simultâneos nos dentes posteriores em Relação Cêntrica, usada durante período de 30 dias. Após esse intervalo de tempo, foi observada ausência de contato dos dentes posteriores em Relação Cêntrica, fazendo-se necessário o acréscimo de resina composta na oclusal dos elementos posteriores. Posteriormente, ocorreu a troca por restaurações cerâmicas de dissilicato de lítio, respeitando o novo posicionamento oclusal. Com a finalização da reabilitação, foi confeccionada uma nova placa interoclusal para a paciente utilizar apenas durante o sono. O acompanhamento do caso ocorreu no período de cinco anos, onde foi relatada diminuição significativa na frequência de incômodos na região dos músculos masseter, temporal e na articulação temporomandibular direita. Conclusão: A utilização do material cerâmico com dissilicato de lítio, associado a um protocolo clínico estruturado, conferiu que a versatilidade dessa alternativa restauradora aliada às suas propriedades mecânicas promoveu o sucesso do procedimento e longevidade satisfatória.