O tempo mordeu o próprio rabo

ruínas virais de uma microbio-antropologia

Autores/as

  • Vitor Chiodi Doutorando em Ciências Sociais – IFCH/UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2447-9837.2020v1n10.55228

Resumen

O presente texto é composto por trechos selecionados de uma entrada no meu diário de pesquisa. Os trechos foram retirados de um período de quatro dias, onde refletia sobre o duplo efeito da pandemia nas minhas práticas enquanto pesquisador. Por um lado, ainda estava lidando com os problemas pessoais de ter perdido a moradia gratuita na universidade, durante estágio de doutorado sanduíche nos Estados Unidos. Por outro, tentava conectar essa mudança abrupta, e a impossibilidade de voltar ao Brasil, com o impacto da pandemia nos conceitos e temas da pesquisa. Trabalhando com encontros entre antropologia e microbiologia e tendo como tema ruínas e fim mundo, fui obrigado a absorver o impacto de lidar com os vírus e com a pandemia na pesquisa. Os vírus desestabilizaram a noção de vida e a coerência de trabalhar apenas com decompositores para falar de solo. A pandemia, por sua vez, desestabilizou uma noção de fim de mundo que estava muito calcada na produção de ruínas pela aceleração do capitalismo.

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Publicado

2020-09-14