JORNALISMO E AS CRÔNICAS DO GOLPE (Felipe Pena, 2017). Resenha expandida
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-375X.2018v5n2.42870Resumo
À guisa de introdução
O livro de Felipe Pena, Crônicas do Golpe (2017), atualiza com esmero e sagacidade o gênero da crônica, e assim se sobressai no âmbito da narrativa lítero-jornalística brasileira contemporânea. O seu poder simbólico se nutre de uma rica substância teórica, que lhe confere rara competência comunicativa. Guarnecido dos saberes da filosofia, história, psicologia, sociologia, semiótica e ciência política, Pena nos fornece lentes de aumento para decifrarmos a trama sociopolítica do século 21, e poderosas pistas para nos orientarmos, na densa na teia midiática que envolve, informa, fascina, e ao mesmo tempo, distrai, engana e deforma.
A narrativa é conduzida por meio de uma estratégia inteligente, filtrando os dados na espessa nuvem da informação. Pena atua energicamente no labirinto de notícias da mídia impressa globalizada, dribla a espetacularização do noticiário na TV e enfrenta a avalanche de mensagens - nem sempre veras - em circulação na ciberzona na internet.
A obra se constrói como mediação equilibrada entre a gramática ilustrada dos intelectuais (academia, jornalismo, criação literária), o código hermético dos especialistas, os jargões mercadológicos e a linguagem do senso comum afetada pela midiatização eletrônica (sob a égide do princípio do prazer, diversão e entretenimento). Resulta de reflexões rigorosas, que afluíram como artigos jornalísticos e se tornaram uma coletânea de escritos indignados, publicados antes, durante e após o processo de “impeachment”, a rigor, um “golpe de estado”, de cunho político, midiático e jurídico.
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Referências
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