MAIO DE 2019: uma luta por reconhecimento diante da desconstrução do valor social da universidade
DOI:
https://doi.org/10.46906/caos.n25.54869.p126-147Palavras-chave:
Protestos, Juventude Universitária, Reconhecimentos, DireitosResumo
Este trabalho analisa as manifestações de ruas ocorridas no Brasil em maio de 2019 a partir da teoria de luta por reconhecimento, de Axel Honneth, a fim de apontar os elementos morais que motivaram os atos de protesto. Buscou-se mostrar que os discursos e ações do governo do presidente Jair Bolsonaro, de desprezo pelo meio acadêmico e científico, fizeram surgir na população universitária brasileira um sentimento de desrespeito, impulsionando a luta em defesa do valor social em desconstrução. Como procedimentos metodológicos, fez-se um resgate dos discursos e das ações do governo Bolsonaro para elencar as investidas contra a educação e o meio universitário e, posteriormente, analisou-se a linguagem utilizada pelos manifestantes durante os protestos de 15 e 30 de maio. De posse do material coletado e posteriores interpretações, identificou-se que, das três etapas de reconhecimento definidas na teoria (amor, direito e solidariedade), o movimento de desvalorização social do meio acadêmico posto em prática pelo governo acontece na esfera da solidariedade, com potencial de deslocamento para o âmbito jurídico. Buscou-se nas declarações do governo Bolsonaro as ofensas e degradações dirigidas à universidade, assim como foi examinada a linguagem dos protestos, visando indicar as expressões de uma reafirmação da identidade individual em resposta ao reconhecimento ameaçado.
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