REPERCUSSÕES DA LEI MARIA DA PENHA NA VIDA DE MULHERES EM SALVADOR: PERSEGUINDO HISTÓRIAS DE VIDA

Autores

  • Juliana Reis do Carmo
  • Elizete Silva Passos

Palavras-chave:

Violência de gênero, políticas públicas, Lei

Resumo

O objeto de investigação da pesquisa é a repercussão da Lei Maria da Penha para a violência contra a mulher no município de Salvador /Ba. Se verificará em que medida as políticas públicas de defesa da mulher têm dado maior segurança a elas no enfrentamento da violência doméstica e familiar. Analisando questões referentes às políticas públicas e à sua imprescindibilidade para se garantir o exercício de direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, o artigo buscou uma perspectiva crítica sobre a importância da participação social, que, particularmente no caso das mulheres, a existência de organizações e movimentos sociais femininos desencadeou a conquista de direitos e a proposição de políticas públicas importantes para o enfrentamento da violência doméstica e familiar. Em 2006 surgiu a Lei Maria da Penha (Lei 11.340), na tentativa de suprir a omissão legislativa sobre a questão da violência doméstica e familiar contra a mulher, procedendo-se, em seu bojo, à necessária criminalização e repressão dos crimes desta natureza. Baseado na pesquisa qualitativa realizada, lançou-se um olhar sobre histórias de vida de quatro sujeitos, quais sejam, mulheres vítima de violência doméstica e familiar, que se encontravam em uma Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher), por estarem espontaneamente buscando ajuda e proteção neste sistema de apoio. Os resultados colhidos com a pesquisa indicam que esta Lei representa um grande avanço legislativo, evidenciando que se tem buscado a efetivação das políticas públicas, já que as entrevistadas têm demonstrado que têm sentido segurança para denunciar os seus companheiros agressores. Tais resultados também indicam que a aprovação da Lei Maria da Penha foi significativa para o exercício da cidadania ativa evidenciada no discurso e na atuação das feministas no espaço público, apontada por Barsted.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Arendt, Hannah (2007), A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Barsted, Leila Linhares (2011), “Lei Maria da Penha: uma experiência bem-sucedida de advocacy feminista”, in: Carmen Hein de Campos(org), Brasil. Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Yuris, 13-37

Bianchini, Alice (2011), “Da à assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar- Artigo 8º(comentários)”, in: Carmen Hein de Campos(org), Brasil. Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Yuris, 215-232.

Beauvoir, Simone de (1970), Moral da ambiguidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Bourdieu, Pierre (2002), A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Calazans, Myllena; Cortes, Iáris (2011), “O processo de criação, aprovação e implementação da Lei Maria da Penha”, in: Carmen Hein de Campos(org), Brasil. Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Yuris, 39-63.

Campos, Carmen Hein de (2011), “Razão e Sensibilidade: Teoria Feminista do Direito e Lei Maria da Penha”, in: Carmen Hein de Campos(org), Brasil. Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Yuris, 1-12.

Chauí, Marilena (1985), “Participando do debate sobre mulher e violência”, in: Marilena Chauí et al (Org.), Brasil. Perspectivas antropológicas da mulher: sobre mulher e violência. Rio de Janeiro: Zahar, volume 4, 25-62.

Dias, Reinaldo(2011), Ciência Política. São Paulo: Atlas. [1. Ed]

Feix, Virgínia (2011), “Das formas de violência contra a mulher – Artigo 7º”, in: Carmen Hein de Campos(org), Brasil. Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Yuris, 201-213.

Gomes, Romeu (1993), “A análise de dados em pesquisa qualitativa”, in: Maria Cecília de Souza Minayo (Org.), Brasil. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes.

Lei nº 9099 de 26 de setembro de 1995 . Diário Ofical da União de 27.9.1995. Brasília.

Lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006. Diário Ofical da União de 8.8.2006. Brasília

Paulilo, Maria Ângela Silveira (1999), “A pesquisa qualitativa e a história de vida”, Serviço Social em Revista, volume 2, numero 1, jul./dez.

Triviños (1987), Augusto Nibaldo Silva, Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas.

Souza, Celina (2006), Políticas Públicas: uma revisão de literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez, 20-45.

Souza, Elizeu Clementino de (2007), “Autobiografia, histórias de vida e práticas de formação”, in: AD. Nasciemnto and TM. Hetkowski (orgs). Memória e formação de professores. Salvador: EDUFBA, 58-74.

Publicado

2015-12-23

Como Citar

DO CARMO, J. R.; PASSOS, E. S. REPERCUSSÕES DA LEI MARIA DA PENHA NA VIDA DE MULHERES EM SALVADOR: PERSEGUINDO HISTÓRIAS DE VIDA. Gênero & Direito, [S. l.], v. 4, n. 3, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ged/article/view/25140. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Direitos Humanos e Políticas Públicas de Gênero