CONTORNAR E CONTORCER(-SE): CONTORCIONISMOS NA OBJETIFICAÇÃO DAS MULHERES EM CONTEXTO POLÍTICO PELOS MÉDIA PORTUGUESES

Autores

  • Sara Moreira Universidade do Porto
  • Sara Isabel Magalhães Universidade do Porto http://orcid.org/0000-0002-2924-3714
  • Conceição Nogueira Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2179-7137.2017v6n1.29268

Palavras-chave:

Género. Objetificação de Imagem. Despersonalização. Média.

Resumo

Pretende-se com este estudo refletir sobre a representação mediática das mulheres em cargos políticos. Partindo da compreensão dos mecanismos da objetificação das mulheres realizou-se uma análise temática de noticias publicadas no semanário Expresso entre julho e dezembro de 2015. Os resultados mostram que as noticias analisadas mantem representações genderizadas e pouco inclusivos. A despersonalização aparenta ser o mecanismo mais recorrente de desvalorização e objetificação destas mulheres em cargos políticos. Concluímos, assim, que os média, enquanto agentes de socialização , contribuem de forma substancial para a criação e perpetuação de construções sociais (assimétricas), particularmente de ideologias de género. Os conteúdos analisados parecem também realçar discursos de desigualdade facilitadores da objetificação da imagem das mulheres retratadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adcock, Charlotte. (2010). “The Politician, the Wife, the Citizen, and Her Newspaper. Rethinking women, democracy, and media(ted) representation”. Feminist Media Studies, 10(2), 135-159.

Álvares, Cláudia (2007), “Os estudos de recepção como modelo multidimensional: a negociação de estereótipos de etnicidade e género”, Caleidoscópio, 8, 105-122.

Berberick, Stephanie Nicholl (2011), “The Objectification of Women in Mass Media: Female Self-Image in Misogynist Culture”, The New York Sociologist, 5, 1-15.

Braun, Victoria; Clarke, Virginia (2006), “Using thematic analysis in psychology”, Qualitative research in Psychology, 3(2), 77-101.

Brown, Mary Ellen; Gardetto, Darlaine C. (2000). “Representing Hillary Rodham Clinton: Gender, Meaning and News Media”, in Annabelle Sreberny and Liesbet van Zoonen (Eds.), Gender, Politics and Cimmunication. Cresskill, NJ: Hampton Press, 21-51.

Cerqueira, Cerqueira (2012), Quando elas (não) são notícia: mudanças, persistências e reconfigurações na cobertura jornalística sobre o Dia Internacional da Mulher em Portugal (1975-2007), [Tese de Doutoramento não publicada]. Braga: Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho.

Cerqueira, Carla et al. (2014), “Questões de género nas revistas generalistas de informação em Portugal: cruzamentos temáticos na Sábado e Visão”, Calidoscópio, 12(2), 168-179.

Cerqueira Carla et al. (2011), “As representações de género nas revistas portuguesas de informação generalista - em busca de uma cidadania inclusiva”, in Sara Pereira (orgs.), Literacia, Media e Cidadania. Braga: CECS-UM.

Croteau, David; Hoynes, William (2014). Media/society: industries, images and audiences (5th ed). Los Angeles: SAGE Publications.

Dworkin, Andrea. (1981). Pornography: Men possessing women. New York: Dutton.

Fredrickson, Barbara; Roberts, Tomi-Ann (1997), “Objectification Theory: Toward understanding women’s lived experiences and mental health risks”, Psychology of Women Quarterly, 21, 173-206.

Gallagher, Margaret. (2001). Gender Setting: New Agendas for media monitoring and advocacy. London/New York: Zed Books.

Gallego, Juana (2009). “Género e Representação Pública: Realidades e Desejos”. Media & Jornalismo– Género, Media e Espaço Público, 8 (15), 43-53.

Glick, Peter; Fiske, Susan. (1996). “The Ambivalent Sexism Inventory. Differentiating Hostile and Benevolent Sexism”. Journal of Personality and Social Psychology, 70(3), 491-512.

Gruenfeld, Deborah et al. (2008), “Power and the Objectification of Social Targets”, Journal of Personality and Social Psychology, 95(1), 111-127.

Hatton, Erin; Trautner, Mary Nell (2011), “Equal Opportunity Objectification? The Sexualization of Men and Women on the Cover of Rolling Stone”, Sexuality & Culture, 15, 256–278.

Heflick, Nathan; Goldenberg, Jamie (2011), “Reply to Comments on “Sarah Palin, a Nation Object(ifie)s” ”, Sex Roles, 65, 173–176.

Heflick, Nathan; Goldenberg, Jamie (2010), “Sarah Palin, a nation object(ifie)s: The role of appearance focus in the 2008 U. S. Presidential election”, Sex Roles, 65, 149-155.

Heflick, Nathan; Goldenberg, Jamie (2009), “Objectifying Sarah Palin: Evidence that objectification causes women to be perceived as less competent and less fully human”, Journal of Experimental Social Psychology, 45, 598–601.

Heflick, Nathan et al. (2011), “From women to objects: Appearance focus, target gender, and perceptions of warmth, morality and competence”, Journal of Experimental Social Psychology, 47, 572–581.

Heldman, Caroline; Wade, Lisa (2011). “Sexualizing Sarah Palin. The Social and Political Context of the Sexual Objectification of Female Candidates”, Sex Roles, 65,156–164.

Kellner, Douglas; Share, Jeff (2007), “Critical media literacy is not an option”, Learning Inquiry, 1(1), 59-69.

Kiefer, Amy et al. (2006), “When appearance concerns make women look bad: Solo status and body image concerns diminish women’s academic performance”, Journal of Experimental Social Psychology, 42, 78–86.

Lei Orgânica nº3/2006, de 21 de Agosto, Lei da Paridade, Diário da República, 1ª série, nº 160, 5896 -5897.

MacKinnon, Catherine. (1979). Sexual harassment of working women: A case of sex discrimination. New Haven: Yale University Press.

Magalhães, Sara Isabel (2011), Como ser uma Ragazza. Discursos de sexualidade numa revista para raparigas adolescentes. [Tese de Doutoramento não publicada]. Braga: Escola de Psicologia, Universidade do Minho.

Magalhães, Sara Isabel et al. (2012), “Media and the (Im)permeability of Public Sphere to Gender”, in Marta Nunes da Costa (Org), Democracia, Mass Media e Esfera Pública. Democracy, Mass Media and Public Sphere. Vila Nova de Famalicão: Edições Húmus, 35-52.

McKay, Tanjaré (2013), “Female Self-Objectification: Causes, Consequences and Prevention”, McNair Scholars Research Journal, 6, 53-70.

Moradi Bonnie; Huang, Yu-Ping (2008). “Objectification theory and psychology of women: a decade of advances and future directions”, Psychology of Women Quarterly, 32, 377–398.

Nussbaum, Martha (1995), “Objectification”, Philosophy and Public Affairs, 24(4), 249-291.

Papadaki, Lina (2010), “What is Objectification?” Journal of Moral Philosophy, 7, 16–36.

Roberts, Tomi-Ann; Gettman, Jennifer (2004), “Mere exposure: Gender differences in the negative effects of priming a state of self-objectification”, Sex Roles, 51(1-2), 17-27.

Ross, Karen et al. (2013). “The Gender of News and News of Gender: A Study of Sex, Politics, and Press Coverage of the 2010 British General Election”. The International Journal of Press/Politics, 18(1), 3-20.

Saguy, Tamar et al. (2010), “Interacting Like a Body: Objectification Can Lead Women to Narrow Their Presence in Social Interactions”, Psychological Science 21(2), 178-182.

Santos, Anabela et al. (2014). “Leer, Interpretar y (Re)construir: Percepciones de Jóvenes sobre las Mujeres en la Política. Reading, Interpreting and (Re)constructing: Youth Perceptions about Women in Politics”. Communication papers – Media literacy & Gender studies, 3(5), 74/90.

Santos, Anabela et al. (2015), “Onde está o Wally? (In)visibilidades sobre mulheres e política nas práticas de receção jornalística”, Observatório, 9(1), 17-42.

Santos, Maria Helena (2008). “Trajectórias políticas das mulheres, em Portugal: Alguns dados preliminares.” Actas do VI Congresso Português de Sociologia - Mundos sociais: Saberes e práticas. Painel Globalização, Política e Cidadania. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 1-18.

Santos, Maria Helena; Amâncio, Lígia (2012). “Género e Política. Análise sobre as resistências nos discursos e nas práticas sociais face à Lei da Paridade”, Sociologia, 68, 79-101.

Simões, Rita Joana (2011), Crime, Castigo e Género nas Sociedades Mediatizadas: Políticas de (In)justiça no Discurso dos Media. [Tese de Doutoramento publicada]. Coimbra: Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra.

Silveirinha, Maria João (2010), “Esferas públicas, media e ação feminista”, in Maria João Silveirinha et al. (Eds), Género e Culturas Mediáticas. Lisboa: Mariposa Azul, 55-76.

Silveirinha, Maria João (2004), “Representadas e Representantes: as mulheres e os media”, Revista Media & Jornalismo, As mulheres e os media, 5(3), 9-30.

van Zoonen, Liesbet (1994). Feminist Media Studies. Londres: SAGE Publications.

Veiga, Márcia (2010), “Fazendo Gênero: as implicações da cultura profissional e das rotinas produtivas nas construções simbólicas do jornalismo”, in Maria João Silveirinha et al. (Eds), Género e Culturas Mediáticas. Lisboa: Mariposa Azul, 101-130.

Publicado

2017-11-30

Como Citar

MOREIRA, S.; MAGALHÃES, S. I.; NOGUEIRA, C. CONTORNAR E CONTORCER(-SE): CONTORCIONISMOS NA OBJETIFICAÇÃO DAS MULHERES EM CONTEXTO POLÍTICO PELOS MÉDIA PORTUGUESES. Gênero & Direito, [S. l.], v. 6, n. 1, 2017. DOI: 10.22478/ufpb.2179-7137.2017v6n1.29268. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ged/article/view/29268. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Mídia, Gênero & Direitos Humanos